Brasil

No Rio, macacos mortos por espancamento ou envenenados passam por necrópsia




Cerca de 118 macacos mortos este ano no estado do Rio de Janeiro foram levados para necrópsia no Instituto de Diagnóstico, Vigilância, Fiscalização Sanitária e Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, na zona norte da capital fluminense.

Em 52% dos casos, os primatas foram mortos por espancamento ou envenenamento, informou a subsecretária de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, Márcia Rolim.

Em janeiro do ano passado, o instituto recebeu 14 corpos de macacos. Somente na manhã desta quarta-feira, o órgão responsável pela necrópsia dos primatas recebeu para análise 14 animais. Em 2017, foram mais de 600 macacos mortos encaminhados para o Jorge Vaitsman.

“Quero sensibilizar a população sobre a violência contra essa espécie. Nunca vi um massacre desses. A população ainda não entendeu que não é o macaco que transmite o vírus da febre amarela para o homem e está agredindo os animais”, disse Márcia.

Os macacos também são vítimas da doença. O vírus é transmitido pela picada de mosquitos silvestres.

A subsecretária informou que o instituto está recebendo macacos com traumatismo craniano, vísceras rompidas ou envenenados por chumbinho, veneno usado contra ratos. São sagüis, bugios, macaco-prego e até mico-leão-dourado, espécie ameaçada de extinção.

“As pessoas que estão agredindo os macacos estão facilitando a entrada do vírus no município do Rio que não tem caso de febre amarela. Porque eu perco o monitoramento dessas espécies pois eles representam um alerta para as autoridades de que o vírus está presente naquela área. O macaco é considerado um sentinela. A partir do momento em que eu começo a dizimar essas espécies, eu perco essa referência”, afirmou Márcia.

Ela lembra que matar os primatas é passível de punição por ser considerado crime ambiental com pena de seis meses a um ano de detenção mais multa.

“Quero fazer esse alerta à sociedade que ela deve reforçar a proteção aos primatas e evitar maus-tratos e violência. Não vamos controlar a febre amarela matando macacos. Este não é o caminho”, completou a subsecretária.

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