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Diferença de gêneros na ciência da computação só deve acabar em 100 anos




Diferença de gêneros na ciência da computação só deve acabar em 100 anos - 1

Um novo estudo da Cornell University projeta que a diferença de gênero na ciência da computação ainda está um século longe de acabar. O estudo se baseou no número de pesquisas produzidas por homens e mulheres em todo o mundo e cravou o ramo computacional como um dos mais atrasados.

A pesquisa levanta 2,87 milhões de artigos, em quase 50 anos de trabalhos científicos em ciência da computação, desde a década de 1970 até o ano passado. Com isso, o grupo projetou que, pelo menos, antes de 2100, não haverá paridade no ritmo em que os estudos se encontram.

“Sob nossos modelos de projeção mais otimistas, a igualdade de gênero está prevista para ser alcançada em 2100, e significativamente depois disso, levando em conta suposições mais realistas”, aponta o estudo. “Em contraste, a paridade está projetada para ser alcançada dentro de duas a três décadas na literatura biomédica. Nossa análise das tendências de colaboração em ciência da computação revela taxas decrescentes em colaboração entre autores de diferentes gêneros”.


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Evolução da pesquisa de mulheres sobre ciência da computação (Foto: Divulgação/Arxiv.org)

Na média, essa igualdade pode ser alcançada somente em 2200, diante de gráficos expostos pelo grupo. De acordo com o trabalho, entre as possibilidades mais prováveis, essa meta seria alcançada somente em 2137.

A biomedicina, citada pelo estudo, tem projeção para o ano de 2048, sendo que atualmente 38% dos pesquisadores da área já são mulheres. No caso da ciência da computação, apenas 27% estão atuando no setor.

“Isso afeta o campo como um todo. Quando há uma falta de liderança em departamentos de ciência da computação, isso afeta diretamente o número de estudantes mulheres em curso e o número delas que vai entrar na indústria”, aponta Lucy Lu Wang, uma das pesquisadoras do Allen Institute for Artificial Intelligence, em Seattle.

O trabalho ainda está em acordo com outros estudo realizados na Austrália e Canadá que fazem uma projeção semelhante. Um dos motivos para que mulheres não participem tanto deste setor, segundo a pesquisa, é a falta de modelos, mentores e colaboradores do mesmo gênero. “Mesmo que ela escolha trabalhar com ciência da computação, pode terminar em uma escola e trabalhar em ambientes que são inóspitos para ela”, aponta Wan.

O estudo completo está disponível no site da Universidade de Cornell.

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Fonte: Canaltech

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