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ONGs pedem que empresas não vendam tecnologia de análise facial para o governo




Um grupo de 90 ONGs, associações e coletivos americanos divulgaram uma carta aberta a empresas como Microsoft, Google e Amazon, pedindo que elas não vendam suas tecnologias de rastreamento facial para o governo. De acordo com os ativistas, tal ato poderia levar a uma nova onda de vigilância ostensiva e monitoramento de indivíduos seguindo apenas critérios ideológicos e raciais.

Na visão do grupo, o momento atual é de encruzilhada e a decisão tomada pelas grandes companhias nos próximos meses deve definir o comportamento de toda uma geração que está por vir. A diferença, acreditam os ativistas, é entre uma vida tranquila e com liberdade ou a noção de estar sendo monitorado o tempo todo e por motivos como a cor da pele, etnia, religião ou a participação em protestos.

Assinam a carta organizações como a União Americana das Liberdades Civis (ACLU), a Electronic Frontier Foundation (EFF) e o Centro de Educação e Serviços Legais para Imigrantes e Refugiados (RAICES), além de outros grupos relacionados ao ativismo político e defesa de direitos individuais. Universidades também fazem parte da iniciativa, que também pede mais cuidado das companhias na hora de trabalhar com tecnologias desse tipo.

No texto, os autores também pedem que as companhias parem de trabalhar de forma a corrigir problemas e falhas no reconhecimento facial apenas quando eles são escancarados pelo público. Essa abordagem pode levar a explorações maliciosas por organizações governamentais, mesmo que tal uso não tenha sido exatamente a intenção original das plataformas.

É uma visão com a qual a Amazon, pelo menos, concorda. Apesar de já ter estampado as páginas dos noticiários por, supostamente, estar negociando suas tecnologias de reconhecimento facial para o FBI e outras agências, o CEO Jeff Bezos já disse que isso somente seria feito depois que todas as “aberturas” fossem solucionadas. Isso, entretanto, não impediria a realização de parcerias, mas apenas a efetiva transferência de softwares para as instituições.

Enquanto isso, a Google, recentemente, abandou uma concorrência que envolvia o fornecimento de infra-estrutura cloud para o Pentágono, a central de inteligência do governo dos Estados Unidos. Nenhuma das três companhias citadas na carta aberta, entretanto, se pronunciou diretamente sobre o assunto.

Fonte: Canaltech

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