Ciência & Tecnologia

Selfies: fenômeno dá dinheiro e vira ferramenta de marketing




Um fenômeno cultural e ferramenta de publicidade. Estamos falando das selfies, os antigos autorretratos que existem há tempos, mas que viralizaram nos últimos anos com as câmeras dos smartphones e com as redes sociais. O tipo popular de fotos faz celebridades, atletas e blogueiros ganharem milhões em contratos com marcas para exibirem produtos em suas fotos no Instagram ou Facebook. E “pessoas comuns” também podem lucrar com isso, por que não? Há casos de não celebridades que conseguiram contratos de publicidade e até de modelos por causa de suas selfies.

Um caso recente aconteceu na Austrália, quando Charles Levi, de 17 anos, conseguiu um contrato de modelo por conta de suas selfies no Instagram. Na Dinamarca, por exemplo, o adolescente Benjamin Lasnier criou uma conta na rede social em 2012 e logo atraiu muitas curtidas e seguidores com suas selfies, já que se parece com o cantor Justin Bieber. Atualmente, Lasnier tem mais de 1 milhão de seguidores e conseguiu um contrato com a gravadora Sony, segundo o site Mashable. Além disso, diversas marcas pagam o adolescente para aparecer em suas fotos.

É comum ver fotos de famosos com produtos de beleza, roupas e acessórios de marcas e produtos de fitness em suas contas nas redes sociais. “Uma série de marcas usam celebridades para endossar o produto desde sempre, e as redes sociais oferecem uma intimidade e segmentação maior desse conteúdo. Você escolheu seguir aquela pessoa e participar da vida daquela pessoa”, explicou o diretor da área digital da agência de marketing e publicidade Ogilvy & Mather no Brasil, Daniel Tártato.

O especialista também comentou sobre as pessoas “comuns” que começaram a fazer sucesso no Instagram, e que, por isso, têm contratos publicitários com diversas marcas: “são pessoas que começaram a aproveitar a audiência dos canais próprios, como a Bella Falconi e a Gabriela Pugliesi (que promovem conteúdo de fitness em seus perfis). Não é só sobre selfies, mas o conteúdo que elas geram delas mesmas que desperta o interesse do público, e elas passam a deixar de ser pessoas para se tornarem veículos de comunicacão. Essas meninas têm quase 1 milhão de seguidores no Instagram, um alcance que se torna comparável com o de veículos”, afirmou.

Para o diretor de criação da agência de publicidade WMcCann, Fernando Penteado, a moda das selfies pode não durar muito. “É mais um desses fenômenos da internet, não existia antes e agora passou a existir. Acredito muito claramente que a selfie vai ser tradicional e deixar de ser considerada um fenômeno do ponto de vista do marketing”, opinou.

“As marcas têm que aproveitar esse ‘timing’, depois que a poeira baixar, a selfie vai ser uma coisa muito mais funcional do que comercial. Acho que estamos no auge para descendente quando falamos em utilização comercial. O ápice foi no Oscar, com a selfie da apresentadora Ellen Degeneres, que gerou muita conversa e a repercussão foi gigante para a Samsung”, relembrou Penteado.

Na área de marketing esportivo, as selfies também têm sido uma estratégia. Jogadores de futebol, como Neymar Jr., promovem marcas como a Beats Electronics, fabricante de fones de ouvido comprada recentemente pela Apple. “As empresas logo perceberam que esse conteúdo é de interesse e viram uma oportunidade comercial. Jogadores e atletas são formadores de opinião e muitos deles, embaixadores das marcas, patrocinados por elas”, afirmou o diretor da Wolff Sports & Marketing e especialista em marketing esportivo, Fábio Wolff. “É um negócio que traz retorno atualmente e os clientes estão bem satisfeitos em relação a isso, vem funcionando bem”, completou.

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