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Governo vai criar espécie de WhatsApp para conectar ministros e parlamentares




O governo de Jair Bolsonaro (PSL) quer criar uma rede social privada para ministros e parlamentares nos moldes do WhatsApp. Assim, o governo poderá manter um canal direto de comunicação com congressistas. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (27).

A rede social ainda reuniria informações sobre o “comportamento político” dos deputados. Será possível acessar o histórico de atuação de políticos em votações, o andamento de emendas e quem indicou quem para o governo.

“Vai ser um aplicativo interno em que todo mundo vai poder entrar: parlamentares e ministros, uma coisa legal. A ideia é mostrar, por exemplo, quais programas há na ação social, na saúde, e aí os deputados vão ver os programas, poder passar para os prefeitos, divulgar, tendo acesso online”, explicou o secretário especial para a Câmara, Carlos Manato ao jornal O Globo.

Segundo a reportagem, a ideia gerou certo desconforto em Brasília. Os parlamentares entendem que o governo pode utilizar os dados para pressioná-los. Alguns até sugerem que a iniciativa é uma “espionagem”. Poucos acreditam na efetividade da rede social.

Também existem preocupações com a possibilidade da inclusão de dados pessoais, como de cônjuges e filhos. Interlocutores do governo negam que o aplicativo vá reunir tais informações.

De acordo com O Globo, o aplicativo ainda está em fase de elaboração e é coordenado pela Casa Civil, que não se manifestou oficialmente sobre o tema.

A novidade pode ser um alívio para Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que tenta convencer Bolsonaro a utilizar um telefone criptografado. Ele insiste em manter um celular comum. Uma das razões da recusa é que celulares com o sistema de segurança impossibilitam o download de redes sociais como o WhatsApp e o Twitter.

Como o aplicativo será criado por um órgão do governo, poderiam ser adicionadas camadas de segurança especiais.

Apesar da criptografia do WhatsApp, foi pelo aplicativo que vazou um áudio de Michel Temer sobre o impeachment de Dilma Roussef, provocando uma crise no ex-governo. Mais recentemente, três gravações vazadas da plataforma desmentiram o atual presidente – as gravações mostram conversas entre Bolsonaro e Gustavo Bebianno sobre a rotina governamental. Os áudios foram obtidos por VEJA. Até então, o presidente negava as conversas que ocorreram após a notícia sobre o esquema de candidaturas laranjas do PSL revelada pela Folha de S. Paulo.

Fonte: Canaltech

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