Ciência & Tecnologia

Melhoria de serviços e fim da voz ditam o futuro das teles




Melhorar a rede e os serviços. Esse foi o tema do painel sobre o futuro das telecomunicações realizado nesta terça-feira no Futurecom, evento que discute os rumos do setor. Com participantes da TIM, Telefónica, Qualcomm e Alcatel-Lucent, o painel lotou a sala principal de conferência do evento e teve a mediação do jornalista do Manhattan Connection, Caio Blinder.

“Sem uma rede apropriada, o iPhone virá apenas um aparelho bonito. Não adianta apenas vender o aparelho, é preciso dar redes com qualidade. Isto é algo que o Netflix e o Spotify tiveram que ver para melhorar seus serviços”, disse Tim Krause, diretor de marketing da Alcatel-Lucent, que ainda abordou a importância de uma rede para um país em desenvolvimento, que estaria interligada com os cidadãos. “A rede não é mais uma rede local. Se eles querem que seu cidadão interaja globalmente e faça parte da economia, eles precisam investir em conectividade”.

O discurso ainda é enfatizado por Carlos Lopez Blanco, responsável pelos assuntos regulatórios da Telefónica. “Dez anos atrás o negócio eram as operadoras. Agora o negócio é dar os serviços”, disse Blanco. “As redes em si estão mudando. Por isso estamos trabalhando para dar a melhor qualidade de rede aos nossos clientes”.

Sobre a disputa que as operadoras de telefonia sofrem com a internet e os seus aplicativos de smartphones, o presidente-executivo da Telecom Italia é categórico. “Nós queremos que o Facebook e o YouTube sejam prósperos em seus negócios, mas o problema é que o serviço que nós vendemos eles dão graça”, disse o executivo italiano. “Mas eles estão certos, estão jogando de acordo com as regras”, completou o CEO afirmou que a legislação para empresas de internet é muito mais flexível que para as teles.

Na continuação, Patuano dá um exemplo como a internet é mais fraca nesse gênero.”Se você tem uma conta de e-mail do Gmail e quer migrar para o Yahoo com seu histórico, não pode. Porém, se você tem uma conta da Vivo e quer fazer portabilidade por completo para outra operadora pode”.

Blanco emenda na fala de Patuano. “Recentemente o WhatsApp caiu duas vezes. Imagina se a Tim ou a Vivo caem por dois dias?”

Por outro lado, Cristiano Amon, presidente da linha de semi-condutores da Qualcomm, afirma que com a internet das coisas outros vetores tem podencial de crescimento. “No modo tradicional o consumidor tem um aparelho que transmite apenas um dado. Agora você tem um aparelho que transmite uma gama de dados”.

Ele citou como exemplo informações sobre um motorista de carros que pode ser usado por outras empresas, como seguros.

A voz está morta
Outra temática bastante abordada na mesa redonda foi o fim da telefonia baseada na voz. Para os líderes das telecomuncações, o telefone é muito mais que um apenas um aparelho para conversar. “Vamos ser claros, a telefonia de voz está morta. Se alguém quiser basear o seu negócio nisto deve ser despedido”, disse Patuano.

Para Tim Krause, o futuro das telecomunicações está baseado no vídeo – embora ainda não exista um modelo de negócios das teles baseado nisto – para ele é o que trás a grande mudança do nosso período, e isto passapela mudança do setor. “

Nós precisamos dar a melhor experiência do consumidor”, disse Krause. “Se você puder convencer o consumidor que a sua experiência é a melhor, você terá mais possibilidades no mercado”.

Carlos Blanco ainda ressalta que não apenas o vídeo será a força motriz, mas o “conteúdo midiático” em si., aposta que a Telefónica tem realizado na Espanha e na América Latina.

Futuro “esquizofrênico” das teles
Cristiano Amon aborda que o futuro das teles deve ter uma relação de respeito com a internet, em especial com os desenvolvedores.

“Não podemos subestimar a capacidade dos desenvolvedores. Hoje você cria um aplicativo de fitness, mas na verdade isso tem potencial para ser um aplicativo de saúde e rastrear pacientes com problemas graves”.

Já para Marco Patuano, as companhias de telecomunicações devem ser “posisitvamente esquizofrênicas”, com as empresas sabendo agregar o desenvolvedor de “tatuagem” e o engenheiro “engravatado” no mesmo teto.

Para Carlos Blanco, o futuro passa pela “regulação e pela tecnologia correta”.

Por fim , Tim Krause aborda que o “poder de escolha do usuário” vai decidir o futuro. “Caberá ao usuário escolher o futuro da rede (de telecomunicação).

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