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Próxima pessoa a pisar na Lua e a primeira a ir para Marte serão mulheres




O único mundo além da Terra em que a humanidade colocou os pés até hoje foi a Lua — o que aconteceu somente com as missões Apollo no final da década de 1960 e até meados dos anos 1970. Desde então, tanto a NASA quanto as demais agências espaciais do mundo se dedicaram a estudar o restante do Sistema Solar, também lançando telescópios espaciais para estudar o restante do universo e também investindo pesado na presença de astronautas no espaço, especificamente na órbita da Terra com a Estação Espacial Internacional (ISS). Agora é hora de não somente retornar à Lua — com a NASA pretendendo levar pessoas para lá de novo no ano de 2028 —, como também levar a exploração espacial a um outro patamar fincando os pés em outros planetas, como Marte.

Não é de hoje que a NASA vem falando sobre seus planos de levar astronautas ao Planeta Vermelho, e é fato que isso ainda não aconteceu tanto por limitações tecnológicas e financeiras, quanto por ainda não sabermos exatamente quais são os riscos à saúde e à vida desses primeiros colonizadores espaciais. Mas também é fato que a ciência vem trabalhando incansavelmente para transformar esse sonho em realidade, e Jim Bridenstine, atual administrador da agência espacial dos Estados Unidos, está falando mais sobre o programa Moon to Mars, pelo qual a agência não somente retornará à Lua, como usará nosso satélite natural como uma “paradinha no meio da estrada” a caminho de Marte.

Em entrevista concedida nesta semana, Bridenstine garante que, nesta próxima ida à Lua, desta vez “não vamos deixar bandeiras e pegadas e depois não voltar por mais 50 anos”, pois a ideia é que esse retorno lunar seja feito de maneira sustentável. Ele segue dizendo que “desta vez, quando formos, vamos para ficar, o que significa que precisamos de parceiros comerciais e parceiros internacionais”. Bem, isso já está acontecendo, pois, além da NASA, agências espaciais como a europeia ESA e a chinesa CNSA também têm seus planos de levar astronautas à Lua, e há várias empresas privadas com planos ambiciosos em relação ao nosso satélite natural, dispostas a trabalhar em conjunto com as agências espaciais estatais — e uma delas é a SpaceX, que já é parceira da NASA no envio de cargas à ISS e acaba de realizar o primeiro voo de teste com a nave Crew Dragon, que no ano que vem levará astronautas à estação espacial no lugar da nave russa Soyuz. Ainda, a SpaceX tem foguetes reutilizáveis, que tornam os lançamentos mais baratos, o que será crucial para manter a presença humana constante no espaço.

Nave Crew Dragon da SpaceX, capaz de fazer voos tripulados (Imagem: NASA)

Voltando ao retorno da humanidade à Lua, desta vez, pode ser que falar sobre “o homem na Lua” seja algo bastante equivocado, já que Bridenstine disse, na entrevista, que “é provável que seja uma mulher a primeira pessoa a retornar à Lua e é verdade que a primeira pessoa a ir para Marte provavelmente será uma mulher”. Vale ressaltar que, no final de março, a primeira caminhada espacial feita apenas por astronautas mulheres acontecerá no exterior da ISS. “Estamos ansiosos pela primeira mulher na Lua”, disse o administrador.

Bridenstine também falou sobre o Space Launch System (SLS), novo e poderoso foguete que a NASA vem desenvolvendo há vários anos e que, na verdade, já deveria estar pronto. Mesmo que com o orçamento previsto para o ano fiscal de 2020 somente seja possível construir a versão menos potente do SLS, ele ainda assim será mais capaz do que os melhores foguetes da atualidade. Contudo, ele não é reutilizável, e seu custo por lançamento é muito superior ao custo de voos com foguetes da SpaceX, que já virou especialista em foguetes reutilizáveis.

Conceito do SLS (Imagem: NASA)

Sendo assim, a construção da estação Gateway, que ficará na órbita da Lua e será essencial para a presença constante da humanidade em nosso satélite natural, servindo também como pit stop para futuras viagens espaciais (como a para Marte, como parte do programa Moon to Mars), dependerá dos foguetes da SpaceX, provavelmente, com o SLS não sendo usado nessa empreitada. “Precisamos de um foguete poderoso para colocar isso em prática e precisamos da capacidade de reutilização para reduzir o custo e aumentar o acesso à superfície da Lua”, declarou Bridenstine.

Fonte: Canaltech

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