Comportamento

Engajamento social pode ser a solução para ser mais feliz




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Toda passagem de ano vem acompanhada de aspirações por uma vida mais plena e feliz. Em busca desse objetivo, algumas pessoas desejam apenas serenidade para manter o que conquistaram. Outras tantas, contudo, almejam uma transformação mais profunda a fim de alcançarem a meta tão cobiçada. O ano novo já iniciou e está a pleno vapor. Muitos, no entanto, ainda procuram um propósito maior que transforme 2020 em um ciclo diferentes dos demais.

De autoria do escritor, consultor e palestrante em desenvolvimento socioambiental, Celso Grecco, o livro “A decisão que o mundo precisa – 7 caminhos para você sair da indiferença” pode servir de alento para aqueles que anseiam por mudanças existenciais. Nesta obra, publicada pela Editora Gente, Grecco afirma que a busca da satisfação pessoal deve passar pela busca da satisfação coletiva, ou seja, pela melhoria da vida em sociedade. E isso pode ser feito, conforme o autor, via engajamento em uma causa social ou ambiental.

Para aqueles que se sentem tocados pela sugestão, mas ainda titubeiam acreditando que ajudar a coletividade é muito complicado e trabalhoso, Grecco enfatiza que não é preciso ser rico, famoso ou influente. Para combater as mazelas do mundo, basta ter vontade e partir para a ação.

O importante, de acordo com o autor, é dar o primeiro passo, mesmo que ele seja pequeno. “Tudo bem se você fizer algo sozinho e se esse algo for pequeno ou pouco. Ainda assim, se algo lhe tocar a alma, seja plantar uma árvore, costurar uma roupa para doar (pode ser a sua) ou se você se sentir capaz de mobilizar os outros para alguma questão pontual, faça”, diz.

Este é o caso de Valderez, Márcio, e Lídia três importantes personagens de “carne e osso” destacados por Grecco em seu livro. Com 91 anos, a dona de casa Valderez já ajudou milhares de pais e mães carentes a vestirem seus filhos recém-nascidos. Há mais de 50 anos, confecciona roupinhas de bebês que são doadas a organizações e lares-abrigos.

As roupas são feitas uma a uma na máquina de costura a partir de retalhos de panos oferecidos por amigas e de tecidos comprados pela própria Valderez. Desse modo, ela produz uma média de 150 roupinhas a cada quatro meses, ou seja, 450 peças por ano. Assim, em meio século, a dona de casa conseguiu entregar aproximadamente 23 mil enxovais.

Por sua vez, Márcio preocupou-se com o meio ambiente, a estética do bairro onde morava e o bem-estar dos vizinhos. Inconformado com o estado deteriorado de uma praça próximo de sua residência, localizada na Granja Viana, em São Paulo, ele começou a plantar árvores, cuidando do jardim como se fosse o da sua casa.

Como relata Grecco em seu livro, Márcio dedicou-se a esta ação voluntária até falecer precocemente. Seu trabalho porém ficou marcado na memória de todos os vizinhos. “Não há pessoa que o tenha conhecido que não se lembre dele ao passar pela praça”, afirma o autor.

Também debruçando-se sobre a questão ambiental, a fotógrafa Lídia ajudou a dar um destino ecologicamente correto ao isopor descartado na cidade onde vive, Ribeirão Preto (SP). Lídia procurou saber porque o material não era, tal qual os outros tipos lixos, destinado à reciclagem, apesar de causar grandes danos à natureza. Acabou descobrindo que isso ocorria porque o material é extremamente leve e, dessa forma, pouco atrativo para ser reciclado.

A solução encontrada por Lídia foi mobilizar empresários da cidade para que viabilizassem um sistema de compactação do produto, estimulando assim cooperativas, que passaram a enxergar o valor econômico no isopor. Conforme o escritor, a iniciativa da fotógrafa ajudou a quebrar o paradigma na cabeça de muitos de que o material não é reciclável.

Segundo o autor, Valderez, Márcio e Lídia nunca tiveram a pretensão de que suas atitudes fossem transformar o mundo completamente. Apenas tiveram fé de que aquilo que estavam fazendo era o certo. “Não é preciso um grande compromisso, um grande passo. Não é preciso ser nobre ou notório. Fazer pequenas coisas e deixar que o tempo borde tudo já será um começo”, afirma.

Grecco destaca também que após praticar ações de impacto social e ambiental, tornando o mundo um lugar mais agradável de habitar, a pessoa jamais será a mesma. “Porque a cada dia o invisível vai se bordar na sua alma”, declara.

Este invisível é a satisfação pessoal decorrente da verificação de que sua ação efetivamente está modificando a vida de outros. Prazer gerado pela tomada de consciência de que o ser humano é antes de tudo um ser social e de que conectar-se com outras pessoas traz mais importância para a vida. “Em outras palavas, se quisermos cuidar de nós mesmos (e sermos felizes e vivermos muito), um bom caminho é começar a cuidar dos outros”, conclui.

 

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