Ciência & Tecnologia

Conheça os vencedores do XXVII Prêmio Jovem Cientista




O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, anunciou, nesta terça-feira (19/11), os vencedores do XXVII Prêmio Jovem Cientista, em Brasília, na sede da instituição em entrevista coletiva à imprensa. Tendo como tema “Água ? desafios da sociedade”, esta edição premiou estudantes e jovens pesquisadores, escolas e universidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraná e Pará, que contribuíram para os avanços tecnológicos, sociais, econômicos e sustentáveis dos recursos hídricos nacionais.

Para o presidente do CNPq, a escolha da temática Água ? desafios da sociedade, está alinhada com a Política Nacional de Recursos Hídricos do Governo Federal e com o Ano Internacional de Cooperação pela Água, promovido pela Unesco. “O planeta depende desse bem fundamental. É importante que os jovens tenham consciência sobre isso”, ressaltou.

Segundo Glaucius, sem tecnologia e conhecimento não será possível proporcionar condições adequadas de sobrevivência à população brasileira. “Nossas conquistas estão todas relacionadas a nossa produção científica e formação de capital humano. O prêmio possui nove premiados, mas o impacto decorrido da participação dos mais de três mil jovens é a ação motivadora e educadora mais importante desta iniciativa”, acredita.

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Edivan Nascimento Pereira, vencedor da categoria Ensino Médio, lembrou que a pesquisa partiu de problemáticas já existente na sua região. “Juntamos a questão da falta de água potável com a forma inadequada de descarte do caroço do Açaí. O questionamento partiu do que poderíamos melhorar na qualidade de vida das populações ribeirinhas do Rio Moju”, contou. Para Gustavo Meirelles Lima, vencedor da categoria Mestre e Doutor, o objetivo era otimizar a utilização da água. “Observamos um sistema que funcionava a partir da gravidade. Resolvemos aperfeiçoar gerando energia”, explicou. “A metodologia foi desenvolvida para ser aplicada em qualquer localidade, sem prejudicar o abastecimento nas cidades”, disse.

Já o vencedor da categoria Ensino Superior, José Leôncio de Almeida Silva, desenvolveu uma metodologia que pretende colaborar com a capacidade produtiva de alimentos, na localidade onde ocorre um dos principais problemas relacionados ao tema no país, a falta de água na região do semi-árido brasileiro. “Nós conseguimos uma economia entorno de 85% na agricultura local. Desta forma, nossa intenção é tornar viável esta pesquisa para a região que sofre com a falta de recursos hídricos”, encerrou.

Para o homenageado na categoria Mérito Científico, Eugênio Forest, que dedicou mais de 40 anos da carreira desenvolvendo tecnologias relacionadas à utilização dos recursos hídricos, “o conhecimento surge muitas vezes de forma inesperada. No café da manhã, no momento de dormir, numa conversa com amigos. O importante é verificar depois sua viabilidade”, disse. Em sua opinião, não existe nada mais importante que a água. “Surpresa, felicidade, gratidão e honra, são palavras que posso usar para definir este reconhecimento do maior órgão de financiamento de pesquisa do Brasil”, destacou.

O vice-reitor da Universidade de São Paulo (USP), Antonio Roque Dechen, lembrou que a instituição é contemplada pelo segundo ano consecutivo com a premiação. “Nós primamos pelo envolvimento universitário nas modalidades de formação científica. Inclusive, estruturamos setores que possuem metas voltadas a esta finalidade”.

O diretor da Escola Técnica Estadual Monte Mor, instituição agraciada na categoria Mérito Institucional do Ensino Médio, manifestou surpresa com tamanho envolvimento dos alunos na premiação. “Nós não esperávamos. 60% dos alunos matriculados apresentaram propostas”, informou. “Esse é um trabalho contínuo que teve início em 2010 e virou febre entre os jovens da nossa escola”, concluiu.

“Mostrar aos jovens que eles podem fazer e ser reconhecidos, certamente o motivará pelo resto de sua vida”, definiu o presidente do CNPq sobre a importância do Prêmio Jovem Cientísta. “Contribuir com este processo de desenvolvimento é o que motiva a entrega desta premiação anualmente”, disse Glaucius.

Recorde – Neste ano, o Prêmio Jovem Cientista bateu um novo recorde de inscrições em todas as categorias. Recebeu 3.226 inscrições de todo o país, sendo 384 na categoria Mestre e Doutor, 301 na categoria Estudante do Ensino Superior e 2.541 na categoria Estudante do Ensino Médio. A premiação consiste em R$ 700 mil, distribuídos em bolsas de estudo, quantias em dinheiro, laptops, participação na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), visitas as unidades fabris e de pesquisa da GE e publicação das pesquisas em livro próprio.

Os candidatos ao XXVII Prêmio Jovem Cientista da categoria Estudante do Ensino Médio tiveram o desafio de abordar em suas linhas de pesquisa questões ligadas à gestão de bacias hidrográficas, tratamento e reuso da água, a relação entre a água e saúde pública, a utilização da água para geração de energia e tecnologias de dessalinização.

Já nas categorias Mestre e Doutor e Estudante do Ensino Superior foram definidas as seguintes linhas de pesquisas:gestão inovadora aplicada a gestão ambiental, tecnologias para despoluição, ecotecnologias no tratamento, esgotos domésticos, águas pluviais e despoluição, uso racional e eficiente, uso de tecnologias de sensoriamento remoto na avaliação dos recursos hídricos, uso da água e da energia e aplicação de tecnologias inovadoras, uso de membranas no tratamento, gerenciamento no meio urbano, eventos hidrológicos extremos e sistemas de alerta, e impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos.

O Prêmio Jovem Cientista, instituído pelo CNPq em 1981, conta com a parceria da Fundação Roberto Marinho, da Gerdau e da GE, e tem como objetivos revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade. A cerimônia de entrega da premiação será realizada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, em dezembro deste ano, em solenidade no Palácio do Planalto.

Conheça os ganhadores do XXVIII Prêmio Jovem Cientista

Categoria Mestre e Doutor

1º lugar: GUSTAVO MEIRELLES LIMA
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
Doutorando em Engenharia Mecânica.
Trabalho: “Microregião em sistemas de abastecimento de água”

Orientador: Prof. Augusto Nelson Carvalho Viana.

2º lugar: CLÁUDIA CAROLINA SILVA EVANGELISTA

Universidade de São Paulo (USP)
Mestranda em Genética.
Trabalho: “Reduzindo drasticamente nossa dependência de água na agricultura através da anidrobiose”.
Orientador: Prof. Tiago Campos Pereira.

3º lugar: RODRIGO CAUDURO DIAS DE PAIVA

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
Trabalho: “Hidrologia da bacia Amazônica: compreensão e previsão com base em modelagem hidrológica-hidrodinâmica e sensoriamento remoto”.
Orientador: Prof. Walter Collischonn.

Categoria Estudante do Ensino Superior

1º lugar: JOSÉ LEÔNCIO DE ALMEIDA SILVA

Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
Estudante de Agronomia.
Trabalho: “Mistura de águas salinas como alternativa para a irrigação e produção de forragem no semiárido nordestino”.
Orientador: Prof. José Francismar de Medeiros.

2º lugar: OSVALDO ASSUNÇÃO MENDONÇA

Universidade Federal do Ceará (UFC)
Estudante de Engenharia Mecânica.
Trabalho: “Desempenho do dessalinizador térmico com estágios de recuperação de calor, formado por uma unidade de produção torre com canais metálicos e perfis termoplásticos e uma unidade de aquecimento, coletor solar de tubo evacuado”.
Orientadora: Profª Maria Eugênia Vieira da Silva

3º lugar: NÍCOLAS GUERRA RODRIGUES TÃO

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Estudante de Gestão e Análise Ambiental.

Trabalho: “Estudo da viabilidade de implantação de um Sistema de Tratamento de First Flush nas Áreas Urbanas da Bacia Santa Maria do Leme, São Carlos (SP)”.
Orientador: Prof. Frederico Yuri Hanai

Categoria Estudante do Ensino Médio

1º lugar: EDIVAN NASCIMENTO PEREIRA
Escola Estadual de Ensino Médio Professora Ernestina Pereira Maia ? Moju (PA)
Trabalho: “Carvão do Caroço de Açai (Euterpe oleracea) ativados quimicamente com hidróxido de sódio (NaOH) e sua eficiência no tratamento de água para o consumo.
Orientadora: Valdemar Carneiro Rodrigues Júnior.

2º LUGAR: THAIS ROCHA ARRIGUI
Escola Estadual Professora Francisca Pereira Rodrigues ? Piraúba (MG)
Trabalho: “Chiquita Economizando Água: hábitos inadequados e hábitos adequados”.
Orientadora: Arlete Aparecida Marchioni Juste

3º lugar: BRENO DE MELLO DAL BIANCO
Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus ? Curitiba (PR)
Trabalho: “Dessalinização a partir de destilador solar”.
Orientador: Cornélio Schwambach

Mérito Científico

EUGENIO FORESTI da Universidade de São Paulo (USP), indicado pelo Comitê de Assessoramento de Engenharia e Ciências Ambientais do CNPq. Graduado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo (1970), obteve os títulos de Mestre (1972) e Doutor (1982) em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo. Foi pesquisador visitante da University of NewCastle Upon Tyne, Inglaterra, entre 1985 e 1986, onde cumpriu programa de Pós-Doutorado. Em 1987, tornou-se Professor Livre-Docente pela Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo. Atualmente, é Professor Titular da Universidade de São Paulo, após aprovação em Concurso Público ao qual se submeteu em 1991. Tem experiência na Área de Engenharia Sanitária, com ênfase em Processos Biológicos de Águas de Residuárias, atuando principalmente nos seguintes temas: processos anaeróbios, remoção de sulfato e de nutrientes (nitrogênio e fósforo) de águas residuárias, tratamento biológico de compostos orgânicos peristentes e de substâncias tóxicas.

Categoria Mérito Institucional

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
Reitor: João Grandino Rodas
Escola Técnica Estadual de Monte Mor ? Monte Mor, (SP)
Diretor: Adilson José Meneghel

Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Fotos: Marcelo Gondim

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