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Empresa privada israelense pretende levar sonda à Lua em fevereiro




A humanidade vem explorando a Lua desde a década de 1960. Missões tripuladas, sondas orbitais e robôs exploratórios fazem parte dessa jornada mas, até então, somente agências espaciais estatais, regidas por seus respectivos governos, tiveram essa oportunidade. Mas a iniciativa privada está muito próxima de conseguir chegar à Lua, e a empresa israelense SpaceIL pode ser a primeira a conseguir este feito.

A empresa está trabalhando na missão Beresheet, com esta sendo a primeira missão privada a aterrissar uma nave na Lua — o que deve acontecer já em fevereiro de 2019. Essa nave, por sinal, será capaz de se impulsionar sobre o solo, dando “saltos” com seu motor de foguete.

Arte mostra a nave da missão Beresheet, da SpaceIL (Imagem: Oshratsl / Wikimedia Commons, CC BY-SA)

A empresa, fundada em 2011, fez parte da competição Google Lunar XPrize, programa da gigante que planejava premiar em US$ 30 milhões a primeira equipe financiada exclusivamente por fundos privados que conseguisse construir uma espaçonave e aterrissá-la com sucesso em nosso satélite natural. As regras também exigiam que o veículo percorresse pelo menos 500 metros na Lua e transmitisse imagens em alta definição de seu ambiente de pouso. O prazo final (que foi prorrogado algumas vezes) acabou encerrando sem nenhum vencedor, mas a SpaceIL não desistiu da ideia e, mesmo sem o prêmio da Google, continuou o desenvolvimento e a construção de sua espaçonave, tudo com fundos privados para tal.

A nave israelense carregará consigo instrumentos para medir o campo magnético da Lua, um refletor a laser fornecido pela NASA e uma “cápsula do tempo” cheia de artefatos culturais e históricos de Israel. A nave será lançada por um foguete Falcon 9, da SpaceX, junto a uma outra carga que a companhia de Elon Musk levará ao espaço (um satélite geoestacionário de comunicações). A nave Beresheet, então, acompanhará o satélite em sua jornada rumo à órbita da Terra, continuando a viagem por conta própria dali em diante.

Ao chegar à superfície da Lua, a nave deverá durar apenas alguns dias, pois não foi projetada para funcionar em longo prazo, como é o caso dos rovers da NASA que estão há vários anos em Marte. Ainda assim, a sonda israelense mostrará um modelo de negócios para uma missão com financiamento 100% privado capaz de pousar em outro mundo do Sistema Solar. Sendo assim, o conhecimento técnico da equipe, os dados científicos e técnicos obtidos pelos instrumentos da espaçonave, e o aprendizado de como missões espaciais podem ser executadas fora de programas governamentais trará insights valiosos para a indústria espacial, inspirando outras empresas a investirem em programas próprios no futuro próximo.

Fonte: Canaltech

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