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Netflix não tem mais para onde crescer nos EUA, aponta pesquisa




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A Netflix pode não ter mais muito espaço para crescer nos EUA, de acordo com relatório divulgado pela empresa de consultoria de mercado PricewaterhouseCoopers (PwC). Segundo os números divulgados, a empresa de streaming obteve 1,74 milhão de novos clientes no primeiro trimestre de 2019, chegando a um total de 60,2 milhões de usuários pagantes do serviço.

O problema é que aumentos recentes no valor da assinatura do serviço no país, junto da iminente estreia de serviços concorrentes, estão minando os números da empresa. Segundo expectativa da própria Netflix, ela esperava atingir entre 60 e 90 milhões de usuários pagantes globalmente. Apesar de já estar dentro desta margem, foi por muito pouco. A Netflix projetou, devido ao aumento de preço, um ganho de 300 mil usuários para o segundo semestre. No ano passado, no mesmo período, foram cerca de 870 mil.

“A Netflix aparenta estar se aproximando de seu auge no que tange à aquisição de assinaturas nos Estados Unidos”, aponta o relatório Global Entertainment & Media Outlook 2019–2023 divulgado pela PwC nesta quarta-feira (5). “A vantagem primária, pela qual a empresa tem se capitalizado nos últimos anos, continua se erodindo conforme a indústria vai se fragmentando, com mais e mais novas empresas entrando no mercado, desde pesos-pesados da TV paga até players de nicho, especializados”.


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O CEO da Netflix, Reed Hastings, minimizou a entrada de empresas concorrentes durante conferência com investidores, mas relato de consultoria de mercado aponta que a gigante do streaming provavelmente vai sofrer perdas grandes no futuro próximo

Nos EUA, a receita do mercado de streaming como um todo atingiu a casa dos US$ 10 bilhões em 2018, com previsão de 12,3% de crescimento anual composto, elevando esse valor para US$ 17,8 bilhões até 2023. Entretanto, o setor de assinaturas de serviços de streaming sob demanda (SVOD), no mesmo período, deve cair mais que a metade: de 19,1% em 2018 para 9,7% em 2023.

Diante desse quadro, a Netflix está prestes a encontrar uma competição bastante acirrada em um setor onde ela já foi a figura dominante: além do Prime Video, que está atuante desde 2006; bem como Hulu e HBO GO, a Disney deve estrear seu serviço Disney+ em novembro, com preço de US$ 7 mensais (nos EUA, a assinatura da Netflix sai por US$ 15). Não precisamos lembrar que a Disney, como proprietária da Marvel, Lucasarts e da área de entretenimento da FOX, tem um acervo gigantesco ao seu dispor.

Mais além, o serviço da Disney, apesar de estrear com “apenas” um quinto do catálogo atual da Netflix, chegará ao mercado com material que tem maior preferência do público: as séries da Marvel outrora na Netflix podem ser ressuscitadas no Disney+, segundo rumores. Sem falar nas produções já anunciadas: uma série protagonizada por Tom Hiddleston em seu icônico papel do deus asgardiano Loki, por exemplo, e o catálogo de base, com Os Simpsons e filmes da franquia Star Wars.

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O Disney+, serviço de streaming da Disney, conta com produções da Marvel, Lucasarts e FOX em seu catálogo, reunindo o material de maior interesse do público

Outras empresas que estão ensaiando suas estreias no setor incluem a Warner Media, a Comcast e a Apple. A Warner possui licenciamento de filmes da DC (embora a própria DC já conte com o DC Universe, o seu próprio serviço), além de alguns conteúdos produzidos pela HBO, Turner Media e a própria Warner Bros. A Comcast é dona da NBC e o serviço NBCUniversal deve chegar em 2020. Já a Apple programa para o final do ano o seu próprio serviço de streaming — Apple TV+ — com conteúdos licenciados de todos esses e algumas produções próprias.

O estudo Global Entertainment & Media Outlook 2019–2023 foi compilado com depoimentos de membros da indústria de entretenimento dos EUA.

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Fonte: Canaltech

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