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Robson Nunes relembra ensinamentos que teve durante a carreira

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Com personagens que vão desde promover gargalhadas nos palcos de stand-up, mostrar a realidade dos bastidores das produções, animar o público jovem na televisão, viajar no fundo do mar, e até mesmo reviver uma das maiores figuras da música brasileira na infância, o ator Robson Nunes, natural de São Bernardo do Campo, não só dá um show nos elencos, como também coleciona aprendizados em todos os lugares que passa.

Se entregando de corpo e alma em todos os seus projetos, o seu primeiro projeto na televisão, a 6° temporada da novela “Malhação” (1999-2000), Robson já obteve um estudo muito além do seu personagem Sávio Santos, expandindo ainda o interesse por aprofundar ainda mais em sua própria relação de vida com o racismo, passando a entender como vencê-lo através do exemplo de grandes nomes como Nelson Mandela, Martin Luther King, entre várias outras figuras, a valorizar a sua negritude e ter orgulho de quem era.

Logo após “Malhação”, Robson revelou nessa entrevista a sua intenção de pedir a saída da Globo, que em um jogo de sorte e força de vontade, o levou do Rio de Janeiro aos estúdios do Disney Channel, onde participou de grandes produções como “Zapping Zone” (2001-2007), “Disney Planet” (2007), “High School Musical: A Seleção” (2008), “Quando Toca o Sino” (2009) e “Que Talento” (2014).

Já tanto no cinema, como na televisão, Robson formou dupla com o ator Babu Santana para conseguir encarnar o cantor Tim Maia em sua biografia, baseada no livro de Nelson Motta – “Tim Maia – Vale o que vier” (TV, 2015) e “Tim Maia” (versão cinematográfica, 2014). Já na dublagem brasileira, o ator participou dos filmes “Operação Big Hero” (2014), “O Rei Leão” (2019) e “Raya e o Último Dragão” (2021). Mais recentemente, o ator participou do espetáculo “A Pequena Sereia”, que ficou em cartaz no ano passado. Confira a entrevista!

Atualmente você já fez trabalho como ator, apresentador, dublador, entre diversos outros trabalhos. Antes de nos aprofundarmos, poderia contar um pouco sobre como a arte chegou até a sua vida?

A arte sempre estava presente de alguma maneira na minha vida, seja na minha mãe, que é dona de casa cantando no tanque enquanto lavava as roupas, algumas músicas sertanejas, outros hinos de igreja que ela lembrava que a tia era evangélica, meu pai tocava pandeiro também. Ele, ele cantava bastante. Também me lembro de uma lembrança muito doce da infância dele me dando banho e cantando e entre outras coisas. Então a música sempre estava presente ali. Meus irmãos mais velhos gostavam de rock, eu ouvia aquilo e eu me amarrava. Sim, era engraçado, porque eu me lembro de eu criança. Uma das coisas que eu mais gostava era ver os caras imitando as pessoas na TV, sabe? Eu achava muito legal assim. Então a arte de certa forma sempre tava ali me rodeando e ai com as piadas do meu pai era muito brincalhão, imitava o meu tio, imitava uns primos. E eu digo que eu herdei a veia cômica dele e a dramática da minha mãe. E eu gostava disso. Eu comecei a brincar com vozes. Eu era curioso, então eu, eu fazia, brincava. Ganhei um gravadorzinho desses, era walkman na época, sabe? E aí fazia um programa de rádio brincando com as coisas. Eu ouvia na época o que minha mãe ouvia, Correia, o Paulo Lopes, mas aí também tinha um, tinha FM, que meus irmãos ouviam que tinha sátiras, então eu ia ali brincando com isso desde muito novo.

Isso, isso foi o estopim. O meu irmão mais velho chegar para mim e falar “Cara, você fez muito bem”. Parecia realmente que você estava recebendo uma entidade ali. Você podia correr atrás disso e aquelas coisas do destino. Na outra semana tinha um panfleto na escola que eu estudava de um curso de teatro livre e foi o primeiro que eu fiz. E aí o bichinho mordeu e nunca mais eu larguei.

Um dos seus primeiros trabalhos no cinema foi em “Boleiros”, um tipo de comédia onde você e mais dois amigos corintianos assustam crianças palmeirenses dentro de um elevador. Como foi pra se deparar com essa ideia pela primeira vez e as experiências de gravar esse filme?

Bom, o Boleiros, essa cena é uma cena específica, foi meu primeiro trabalho profissional. Eu já tinha feito curso amador de teatro, já fazia teatro amador e aí eu tinha feito duas ou três figurações e na época eu falei “cara, não é isso que eu quero, eu vou estudar para de fato me tornar ator”. E aí foi onde eu pensei e falei não vou mais fazer figuração.

Só que aí surgiu um convite do cara da agência que ele falou “Robson, tem um filme que vão fazer e tem um personagem que tem uma fala. E como eu sei que você faz teatro, eu queria que você fosse lá para fazer o teste”. Eu falei beleza, e eu fui. Fiz um teste onde eu mostrei tudo que eu sabia, as imitações, a cena que me pedia e tudo mais.

Eu não passei para esse personagem porque ele era muito velho, tinha 14 anos na época. O personagem devia ter uns já beirando os 30. E aí eu não passei. Só caiu. O Mário Masetto, que era o assistente de direção, gostou muito do meu teste e me chamou para tentar um personagem mesmo. E foi aí que eu peguei um dos três corintianos. O filme conta várias das histórias são relacionadas a um time paulista. Eu fiz a do Corinthians e eu, como tinha no teste, fiz as imitações para Fátima Toledo, que preparou a gente para o filme. Ela perguntou – “Você não tem nenhuma voz para esse personagem?” – Cara, aí a gente buscou, buscou e não achou, até que ela sugeriu se ele fosse gago. Na época, eu estudava no Senai e tinham dois amigos de classe que eram gagos. Eu fiz esse gago que começa gaguejando, depois fala normal. E cara, foi muito legal porque rolou super. Lembro-me que quando foi o lançamento do filme, o diretor foi dar uma entrevista para o Juca Kfouri, e aí o Juca falou pra ele: “Hugo, o garoto que faz o gago, ele não é gago?” – e o diretor respondeu: “ele não é gago, ele não é gago”. Poxa, jurava que fosse”, completou o Juca.

Aquilo pra mim foi como um prêmio sabe? E inclusive demorou pra eu pegar o segundo trabalho, porque eu chegava nas produtoras e as pessoas achavam que eu era gago de verdade. Foi muito maneiro. Então o Boleiros, ele abriu muitas portas para mim. Depois dele eu fiz o Domésticas, que é do Fernando Meirelles, e na sequência foi Malhação.

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Robson Nunes (Foto: Reprodução/Instagram)

Na televisão, você participou de uma das temporadas de “Malhação” da Rede Globo, e que infelizmente a produção chegou a ser cancelada pela emissora recentemente. Como foi a sua passagem por esse novela e como acha que foi o seu impacto para a história da televisão brasileira, tanto pra vocês atores como para o público?

A Malhação foi um fator decisivo na minha vida, porque foi quando eu comecei a trabalhar só como ator e nunca mais parei desde lá, graças a Deus. E eu fui para Malhação na mudança, quando ela deixou de ser uma academia e virou uma escola. Malhação foi um marco na minha vida pessoal também, porque em Malhação eu comecei a receber o texto. Era muito bom na era do Emanuel Jacobina, o roteirista principal, né? E o Emanuel escrevia muito bem para a juventude.

Na minha fase de Malhação, se abordou HIV, se abordou gravidez na adolescência e comigo se abordou racismo. E para mim foi muito importante, porque quando chegaram os textos, eu sempre fui muito CDF, sempre gostei muito de estudar, pesquisar e aí quando chegou ali que eu era barrado por ser negro, não sei o que foi. Foi um alerta ali para mim, até para pesquisar e saber mais sobre a minha história. Saber quem eu era. E foi aí que eu comecei a buscar Malcolm X, Martin Luther King, ter noção de quem eu era. Foi em Malhação que eu deixei meu cabelo crescer. Então, era uma época que não existia internet, eu fiz Malhação entre 99 e 2001, então a internet estava chegando e o único produto voltado ao adolescente era a Malhação. E foi muito importante para eu saber quem eu era ter orgulho da minha negritude, me achar bonito pela primeira vez. Eu tinha 17 anos de idade. Porque você cresce com isso? Eu cresci com o padrão que o bonito era, o loiro do olho claro. Então, assim, quando eu tomo consciência que eu começo a ler, que eu começo a ouvir mais racionais, buscar literaturas que tinha muito pouco na época, a gente não tinha muito acesso. Hoje é muito mais fácil você se politizar. Você tem ideia de quem você é e de ter uma autoestima trabalhada, porque você tem a informação.

Naquela época, eu não tinha. Então eu acho que talvez seja um dos primeiros jovens que deixei o cabelo black power crescer ali nos anos 2000. A influência, eu senti até no cabeleireiro que eu corto até hoje, que é lá do Jabaquara, do bairro onde eu me criei. Eu lembro que eu cheguei e ele falou: “porra, você quer cabelão? Ai, caramba, a molecada não quer mais cortar o cabelo aqui, passar a maquininha. Eu estou deixando crescer”. Então foi muito positivo para mim isso.

Malhação foi um marco na minha vida e pouca gente sabe, mas eu pedi para sair da novela. Estava acabando o meu contrato e eu senti que não ia renovar. Eu fiz o teste para o Disney Channel, e aí fiz uma coisa que era considerada uma loucura, que era pedir para sair de uma produção da Rede Globo. Só que assim, foi uma sábia decisão, sabe? Eu na época estava com 18 anos e foi importantíssimo sair naquele momento, porque era uma época que tinha um preto por produção e eu ia sair de Malhação. Tava ali no Rio de Janeiro sem saber se ia rolar outra coisa e se não ia ter mais a casa para morar. Eu recebi essa proposta do Disney Channel, que era um baita desafio.

Era um programa ao vivo, de segunda a sexta e voltando para São Paulo, tudo conspirava a favor. Fui e foi uma experiência incrível. Eu fiquei dez anos no Disney Channel, e desses dez anos, dois foram no estúdio restante, foi fazendo matéria, matéria onde eu tinha que chegar e ter ideia do que tinha ali. Saía eu, o câmera e o produtor. Então eu criava, sempre tinha um toque de humor. Em paralelo a isso, sempre fiz um trabalho de apresentação de humor nas esquetes cômicas, stand up em teatro ou bares. Eu nunca deixei de fazer esse trabalho.

Falando um pouco mais sobre a sua trajetória no cinema e na televisão, durante o especial “Por Toda Minha Vida” que retratou a vida do cantor Tim Maia em forma de documentário, você fez o papel do cantor ainda na juventude. Como foi o desafio de tentar interpretar de forma fidedigna uma figura que se tornou tão marcante assim para o público brasileiro?

Foi um baita desafio fazer o Tim Maia no “Por Toda a Minha Vida”. Não digo maior, porque no filme eu tive que me aprofundar muito, mas foi um desafio, porque quando fiz o “Por Toda a Minha Vida” ainda não existia o livro. O livro foi lançado quase simultaneamente com o programa, então era muito na percepção de quem era aquele cara, aquele ícone da música, aquela figura absurda.

Era imaginar como seria esse cara mais jovem. Foi um trabalho muito parecido com o do filme, porque o livro do Nelson Motta virou a nossa Bíblia ali, então a gente consultava muito. Eu e o Babu, uma coisa curiosa sobre nós é que para a preparação do Tim Maia, a gente se preparou junto e foi o texto inteiro do filme. Eu não decorei só minha parte. A gente fez porque estávamos fazendo um mesmo cara. Quem preparou a gente foi a Maria Sylvia Siqueira Campos, foi maravilhosa e uma preparadora com uma sensibilidade ímpar. Uma coisa que a gente trabalhou muito, tanto eu quanto o Babu, foi quem era esse cara, tinha uns códigos corporais, porque assim, eu nem sou tão parecido com o Babu, mas a gente ficou muito parecido a ponto de quando saiu o filme, as pessoas confundiam cenas minhas com as dele. Vinham me elogiar de cena dele também, sabe? Para a gente foi um golaço. Isso é o Tim Maia.

Eu costumo dizer que talvez surjam outros, como já surgiu, eu fiz “A Pequena Sereia” e foi um baita desafio. Então assim surgiram. Já surgiram desafios diferentes, agora maiores que fazer o Tim Maia, eu duvido, porque era muita coisa, sabe? Por exemplo, era o Robson de São Bernardo, fazendo o Tim Maia da Tijuca, entendeu? Então era uma época que se fumava muito.

Eu nunca fumei. Eu tive que aprender a fumar e não consegui fumar o cigarro de verdade, arrumaram um de alface, porque eu tinha essa preocupação de tragar. Para quem fuma, quando vê alguém que não está tragando, saca na hora. Então, quando ele toca o violão, eu aprendi a fazer o solo. Tinha toda essa preocupação, porque eu sei do ícone e das pessoas que o Tim Maia atraiu para o cinema ou para assistir em casa. E tem muito músico que veio falar, sabe? Foi, foi muito legal. O Tim Maia foi um dos maiores trabalhos, senão o maior trabalho da minha vida até hoje.

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Robson Nunes (Foto: Reprodução/Instagram)

Antes mesmo da ascensão dos streamings, quando a televisão ainda estava em seu 100% de domínio, uma das produções diárias que mais marcaram os fãs do Disney Channel foi “Zapping Zone”, que além de atrações, apresentava uma série de games apresentados por você e por Rafael Baronesi, também. Você poderia falar um pouco dos bastidores e das lembranças que tem desse programa?

Eu cresci muito no Zapping Zone e no Disney Channel em si, que eu também apresentei lá o Disney Planet. Eu ainda cheguei a roteirizar e dirigir um programa que era o Estúdio Rádio Disney no Ar. Então, eu cresci muito no Disney Channel como pessoa, como artista, sabe? Me deu muita canja e muita bagagem.

Uma das coisasque fizeram com que eu ficasse tanto tempo no canal, e que é que as crianças tinham uma identificação e que eu o fazia de verdade, me divertia ali. Quando eu ia fazer com o Rafa e os personagens, a gente se divertia muito. Quando eu fazia com o pessoal da primeira geração lá do Zé Pinzón, que era o Leo Cortez, o Pedro Moreno, a Monalisa Gomes e a Celly Ansel, enfim, eu me divertia de verdade. Eu buscava as coisas, colocava muita coisa minha, eu ia premiar, pegava uma base de algum rap que eu curtia e pedia para o DJ duplicar. Assim, eu fiz tocar no Disney Channel, Sabotage, fiz tocar Chico Science, Nação Zumbi… Isso sem a diretoria saber.

Eles achavam que era uma música que eu tinha produzido para fazer a premiação ali e eu adorava. E no Zapping Zone, eu falava – “cara, é muito legal você ter essa representatividade”. Uma vez, eu lembro que foi em uma pré-estreia, um menininho japonês falou – “Mamãe, eu quero o cabelo igual ao dele”. E cara, eu ouvi aquilo e para mim, me arrepia até de falar agora, porque eu cresci ouvindo que eu tinha que raspar o cabelo, porque meu cabelo era ruim, era feio, não sei o quê. Foi um momento lindo da minha carreira, que eu lembro sempre com muito carinho.

Em cartaz por muito tempo, você também foi o criador do espetáculo de stand-up comedy “3tosteterona” ao lado do humorista Luiz França. Como se deu a elaboração desse projeto e como considera ser a sua aproximidade com o mundo da comédia?

A comédia sempre esteve na minha vida, cara. Eu comecei fazendo imitações. Eu fazia um show de humor. Quando eu vim para Malhação, eu me apresentava no sushi, que foi onde eu conheci o Luiz França. Foi muito engraçado, porque o Luís era a única plateia do meu show. Era uma quarta feira chuvosa num sushi no Leblon. Chamava Sushi Brasil e ficava ali na Maria Quitéria. E cara, é o que eu te falei. Não existia internet, não existia celular, quase. A divulgação foi um tijolinho no Jornal O Globo. E aí para minha estreia, tinha a família do gerente e o Luís França. Fiz o show inteirinho para ele. Ele deu um prejuízo danado porque tomou só uma Coca-Cola no final. O cover era R$ 5,00, eu lembro até hoje. O cara ainda falou “você vai cobrar dele?”. E eu falei que ia. Fiz o show inteiro para ele. Foi aí que a gente se conheceu. Aí eu fui ao show dele, a gente fez primeiro um show no Rio chamado “Humor em Dose Dupla”.

Depois a gente foi para São Paulo e aí fizemos o “3tosterona”, onde a gente ficamos em cartaz 16 anos ininterruptos. Era uma delícia fazer. Acabou que eu, junto com a Michele Machado, minha esposa, compramos o bar onde a gente se apresentava, manteve o “3tosterona” e foi lançando outras coisas, entre elas o Clube da Comédia Stand Up que revelou para o Brasil o Danilo Gentili, o Rafinha Bastos, o Oscar Filho, entre outros. Tinha também o Marcelo Mansfield, que já era um comediante das antigas e o saudoso Márcio Ribeiro. Revelou muita gente assim e foi e foi um período muito legal. Eu estava sempre ali, em contato com a galera da comédia, seja fazendo personagens ou seja fazendo stand up. Eles chegaram a me convidar para ser parte do elenco fixo, que eu na época, acho que eu era o único preto que fazia, falando da temática, de ser preto e tudo mais, mas eu acabei não entrando para o elenco fixo. Eu fazia de vez em quando só com eles e continua até hoje. Eu dei uma parada desde a pandemia, mas estou retornando agora no início do ano. Já tem algumas apresentações aí para fevereiro agendadas.

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Robson Nunes (Foto: Reprodução/Instagram)

Durante a novela “Espelho da Vida” de 2018, onde viveu o personagem Bola, que era assistente de produção e direção de um filme fictício que era produzido dentro da trama, você acabam trazendo os bastidores das produções para como parte da história da novela. Como foi essa questão de meio que interpretar o que seria os bastidores de uma produção dentro da própria novela?

Cara, interpretar é a tal da metalinguagem, então era muito legal, porque o que a gente chama de laboratório, que quando você vai fazer um médico, aí você fica ali, entrevista, vê o dia a dia dele, como que ele se porta, como que é o ambiente, a rotina dele. E esse laboratório eu fiz lá mesmo, porque eu ia fazer um assistente de direção. Eu colei nos assistentes de direção da novela, hoje diretores lá na Globo, e tinha o Candé Faria e tinha o Guilherme que me deram todo suporte ali, todos os trejeitos e as nomenclaturas. Então foi muito legal de alguma maneira passar para o público o dia a dia dessa galera, que é muito legal de você saber como funciona os bastidores. O ator tá ali e às vezes o diretor, mas, o assistente está na correria ali, fazendo a ponte entre um e outro. Então, foi muito divertido e o Bola, meu personagem, ele era um cara muito alto astral, melhor amigo do Allan, que era o João Vicente. Já éramos amigos antes, então foi uma delícia sim, trabalhar com João.

Foi uma troca muito legal e clara, aprendendo vendo de perto ali a Irene Ravache, Vera Fischer e a Ana Lúcia Torre. Então, assim, toda essa galera, o Reginaldo Faria, foi uma realização de sonho sim, porque eu sempre fui muito fã do Othon Bastos e na minha última cena, no que eles chamam de cena secreta, eu fiz com ele. Então eu tenho a foto com ele assinando o quadro que tenho de “Deus e o Diabo na terra do Sol”. Então, foi legal para fazer essa novela. Na minha carreira, claro, um ou outro trabalho aí às vezes não é tão legal, mais 98% das coisas que eu fiz, foram muito legais. Eu tenho muito orgulho e sorte de ter feito essas produções.

No mesmo ano da novela em 2018, você acabou concorrendo na terceira temporada do reality musical “Popstar”. Como foi essa experiência de cantar em uma competição e como avalia sua participação no programa?

Cara, o Popstar foi uma loucura. Eu achei que fosse sai com uma gastrite de lá porque era uma canção por semana, você tinha que preparar e apresentar. Ensaiava no sábado e ensaiava uma, duas, três vezes, no máximo. Assim porque eram 15 pessoas no início, então o outro já tinha que ensaiar também. Se ensaiava sozinho durante a semana, chegava lá, ensaiava no sábado e domingo era ao vivo. Então era um nervosismo? Sim, foi. Mas foi muito legal, algo que me dava força.

Eu entrava no palco aquele tempinho ali, enquanto a Taís anunciava o que me dava, enquanto eu não via minha esposa e minha filha, Michelle Machado e Morena Machado Nunes ali na plateia, não sossegava. Mas foi. Foi muito intenso, cara, e foi muito legal, porque eu amo música e foi a primeira vez que eu me apresentava de verdade assim para um público em rede nacional.

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Robson Nunes (Foto: Reprodução/Instagram)

Tem um filme que apesar de possuir uma boa base de fãs e ao mesmo tempo ser bem injustiçado de seu reconhecimento, é o “Operação Big Hero” da Disney, onde você dublou um dos protagonistas que foi o Wasabi. Como foi essa experiência de participar desse filme e qual a sua opinião sobre as lições que a história tem para passar pro público?

É muito maluco né? A tal da história do santo de casa não faz milagre, eu só fui dublar um personagem depois que eu já estava fora do Disney Channel. Rolou o convite para fazer o Wasabi, um figuraça nessa produção que é linda. O DNA Disney é muito poderoso, por que você perguntou aqui para mim do da das lições. Ele sempre tem uma lição, ele sempre emociona de alguma maneira, porque vai nas relações humanas, então assim, quando você recebe um convite para fazer algo da Disney, já é meio caminho andado. É um sim sem nem ver o que é, porque com certeza vai estar associada a alguma coisa legal assim. Foi bem bacana e depois do filme também teve a série que dublei. Foi uma experiência incrível. Eu sempre admirei muito o trabalho dos dubladores e é um trabalho muito difícil. As pessoas acham que não, mas é muito difícil e até hoje eu aprendo. Já dublei outros projetos como o Kang, que é o novo vilão da série “Loki” da Marvel. Está sendo um desafio absurdo, porém, muito gratificante. Eu amo Big Hero também!

Como define o que foi o ano de 2022 na sua carreira?

Eu acho que 2022 foi um ano de muito aprendizado e de muita coisa. Ter feito “A Pequena Sereia” para mim foi, foi assim, uma superação a cada apresentação. Até o último dia, eu estava aprendendo coisa, tentando melhorar. Atuando ao lado da Fabi Bang, da Andreza Mazzei e do Gabriel Contente Gente, de toda a galera ali. Eu aprendi muito! Eu costumo dizer que o que eu comparo, faço comparação de um jogador de Várzea indo jogar com a Seleção Brasileira. E eu tive que correr muito atrás, mas acho que pude agregar ao espetáculo no fim das contas. Foi muito bacana a experiência.

Eu cheguei a fazer algumas outras produções também que eu não vou lembrar agora nem a pau. Fiz o filme com a minha mãe, com a minha pequena, e isso foi muito legal. A gente fez um filme que vai sair ano que vem. Eu fiz o padrasto da minha filha, e eu não sabia se eu estava de ator ou de fã ali, de pai ou de ator, mas foi muito legal.

2022 foi uma montanha russa de emoções, como eu costumo dizer, no final do ano eu acabei perdendo meu pai, perdendo não, né? Ele só deixou esse plano aqui e agora tá olhando a gente de outro lugar. Então, foi um ano muito marcante na minha vida e de muita reflexão. Estou até agora refletindo. E nesse 2023, quero realizar muitas coisas que eu já escrevi ou que estão na minha cabeça e que às vezes você vai deixando de lado. Mas eu quero muito realizar as minhas coisas autorais nesse novo ano.

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Fonte: Observatório dos Famosos

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