Esportes

Até quando? Repórter é assediada ao vivo em cobertura esportiva




Foto: Reprodução/Instagram

Você sabia que mais de 2 milhões de mulheres brasileiras já foram beijadas ou agarradas sem consentimento? Que mais de 20 milhões de mulheres já foram assediadas em transporte público? E, só no Brasil, cerca de 503 mulheres são agredidas por hora? Esses dados foram levantados pelo Datafolha e encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança, em 2016.

Quem lê ou ouve algo a respeito, trata isso apenas como números – ao menos até descobrir alguma história de alguém próximo.

Na terça-feira (13), enquanto cobria o jogo da Libertadores do Vasco contra a Universidade do Chile, a repórter do Canal Esporte Interativo, Bruna Dealtry, sentiu na pele o que é ser assediada e sentir-se impune à frente de tanta intolerância.

Enquanto trabalhava ao vivo, a ex-atleta foi surpreendida por um torcedor do Vasco, que a beijou na boca sem consentimento algum. Espantada com situação, Bruna disparou: “Isso não foi legal, né? Isso não precisava, mas aconteceu e vamos seguir o baile por aqui”.

Após absorver toda a situação e tonar-se mais uma vítima de assédio no Brasil, Bruna desabafou nas redes sociais.

“Sempre fui uma repórter que adora uma festa de torcida. Não me importo com banho de cerveja, torcedor pulando, pisando no meu pé… sempre me deixo levar pela emoção e tento sentir o momento para fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Sempre me orgulhei por ter uma boa relação com todas as torcidas e por ser tratada com muito respeito! Mas ontem, senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas.


Um beijo na boca, sem a minha permissão, enquanto eu exercia a minha profissão, que me deixou sem saber como agir e sem entender como alguém pode se sentir no direito de agir assim. Com certeza o rapaz não sabe o quanto eu ralei para estar ali. O quanto eu estudei e me esforcei para ter o prazer de poder contar histórias incríveis e estar em frente às câmeras mostrando tudo ao vivo.


Sou repórter de futebol, sou mulher e mereço ser respeitada”

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