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Saída de Vadão era vital, mas precisa vir acompanhada de nova mentalidade

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Saída de Vadão era vital, mas precisa vir acompanhada de nova mentalidade - 1

​Desde a eliminação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina, dia 23 de junho, a Confederação Brasileira de Futebol precisou de quase um mês exato para sacramentar a demissão de Vadão. O anúncio foi feito de forma oficial somente na ​última segunda (22), sem que um substituto/substituta desponte com favoritismo ao cargo. O que a saída do veterano comandante significa para a Seleção Feminina? Tudo dependerá dos próximos passos que serão tomados pelas entidades que conduzem a modalidade em solo nacional.

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​​É fato que a continuidade de Vadão na comissão técnica canarinha era impraticável. Com ideias de jogo totalmente ultrapassadas e desconectadas da realidade do ​futebol feminino, o comandante reforçou aquilo que já era consenso entre todos os fãs da modalidade antes mesmo da Copa do Mundo: não estava à altura do cargo que ocupava, muito menos com o prestígio que contava junto à Confederação Brasileira de Futebol.

Ainda assim, é totalmente simplista/reducionista tratar a saída de Vadão como solução dos problemas que o esporte encara. Sua demissão precisa ser acompanhada de outras tantas mudanças estruturais e de mentalidade, o que a maior entidade do futebol nacional já demonstra não estar tão disposta a fazer ao manter Marco Aurélio Cunha no cargo de coordenador de seleções femininas. Seu trabalho é tão questionado quanto o do treinador demitido, não havendo justificativa plausível para o protecionismo ao cartola.

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Levando um mês para sacramentar a ruptura do trabalho ativo – o que deveria ter sido ponto pacífico imediato após o ciclo pavoroso até o Mundial -, fica o questionamento de quanto tempo a CBF levará para definir a nova comissão técnica canarinha. É urgente que a entidade incorpore pessoas que vivam a realidade do futebol feminino na raiz e tenham bagagem na modalidade, a nível de campo e bola ou gestão. Há inúmeras ex-jogadoras como Rosane, Sissi, Aline Pellegrino e Daniela Alves, por exemplo, expandindo seus currículos e investindo pesado em qualificação. Consultar e dialogar com essas pessoas, ouvir as reivindicações de quem vive diariamente o futebol feminino, é fundamental para dar início a uma nova era na modalidade. Caso contrário, a queda de Vadão terá sido só mais uma demissão.

Fonte: 90min

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