Ciência & Tecnologia

Como pegar ladrões com ajuda de app gratuito




A advogada Mia Nguyen estava sentada em seu escritório assitindo à transmissão em vídeo de sua casa, quando teve uma surpresa.

“Vi um homem na tela na minha sala de estar. Foi aí que liguei para a polícia.”

Alertada por seu aplicativo Manything de que algo se movia em casa, ela se conectou à câmera para dar uma olhada. Seus cães estavam latindo no quintal havia 15 minutos – um comportamento incomum.

“Decidi manter o site no meu computador de trabalho”, diz. “Estava ficando cada vez mais desconfiada quando ouvi barulhos altos… pensei que poderia ser alguém da manutenção. Na verdade, era um ladrão tentando abrir as janelas.”

Quando viu a imagem do desconhecido na tela, Mia percebeu que precisava chamar a polícia.

“O homem passou cerca de dez minutos vasculhando minha casa. Acompanhei-o o tempo todo [enquanto estava] no telefone com a polícia”, disse.

“Quando finalmente percebeu que a câmera estava gravando, tentou fugir da minha casa. A polícia o apanhou quando ele estava saindo do quintal.”

Como pegar um ladrão

Ser assaltado é uma experiência horrível: e não só por ter pertences levados, mas pela sensação de que alguém esteve na sua casa, remexendo na sua gaveta de cuecas ou calcinhas. Sem falar na possibilidade de alguém levar objetos de valor sentimental que nenhum seguro será capaz de substituir.

É para esse mercado que operam as empresas que vendem caros sistemas de segurança residencial. Mas opções mais baratas estão se difundindo.

O sistema Manything, que Mia Nguyen inicialmente instalou em sua casa para monitorar seus cães, permite que qualquer iPhone, iPod Touch ou iPad antigos seja transformado em uma câmera acionada por movimento, que pode ser ativada remotamente por um aplicativo.

A versão gratuita permite gravação limitada com um único dispositivo, mas diversas opções pagas habilitam a conexão de mais dispositivos e de uma quantidade maior de vídeos que podem ser armazenados numa nuvem para serem assistidos mais tarde.

O sistema também é integrado ao serviço If This Then That (IFTTT, ou em português, o comando lógico de programação básica “Se isso, então aquilo”), que dispara um alerta de e-mail ou texto.

O cofundador do Manything James West disse que o ladrão da casa de Mia não é o único a ter sido flagrado pelo sistema. O aplicativo tem mais de 200 mil usuários em todo o mundo e armazena vídeos equivalentes a dez anos todos os dias, diz ele. Uma versão do aplicativo para Android deverá ser lançada em breve.

“Estamos cobrando por duas razões: é muito caro criar e manter um serviço de monitoramento de vídeo como o nosso”, explica.

“[E] as pessoas estão, com razão, preocupadas com alguns produtos que ganham dinheiro vendendo dados (de usuários) para anunciantes. Nós nunca faremos isso. Nosso modelo de negócios é ganhar dinheiro com a cobrança do serviço, embora sempre tenhamos uma opção gratuita que permita às pessoas experimentarem antes de comprar.”

Luzes, câmera, ação

Existem outros aplicativos disponíveis que podem transformar smartphones numa webcam com menos funcionalidades que as proporcionadas pelo Manything.

Mas caso você não tenha um telefone sobrando em casa, há outras opções disponíveis, como o novo monitor Withings Casa ou o sistema WeMo, da Belkin.

O WeMo permite controlar uma série de dispositivos conectados, como sensores de alarme, lâmpadas de LED e interruptores, através do celular. O sistema também está integrado ao IFTTT.

“Câmeras e, neste caso, câmeras de vídeo IP NetCam, são produtos relativamente simples mas extremamente versáteis, e um ponto de entrada muito comum para consumidores que querem ter uma casa conectada”, disse Peter Taylor, diretor de gerenciamento de produtos da WeMo.

O NetCam, da Belkin, também inclui um microfone que permite que você converse com pessoas ou animais de estimação na sala. A versão mais recente tem visão noturna infravermelha.

Cerca de 250 mil pessoas atualmente usam câmeras que são ativadas por movimento, disse a empresa. Usuários da conta premium podem gravar vídeos em uma nuvem de armazenamento de dados.

Mas Taylor admite que o sistema não foi criado para subtituir equipamentos sofisticados de segurança residencial. As empresas garantem que os sistemas têm dispositivos de segurança contra a ação de hackers.

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