Ciência & Tecnologia

Campus Party: internet lenta preocupa mais que falta de água




A Campus Party 2015 começou e com ela, velhos problemas voltaram á tona. Sendo o principal deles a conexão de internet. Mesmo com um link de 50 GB, a rede Wi-Fi que distribui a conexão aos campuseiros ainda sofre com instabilidade.

“É impossível dar serviço Wi-Fi para todos”, disse Paco Ragageles, presidente mundial da Campus Party após ser questionado por jornalistas que tiveram problemas durante a coletiva de imprensa inaugural da festa. “A tecnologia funciona em 11 canais. Se colocarmos mais access points, eles começam a se misturar e nada funciona”, explicou.

Houve jornalista de rádio que teve o boletim interrompido ao vivo em função da conexão ruim. Conexões com cabo, porém, parecem mais estáveis. “Começamos, em 2008, com 5 GB de conexão e, hoje, estamos com 50 GB”, explicou Antonio Carlos Valente, presidente do Grupo Telefônica. O pico em consumo de banda é esperado para o terceiro quarto dias e Valente diz esperar que os uploads serão maiores que os downloads.

Água e Energia
Questionado, Ragageles garantiu que, diferentemente dos últimos anos, não haverá problemas de energia na Campus Party. A falta de água, porém, é uma possibilidade já que tanto São Paulo, onde acontece o evento, quanto a região metropolitana da cidade, passam por uma grave crise hídrica. Embora a cidade não esteja em racionamento oficial, a redução na pressão da água é uma realidade e foi imposta para reduzir o consumo. Ragageles esclareceu, porém, que o SP Expo (Imigrantes), onde acontece a Campus Party 2015, possui cisterna grande o suficiente para abastecer a população geek. “Não haverá falta de água aqui. Não teremos campuseiros sem tomar banho”, brincou o CEO da Campus Party.

Melhorias
Depois de encarar filas, cadastrar PCs e finalmente entrar na festa, o campuseiro deve se surpreender, positivamente, com o que verá. Antes reduzida, a área dedicada a ele aumentou este ano enquanto o estandes de patrocinadores perderam espaço e ficaram menos invasivos.

Pela primeira vez, a comida buffet passa a ser uma opção na Campus Party, embora o espaço para os tradicionais fast-food continue lá, ainda que com menos destaque. Na novidade, por R$ 35, o campuseiro pode comer e beber à vontade.

Os banheiros, que tiveram longas filas nos últimos anos, parecem mais tranquilos este ano – embora talvez ainda seja cedo para elogiar. Mesmo os seguranças, que agiam com certa truculência, estão mais tranquilos e educados, graças, em parte, à constante presença da organização que intermedeia o contato entre os ‘homens de preto’ e os ‘nerds’.

Abertura
Houve quem chegasse às 5h da manhã para guardar lugar na fila, mesmo que abertura oficial para os campuseiros estivesse prevista para o meio-dia. Após longa espera, muitos começaram a bradar “Abre! Abre! Abre!” e até “Sem violência!”, já que empurrões e safanões são quase inevitáveis em situações como essas.

Ragageles aproveitou a animação dos campuseiros para tirar fotos, selfies e dar as boas-vindas. Em uma das selfies, Valente acompanhou Ragageles, que já virou uma celebridade entre os nerds. Ambos foram celebrados com gritos como “Paco” e “Valente”.

Já estacionados em suas mesas, alguns campuseiros colocam músicas altas de ídolos pop como Bon Jovi e Guns ‘n Roses ou soltam o já clássico “Uou” para quebrar o silêncio. Sons de vídeos bastante populares como “Taca Le Pau” e “Turn Down For What” também são ouvidos repetidamente pelos corredores.

O evento começou nesta terça-feira (3) e termina no próximo sábado (7).

Antes de abrirem os portões, os nerds entoaram gritos como

Banquetas da Campus Party antes da entrada dos campuseiros
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