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Instagram começa a remover conteúdo “levemente” inapropriado




Em uma medida que promete deixar apreensivos diversos influenciadores, o Instagram alterou sua rotina de moderação e passou a remover, ou deixar de promover, conteúdos que a rede defina como “levemente inapropriados”, que não necessariamente estejam em violação dos termos de uso da plataforma, mas que mesmo assim apresentem um certo teor de mau gosto.

Em outras palavras: um meme que não configure discurso de ódio, mas tenha uma piada eticamente condenável, pode ser removido. O mesmo vale para posts sensuais: ainda que uma foto ou vídeo não mostre um ato sexual explícito, o contexto da publicação pode levar o Instagram a tomar medidas cabíveis.

Da forma como o Instagram se refere à novidade, dá a entender que a preferência será pela manutenção do conteúdo (ou seja, é difícil haver uma exclusão), mas os algoritmos da rede não vão se empenhar em promovê-lo, o que pode dificultar o engajamento do post e a aquisição de novos seguidores a partir dele.

A medida foi anunciada em coletiva de imprensa no quartel-general do Facebook (dono do Instagram) em Menlo Park, na Califórnia. Eles até mostraram exemplos de posts em que a nova diretriz pode ser aplicada.

Posts que não necessariamente violem os guidelines do Instagram ainda podem sofrer moderação e censura se apresentaram mau gosto (Imagem: Reprodução/Techcrunch)

“Começamos a usar machine learning para determinar se a mídia postada é elegível para ser recomendada para a nossa comunidade”, disse o líder da unidade de produto para a aba Discovery do Instagram, Will Ruben. Segundo o executivo, a empresa está treinando moderadores para classificar conteúdos como elegíveis ou não, e a partir dessa classificação, algoritmos de inteligência artificial vão aprender a realizar essa ação automaticamente.

O Instagram não mencionou isso na ocasião, mas a situação pode derivar de um episódio vivido pela empresa ao final do mês de março: o notório conspiracionista Alex Jones publicou em seu perfil uma caricatura do jogo Monopoly (“Banco Imobiliário”, aqui no Brasil), onde o tabuleiro era mantido no alto sendo erguido por diversos escravos negros, enquanto a parte de cima dele mostrava seis figuras de aparência judia.

O post de Jones trouxe enorme discussão entre os próprios funcionários de moderação, haja vista que, inicialmente, o post foi considerado passável, sem violações ao código de uso do Instagram. Entretanto, colaboradores de moderação no Reino Unido ressaltaram que a mesma imagem rodou a Europa e, lá, levantou diversas discussões. O post acabou revisto e excluído.

Fonte: Canaltech

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