Ciência & Tecnologia

Wyllys: transexuais estavam “pela metade” nas redes sociais




O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), convidado pelo Facebook a ajudar a desenvolver a ferramenta que libera o usuário a escolher sua própria identidade de gênero, disse que o recurso demorou “um pouco” a chegar ao Brasil e que era “inadmissível” que por aqui só existissem as opções “masculino” e “feminino”. Os usuários brasileiros da rede social podem, a partir de hoje, escolher o termo que descreve sua identidade: travesti, pessoa transexual, sem gênero etc.

“Era inadmissível que as pessoas transexuais estivessem pela metade nas redes sociais. A gente sabe que um aspecto fundamental da dignidade da pessoa transexual passa pelo nome dela e pelo gênero que ela encarna”, disse o deputado durante evento de lançamento da ferramenta, nesta segunda-feira, em São Paulo.

Para o deputado, que é assumidamente homossexual, a ferramenta pode ser considerada um avanço cultural e, à medida em que contribui para o combate ao preconceito, tem função “pedagógica”.

“Quando ela reconhece a existência de gêneros que não só o gênero masculino e feminino e dá ao sujeito a autonomia de se autodeterminar, ela está sendo pedagógica. Ela diz, sobretudo para a nova geração, esta que está nas redes sociais, que o mundo é diverso. Isso vai criando uma cultura de respeito e aceitação”, afirmou o deputado.

Congresso atrasado
Para Wyllys, enquanto o Congresso Nacional “se congela” as discussões acerca dos direitos da comunidade LGBT, outros setores da sociedade caminham no sentido oposto.

“O que está acontecendo é isso. Nós temos um Congresso Nacional parado e uma cultura se movendo com muito mais velocidade, se transformando. E o fato de uma empresa do porte do Facebook reconhecer isso é pedagógico”, completou.

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