Ciência & Tecnologia

Você já viu um pixel morto?




Se você já notou um ponto preto ou brilhante numa tela LCD que não sai do lugar nem com reza brava, ele pode ser um fenômeno conhecido como pixel morto (dead pixel) um problema que, em muitos casos, não é coberto pela garantia do fabricante do monitor.

Para quem não sabe, as telas LCD são formadas por milhões de pontos de imagem (ou pixels), cada um deles formados por três “sub-pixels” nas cores vermelho, verde e azul que brilham com maior, ou menor intensidade, formando assim as cores da tela.

Como cada um desses subpixels são controlados por transístores, caso um deles esteja em curto, seu ponto deixa de funcionar corretamente, ficando sempre ligado ou sempre desligado. Note que, no exemplo abaixo, a falta da cor verde não é notada quando este ponto apresenta cores mais próximas ao vermelho ou ao azul.

A parte mais polêmica dessa história é que, como essas telas (com seus milhões de transístores) são fundidas numa única peça e de uma única vez, caso um úníco transístor saia com defeito, pode resultar em um pixel morto. E como isso passa pelo controle de qualidade do fabricante?

Aí das duas uma: ou o fabricante joga a tela inteira fora (compensando esse prejuízo nas telas 100 % boas, elevando assim o seu preço) ou adotam algum critério de tolerância, deixando passar alguns pontos ruins, desde que eles não interfiram demais na experiência de uso do usuário. Veja por exemplo, o que diz um grande fabricante local no seu site sobre isso:

E olha o que seu maior concorrente diz em um de seus manuais do usuário:

Em defesa dessas empresas o que posso afirmar é que — pela minha experiência — já faz anos que não vejo um monitor LCD com um pixel morto, de modo que esses alertas funcionam mais como uma cláusula de proteção do fabricante. De qualquer modo, a única maneira que o usuário tem de se garantir de não adquirir um monitor com pixel morto é testar o produto na loja antes de levá-lo para casa. Um bom programa para isso é o UDPixel .

Fora isso, minha impressão é que, além da melhoria no processo de fabricação, os fabricantes priorizam o uso de telas 100% boas para os produtos de consumo (como TVs e monitores), direcionando as telas com algum pixel morto para outras aplicações nas quais o fato não vai fazer muita diferença, como letreiros eletrônicos, quadros de avisos para terminais de aeroporto, sistemas de video-wall, etc.

Agora, existe algum jeito de consertar um pixel morto? Pela minha experiência não, mas existem relatos na web que afirmam que muitos conseguiram reverter esse problema utilizando métodos que, para mim, são mais um exercício de fé do que uma solução propriamente dita . Isso porque alguns até beiram o exoterismo — como massagear o ponto com defeito, dar pancadinhas leves, exercitar o ponto com programas e até dar descargas elétricas com disparadores piezo-elétricos, como aqueles (tipo Magiclick) que usávamos para acender fogão.

Eu não endosso nenhum desses métodos, mas quem quiser tentar, que o faça por sua conta e risco.

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