Carreira & Educação

Ativando o Coletivo




Por Adriana Machado

Quando me perguntaram em evento recente o que me tirava o sono, a resposta automática foi “colaboração”. A reflexão mais detalhada tem a ver com nossa habilidade de acionar nosso esforço coletivo para produzir efeito sinérgico e solucionar problemas. Vejamos o porquê.

Ian Goldwin é perfeito na explicação do nosso potencial de, neste momento em que vivemos uma nova “Renaissance”, usar nosso “collective endeavor” para solucionar os problemas que impactam a humanidade. De fato, ele ressalta que, antes de ser apenas uma boa oportunidade, acionar nosso esforço coletivo e adotar uma abordagem sistêmica é uma necessidade: “there is no hiding anymore”!

O progresso acelerado que vivemos tem acentuado ainda mais nossas diferenças. Veja o que nos diz o Índice de Prosperidade de 2018 do Legatum Institute: a prosperidade global continua a aumentar e no último ano 95 paises melhoraram suas pontuaçōes; entretanto, a diferença entre os maiores e menores desempenhos também vem aumentando constantemente desde 2013 e a lacuna entre prósperos e não-prósperos nunca esteve tão grande.

O avanço tecnológico exponencial tem possibilitado maior conectividade e facilitado perceber nossa interdependência. Vivemos o século da complexidade, como dizia Stephen Hawkings, e adotar uma abordagem de complexidade sistêmica, que se adapta ao ritmo crescente de mudanças, é fundamental. Mas como promover a colaboração e o trabalho conjunto de forma positiva, fazendo uso dos nós e redes que se formam no mundo ainda mais rapidamente com o advento tecnológico e conscientemente ativar o coletivo para superar os desafios globais do presente?

Um estudo realizado em 2012 pelas Naçōes Unidas sobre o panorama de cidades e biodiversidade no mundo já apontava para a oportunidade de se aumentar significativamente a sustentabilidade global e a qualidade de vida das pessoas que cada vez mais vivem em cidades ao aproveitarmos os mais de 60% de área projetada para se tornar urbana até 2030 e aprender a proteger e ampliar a biodiversidade. Não é tarefa fácil, mas com determinação e conhecimento é possível fazer. Nos EUA existem duas startups muito bacanas que devem começar a unir esforços nessa direção.

Uma delas é o Bioverse Labs, que usa tecnologia de ponta como bioinformática, inteligência artificial, blockchain e genômica digital para digitalizar, classificar e descobrir diversidade biológica e genética. Outra é a Deepblocks, que está desenvolvendo inteligência artificial capaz de desenhar e otimizar em tempo real a forma das cidades crescerem, levando em consideração migração populacional, infraestrutura já existente, tendências de mercado, além de questōes sociais, econômicas e ambientais. Estas empresas já existem! Imaginem quantas outras estão operando nos sistemas de inovação de todos os países que podem nos trazer soluçōes sinérgicas se combinadas!

E por falar em sistemas de inovação, o Business Innovation Factory compartilha em sua página na internet a metodologia que criou para desenvolver novos modelos de negócios com o objetivo de ajudar a promover a transformação sistêmica que precisamos. Segundo seu fundador e “Chief Catalyst” Saul Kaplan, “a transformação se torna possível quando compartilhamos novas abordagens, plataformas e ferramentas; e nos tornamos melhores de forma mais rápida quando o fazemos juntos”.

Costumo dizer que se os físicos quânticos estiverem corretos ao demonstrar que estamos todos conectados por energia, nossas intenções importam. Ao combinarmos intenção, conhecimento e ação podemos fazer a diferença. E teremos tanto mais sucesso quanto for possível co-criar sinergisticamente com um propósito maior em mente. Assim sendo, o que mais precisamos fazer para encontrar caminhos de ativar o coletivo e gerar inovação para transformação exponencial e aumento da prosperidade em todos os países com a força da colaboração? Se formos esperar ter as condições ideais para começar talvez nunca comecemos, mas podemos começar com o que temos e buscar o ideal ao longo da caminhada. Que tal assim?

Fonte: Linkedin

Continua após a publicidade..