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Netflix fecha 2018 com números fortes e diz que Fortnite é grande concorrente




Números hiperbólicos, como praticamente toda a sua atuação, foram liberados pela Netflix nesta quinta-feira (18), referentes ao quarto trimestre de 2018. Os resultados mistos já eram esperados, com a companhia batendo com folga as expectativas do mercado em relação ao número de assinantes, mas deixando um pouco a desejar quando o assunto são os lucros totais e marcando um ano de grandes investimentos em produções originais que, claro, acabaram afetando o faturamento.

Os gastos maiores levaram a um lucro de US$ 4,19 bilhões, contra uma expectativa de US$ 4,21 bilhões, justamente por causa dos trabalhos com produções próprias e, também, a expansão para novos países. Esse segundo quesito, entretanto, mostrou seu resultado, já que a Netflix teve um grande crescimento no número de usuários internacionais. No total, o terceiro trimestre de 2018 trouxe mais 7,31 milhões de assinantes em todo o mundo, enquanto a expectativa era de 6,14 milhões.

Nos EUA, terra-natal do serviço e ainda um de seus mercados mais importantes, o crescimento não foi tão acelerado assim. São 1,53 milhão de pessoas usando o serviço no país, contra uma expectativa de 1,51 milhão, e uma noção de que uma saturação em potencial pode estar sendo atingida por lá. Essa ideia, junto com os lucros ligeiramente abaixo do esperado, levou a uma queda de 4% nas ações da Netflix em negociações após o fim do pregão.

Não que os acionistas estejam chateados, já que os ganhos por cota foram de US$ 0,30 entre outubro e dezembro, contra os US$ 0,24 que eram esperados pelo mercado. A ideia, contudo, é que a plataforma pode estar sofrendo com a concorrência de outros serviços, principalmente em países emergentes. De acordo com os números oficiais, a Netflix é responsável, hoje, por 10% do tempo de consumo de entretenimento gasto pelos americanos, com totais pouco menores em outros países devido à baixa penetração.

No relatório, entretanto, não foram nomes como HBO ou Amazon os citados como grandes rivais, mas sim, Fortnite, a grande febre dos jogos online. No texto, a Netflix afirma que a guerra pela atenção dos usuários se dará, também, fora do campo do conteúdo por streaming, com jogos online e serviços de internet também competindo pelas preciosas horas de lazer das pessoas.

Outros concorrentes também foram citados, como o YouTube. A empresa disse ter visto um pico de visualizações pelos poucos minutos em que a plataforma da Google saiu do ar globalmente, em meados de outubro. Por outro lado, a Netflix disse não estar preocupada com a chegada do Disney Plus, serviço de streaming da rival, ou com as novas propostas de outros nomes do mercado, mas sim em entender exatamente o que o assinante quer e entregar a ele propostas que aumentem sua permanência diante da tela. Para o serviço, essa é a principal métrica a ser trabalhada, acima de faturamentos ou números totais de assinantes.

Para 2019, a estreia da terceira temporada de Stranger Things é vista como um grande alavancador de números. A Netflix também elogiou o desempenho de Bandersnatch, o episódio interativo de Black Mirror, e disse estar estudando mais propostas interativas dessa categoria.

Por outro lado, a companhia também anunciou um aumento no preço das assinaturas para diversos países do mundo (o Brasil, pelo menos por enquanto, está de fora) e uma ênfase menor na gratuidade de um mês, concedida a todas as contas novas, como uma vantagem. O objetivo, agora, é atrair usuários e, acima de tudo, mantê-los interessados com as propostas disponíveis no serviço.

Fonte: Canaltech

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