Carreira & Educação

Positivo 30 anos: Entrevista Exclusiva com Hélio Bruck Rotenberg




Hélio Bruck Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia

 

Ousadia e determinação não faltaram na vida de Hélio Bruck Rotenberg, que, aos 26 anos de idade, talvez até influenciado por professores que lhe mostraram como era um computador por dentro, pediu para ser diretor da faculdade de informática da Positivo. Engenheiro civil, graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Informática pela PUC/RJ, hoje preside a Positivo Tecnologia, empresa internacionalizada, que tem duas fábricas em Manaus (AM), duas na África – em Ruanda e no Quênia – e dois escritórios na China, em Taiwan e em Shenzhen. No ano passado, teve faturamento de R$ 1,951 bilhão.

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Atuante em segmentos como os de educação, computadores, notebooks, tablets, smartphones e startups, a empresa chega aos 30 anos com novos negócios. Entra na categoria de automação e lança, em junho, a casa inteligente, com kits de segurança para o próprio usuário instalar e itens controlados de qualquer smartphone. O conceito é quase uma norma da marca: produtos acessíveis no uso e no custo.

“Meu maior orgulho é termos contribuído para a inclusão de uma classe social na computação. Vamos fazer o mesmo com a casa inteligente”, diz Hélio.

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Os computadores ainda são o carro-chefe da Positivo Tecnologia, respondem por quase dois terços do faturamento, embora suas vendas tenham caído de 9 milhões para 6 milhões de unidades/ano. “A marca ocupa estourado o primeiro lugar na classe C e vende às empresas de todos os portes”, conta Hélio, que hoje também disponibiliza, com a marca Quantum, smartphones integrados a terminais de pagamento. “Há 30 anos, a empresa é a minha vibração de todo dia, ela tem o meu ciclo de vida. Tivemos anos bons, outros ruins, mas me orgulho muito de sua trajetória.”

Ponto de partida

Ser diretor da faculdade de informática, atualmente Universidade Positivo, foi o ponto de partida, em 1988. Um ano depois, com a criação da Positivo Informática, começou a fabricar e a vender computadores no Brasil para as escolas que utilizavam o método de ensino da Universidade Positivo. Até então, computador era algo exclusivo de empresas. “Eu tinha 27 anos e já havia sido audacioso ao querer o cargo de diretor. Criamos a empresa que funcionava ao lado do laboratório que eu dirigia”, conta Hélio.

As primeiras vendas foram para o Colégio Pequenópolis, na capital paulista, e logo se expandiram para todo o País. “Na época, quem não comprava a nossa marca adquiria outra no contrabando. As vendas cresciam, mas quando a empresa fez dez meses, o então presidente Fernando Collor de Mello congelou as mensalidades escolares e abriu o mercado de informática”, lembra o executivo. Não foram tempos fáceis, mas 11 anos depois a Positivo começou a fornecer computadores e soluções de informática para empresas e instituições do poder público, por meio de licitação.

Em 2003, a subida do dólar, já delineada no final de 2002, afetou a empresa, que comprava componentes no exterior. Era preciso buscar uma saída, que se deu com a venda dos produtos ao varejo, diz Hélio. “Foi o grande crescimento da empresa, que chegou a vender 370 mil computadores em um ano. Transformamos crises em oportunidades e enxergamos alternativas.”

Outro bom momento veio com o programa Computador para Todos. Em 2006, a empresa abriu o capital e ingressou nos Índices de Governança Corporativa Diferenciada (IGC) e Tag Along Diferenciado (ITAG). Teve receita líquida de R$ 1,160 bilhão e market share de 11,8%. Em 2007, vendeu 1,389 milhão de PCs e tornou-se líder no mercado nacional. Em 2008, teve faturamento recorde de R$ 2,3 bilhões.

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Mudança de nome

O processo de internacionalização da marca começou em 2012 com a BGH na Argentina e no Uruguai. No final do mesmo ano, a Positivo entrou no mercado de celulares; em 2014, iniciou a fabricação de tablets e computadores em Ruanda; em 2015, lançou a marca de smartphones Quantum e obteve licença para produzir e vender notebooks da Vaio no Brasil; em 2016, adquiriu 50% da Hi Technologies, de equipamentos na área da saúde, e foi deixando de ser uma empresa exclusivamente de computação.

Justamente por essa razão, em 2017 passou a se chamar Positivo Tecnologia, refletindo a diversificação de seus negócios. Ampliou o escopo e abriu uma fábrica, a Boreo Indústria de Componentes, em Manaus, para produzir placas-mãe. Um ano depois, iniciou a venda de produtos Anker, lançou a marca de computadores gamers 2 A.M no Brasil, abriu a operação Quantum na Argentina e no Chile e adquiriu 80% da Accept, fabricante de servidores. Suas operações internacionais usualmente ocorrem por meio de parceiros locais para a fabricação e/ou distribuição. As exportações que partem do Brasil representam menos de 1% da receita da companhia.

Neste ano de 2019, firmou parceria com a MindCET, incubadora israelense de edtechs, para acelerar startups na Amazônia. Fez, ainda, parceria com o governo e o Tribunal de Justiça do Amazonas para levar tecnologia educacional a ambientes de nula ou baixa conectividade no Estado, como escolas ribeirinhas e sistema prisional. “O grande mote é a internet das coisas (IoT), nosso desafio é entender como ela entra na vida das pessoas e das empresas. Com a inteligência artificial, haverá menos digitalização e mais falas”, afirma Hélio.

Caminhar junto com a tecnologia e manter a Positivo viva, atuante e atualizada nas próximas décadas são alguns dos anseios do presidente, que não teme mudanças. “Elas fazem parte de uma empresa que já nasceu mudando e que investe em pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos 30 anos, foram mais de R$ 490 milhões.” Otimista e esperançoso em relação ao Brasil, destaca que é um grande país. “Possui um mercado interno como poucos, mas precisa voltar a crescer.”

Clique aqui e leia na íntegra a 130ª edição da Revista Eletrolar News.
por Leda Cavalcanti – [email protected]

 

Fonte: Linkedin

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