Ciência & Tecnologia

Facebook: Fiz festa de 30 anos para Zuckerberg, diz diretora




A diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, contou nesta quarta-feira (18) no Festival Internacional de Publicidade de Cannes que deu uma festa quando o criador da empresa, Mark Zuckerberg, completou 30 anos.

“Mark mudou muito desde que eu entrei no Facebook, há seis anos”, disse. “Eu fiquei muito feliz quando ele fez 30. Ele não quis fazer uma festa. Eu fiz uma festa!”. E, pelo seu relato, não foi a única. “Muitos dos que são mais velhos no Facebook, como eu, celebraram também.” Sandberg exaltou as qualidades do chefe: “Ele é um otimista, e acredita que as pessoas serão capazes de realizar coisas incríveis se fornecermos tecnologia a elas”, explicou.

Sandberg defendeu a personalização como o principal instrumento para chegar aos usuários de internet. “Quando eu cheguei à empresa, 50% das pessoas voltavam ao Facebook todos os dias. Hoje, 63% dos nossos 1,3 bilhão de clientes nos visitam diariamente”, disse, atribuindo essa expansão à crescente personalização do conteúdo.

Apesar da entrega de posts ter sido modificada por meio de algoritmos, a executiva disse que a criatividade e a inteligência humana são mais eficientes do que palavras-chave. Evolução A executiva exaltou o protagonismo das pessoas na evolução dos produtos e citou a si própria como exemplo.

“Quando cheguei ao Facebook, há seis anos, achava que era necessário desenvolver os produtos localmente em cada país”, contou, explicando que hoje tem uma visão diferente.”Quem torna o Facebook local são as pessoas.” Quando a pergunta foi sobre privacidade, um dos temas mais controversos que envolvem a empresa, foi enfática: “Esse é um tema de transparência e de controle. É importante que as pessoas entendam o que está sendo feito com os dados delas, que saibam quem tem acesso a eles e que têm o controle dessas informações.”

Aos publicitários, a mensagem foi a de que o futuro é móvel, além de personalizado. “Nos Estados Unidos, 20% do tempo gasto online é no celular, mas somente 4% do investimento publicitário está nesse mercado”, citou Sandberg.

No fim, Sandberg falou sobre o tema sobre o qual escreveu o livro “Lean In”: a participação feminina na liderança das organizações. “Estamos a décadas de ter metade das mulheres ocupando os cargos importantes em qualquer indústria, não só na tecnologia”, citou, dando à platéia como exemplo o fato de que somente 3% dos diretores criativos da indústria da publicidade são mulheres.

“Como não estamos habituadas a ver mulheres como líderes, as atitudes das mulheres que fazem isso não é agradável”, disse. “É por isso que dizemos que um homem tem a atitude de “chefe” e uma mulher é “mandona”. (…) O termo ‘mandona’, entre crianças, é usado quatro vezes mais com meninas do que com meninos.” A seguir, provocou: “Tentemos dizer que aquela menina não é mandona, mas que tem habilidades de liderança executiva.” Quando a platéia riu, Sheryl complementou: “Se eu disser que um menino tem habilidades de liderança executiva, isso parece engraçado ou fora de lugar?” Um profundo silêncio foi a resposta.

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