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Você já vive em uma sociedade 5.0 — mas ainda não está preparado




Você já vive em uma sociedade 5.0 — mas ainda não está preparado - 1

*Por Camila Bernardinelli

Há alguns anos, o Primeiro Ministro do Japão divulgou um plano de crescimento para o país que contemplava um modelo estratégico para transformar a nação em uma Sociedade 5.0 — incluindo planos específicos para a integração profunda de tecnologias de ponta a favor da sociedade, que está cada vez mais idosos. Nos trópicos, ainda estamos nos adaptando à revolução 4.0, sem perceber que essa nova dinâmica de produção é apenas uma passo necessário para o que vem a seguir.

Nada mais é distante atualmente, muito menos viver em uma Sociedade 5.0, mas já está em nossas mãos, literalmente. Assistir séries pela plataforma Netflix, pegar um Uber, ter conta no Nubank, ou receber comida em casa pelo iFood são os primeiros indícios de uma nova dinâmica social baseada em serviços que promovam o bem-estar coletivo ou, ao menos, popularizando certos hábitos.


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Aqui estamos falando, basicamente, de tecnologia, mas tudo integrado a favor da sociedade, do ser humano. Como? Com algoritmos, IoT, Inteligência Artificial, Big Data, Drone, criptomoedas, Blockchain, robôs, chatbots, Realidade Aumentada, entre outras conquistas da ciência dos últimos anos que estão dentro dessas empresas. Esses termos parecem estar relacionados apenas à revolução 4.0 e, no geral, estão mesmo. No entanto, ultrapassaram as aplicações apenas para a produtividade e ganham espaço para o desenvolvimento de soluções que visam o social, o bem estar humano, a preservação do meio-ambiente.

O grande salto da sociedade 5.0 é que a tecnologia deixou de ser utilizada apenas para melhorar outras tecnologias e gerar lucratividade financeira, o ser humano, o bem-estar social e o planeta passam a ser o foco de inovações e transformações. Por exemplo, com apps que podem ajudar a saúde, o transporte, o acesso à cultura. E esse é apenas o início de um diálogo que nos reservam outras novidades.

Na ponta dessa revolução estão as startups. Na última edição do evento Start Se, em São Paulo, as apresentações das empresas/startups do Brasil e do exterior nasceram por motivos sociais e não apenas lucrativo, mas que atualmente se tornaram gigantescas, formam estudos de caso alucinantes e que deixam explícitos o novo modelo de empreendedorismo de sucesso. A preocupação da nova geração é nítida: as empresas do Vale do Silício querem uma sociedade melhor, um meio ambiente preservado e facilitar a vida das pessoas. Outro exemplo é a startup Finless Foods, em Berkeley, na Califórnia (EUA) que criou um tipo de “atum” composto por células criadas em um banco de laboratório. O bioquímico e biólogo molecular Mike Selden, 26 anos, pesquisou uma forma de substituir a iguaria por uma que não prejudicasse sua espécie. Ou seja, sem nenhum peixe retirado do mar.

Yoko Ishikura, professora emérita da Universidade Hitotsubashi, em Tóquio, em sua palestra de abertura do IT Forum 2019, mostrou a relevância de criar valor em tudo o que é feito, especialmente em uma sociedade que precisa pensar mais na qualidade de vida e na humanização dos processos.

Toda tecnologia vem se esforçando para buscar soluções para tudo do nosso dia a dia, como hoje achamos natural ir e voltar do supermercado de Uber ou com o nosso carro, em breve o mercado ou a feira poderá estacionar na porta de casa a bordo de automóveis autônomos, assim como já está sendo testado na China e nos Estados Unidos.

É claro que todo progresso acompanha a necessidade de novas legislações, novos erros e acertos, mas o futuro nos reserva muitos desafios, mas muito mais oportunidades. E para isso termino com a frase de Alvin Toffler, escritor e futurista, que se encaixa perfeitamente para o momento: “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender”.

*Camila Bernardinelli é gerente de marketing da Teleinfo Soluções

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Fonte: Canaltech

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