Durante a Consumer Electronics Show 2019 (CES), a fabricante centenária de motocicletas Harley-Davidson apresentou novos detalhes sobre a Livewire, a sua moto elétrica, um projeto que começou em 2014 e finalmente está prestes a render frutos com seu lançamento marcado para 2019.
Segundo a montadora, a Livewire tem como destaque o serviço H-D Connect™, um app que se conecta à motocicleta pela tecnologia sem fio 4G LTE e utiliza a tela do smartphone para trazer ferramentas de análise e interação ao piloto, tais como status e saúde da moto, alertas de revisão e, talvez o mais interessante: informações e notificações em tempo real de localização e violação do veículo. Basicamente, por meio desta conexão, o app notifica o usuário de onde a bicicleta está estacionada e, diante de qualquer movimento do veículo por parte de terceiros ou mesmo por acidente (um freio mal puxado na descida, por exemplo), o dono será alertado.
A Livewire é a motocicleta elétrica da Harley-Davidson, prometida para 2019 (Imagem: Divulgação/Harley-Davidson)
Falando em seu desempenho, a Harley-Davidson promete que a Livewire não vai decepcionar os motociclistas mais entusiastas do ramo: a moto vai de 0 a 100 km/h em menos de 3,5 segundos, cortesia de um torque que sobe a 100% de sua capacidade no momento em que o motor elétrico é acionado. Mais além, a Livewire não dispõe de embreagens e ou troca de marchas, e a frenagem gera absorção de energia cinética, recarregando a bateria e adicionando durabilidade à carga. Bateria esta, aliás, que dura cerca de 180 quilômetros de viagem em uma única carga.
“Estamos em um momento histórico da evolução dos transportes e a Harley-Davidson está na vanguarda”, afirma o CEO da Harley-Davidson, Matt Levatich. “A inovação que move o corpo e a alma sempre esteve no centro da nossa marca, e este próximo capítulo da nossa história é sobre a criação de produtos e oportunidades para pilotos e futuros pilotos de todas as idades e estilos de vida”, conclui.
A fabricante promete viagens de até 180 quilômetros com uma única carga na bateria da Livewire (Imagem: Divulgação/Harley-Davidson)
A Livewire é, segundo a empresa, a primeira de um novo portfólio de produtos da Harley-Davidson, que inaugura com ela a sua divisão de motocicletas elétricas, entrando em um mercado onde, para todos os efeitos, chega com atraso, haja vista a presença de outros exemplares fabricados por montadoras concorrentes, como a Kawasaki, que prometeu lançar a sua ZX1-EV em 2019. A ideia, segundo a empresa, é posicionar a Livewire como “parte dos objetivos estratégicos da Harley-Davidson de revigorar seus negócios nos EUA até 2027, acelerar o ritmo de crescimento internacional”.
A Harley-Davidson promete a Livewire para este ano nos mercados europeu e americano, com outras nações a serem servidas conforme a demanda. Não há informação específica sobre o Brasil, mas as notícias não favorecem o mercado nacional: em junho de 2018, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) anunciou o projeto “Rota 2030”, que prevê intensa redução de IPI e outros tributos para “automóveis e comerciais leves híbridos e elétricos”. Entretanto, em matéria publicada pelo site UOL, porta-vozes do ministério confirmaram que ele só contempla automóveis, não motocicletas.
A oferta de motos elétricas no Brasil limita-se a scooters de baixo desempenho, ao passo que marcas como Harley-Davidson, Kawasaki e BMW, aqui, ainda usam combustíveis fósseis e possuem preços elevados, posicionando-as no setor premium.
A Livewire traz conectividade com smartphones por meio de um app e conexão LTE de fábrica na moto: app mostra status e localização, além de enviar alertas de revisão, defeitos e serviços (Imagem: Divulgação/Harley-Davidson)
A Livewire vai de 0 a 100 km/h em menos de 3,5 segundos e possui torque dinâmico: assim que o motor é acionado, a moto atinge 100% de suas capacidades nominais (Imagem: Divulgação/Harley-Davidson)
Fonte: Canaltech
