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Facebook e YouTube correm para remover vídeos de atentado na Nova Zelândia




Um atentado terrível levou 49 pessoas à morte e feriu outras 20 em um ataque a duas mesquitas na cidade de Christchurch, Nova Zelândia. O autor de ambos os casos transmitiu ao vivo, por meio do Facebook, os dois episódios e, pela viralização da internet, uploads dos vídeos também foram feitos no YouTube. Em ação coordenada com as equipes de cibercrimes da polícia local, a Google e o Facebook dizem estar trabalhando às pressas para remover “o conteúdo violento” de seus canais.

A rede social de Mark Zuckerberg confirmou ter sido alertada pelas autoridades locais “pouco depois que a transmissão ao vivo começou”, agindo para remover não apenas os vídeos, mas também as contas do atirador no Facebook e Instagram. A rede também disse que está monitorando a publicação de posts sobre os ataques, removendo quaisquer publicações que sinalizem apoio ao criminoso. “Vamos continuar trabalhando diretamente com a polícia da Nova Zelândia à medida que suas investigações continuam”, disse Mia Garlick, porta-voz do Facebook no país.

Por meio de sua conta oficial no Twitter, o YouTube prestou condolências aos feridos, familiares e entes queridos dos assassinados e ressaltou seu empenho em medida similar: “Nossos corações estão partidos por causa da terrível tragédia ocorrida hoje, na Nova Zelândia. Por favor, saibam que estamos trabalhando incessantemente para remover todo e qualquer conteúdo violento”.


Dois ataques, muitos mortos

Na madrugada desta sexta-feira (15), no horário de Brasília, um homem que se identificava como “Brenton Tarrant” em uma conta (já desativada) do Twitter invadiu duas mesquitas e abriu fogo contra seus religiosos, matando 49 pessoas e ferindo outras 20. Ambos os ataques foram transmitidos ao vivo pelo Facebook. Segundo a polícia, o autor estaria usando um capacete com uma câmera acoplada. A mídia toda tem cerca de 17 minutos de duração.

O homem em questão tuitava fotos de armas de fogo semiautomáticas em sua conta na rede de microblogs e chegou a enviar e publicar, em um fórum de usuários conhecido por suas controvérsias, um manifesto de pouco mais de 70 páginas, identificando-se como “fascista”. O primeiro-ministro da Austrália, o conservador Scott Morrison, descreveu o atirador, que tem cidadania australiana, como “um terrorista extremista da direita”. Já a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, chamou o episódio de “atentado terrorista”.

Em sua transmissão, o atirador fez diversas referências, citando jogos como Spyro The Dragon e mencionando a ativista política conservadora dos EUA, Candace Owens. Ele também brincou, pedindo que os seus espectadores assinassem o canal de Felix “PewDiePie” Kjellberg. O youtuber dono do segundo canal mais popular do mundo, que já esteve envolvido em problemas por postagens antisemitas que ele próprio chamou de “sátiras”, publicou posts em suas contas oficiais: “Acabei de saber dos relatos devastadores vindos de Christchurch, Nova Zelândia. Eu me sinto absolutamente enojado de saber que meu nome foi proferido por essa pessoa. Meu coração e preces estão com as vítismas, famílias e todos os afetados por essa tragédia”.

Segundo a BBC, a polícia neozelandesa prendeu quatro pessoas — três homens e uma mulher — suspeitas de terem participação nos ataques — um deles, inclusive, já foi formalmente acusado de homicídio. O atirador ainda não foi identificado e as autoridades não sabem dizer se ele faz parte do grupo preso.

Leia a matéria no Canaltech.

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