Depois da recentes denúncias de gigantes da tecnologia estarem envolvidos com exploração de trabalho infantil em minas de cobalto na República do Congo, na África, parece que a IBM escutou o zeitgeist — conhecido também como o espírito de sua época — e anunciou na semana passada que trabalha no desenvolvimento de uma nova bateria, que substitui o uso do minério em sua composição. Ela se tornaria uma alternativa às famosas baterias de íons de lítio, muito usadas em smartphones e carros elétricos.
Em fase de produção, essas baterias da próxima geração estão sendo feitas em parceria com a Mercedes-Benz, a fabricante de baterias Sidus e a Central Glass. A equipe de pesquisadores também conta com um software dotado com Inteligência Artificial (IA) que trabalha identificando materiais mais seguros e melhorando o desempenho das combinações propostas.
Pelos poucos detalhes divulgados, a tecnologia utiliza materiais extraídos da água do mar. Além disso, a bateria mais ecológica da IBM é composta por três materiais proprietários, que até então nunca foram registrados na composição de uma bateria comum. O que se sabe também é que o novo produto é feito sem o uso de metais pesados ou outros minérios de fornecedores com atuação questionável.
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Sobre as expectativas do empreendimento revolucionário, “o objetivo seria, dentro de um ano ou mais, ter o primeiro protótipo funcional [da bateria]”, afirma Jeff Welser, vice-presidente da IBM Research.
Problemas com as minas de cobalto
O movimento ocorre quando os principais fabricantes de baterias estão lutando para reduzir a quantidade de cobalto usada nos modelos de íon de lítio. Isso porque grande parte dos materiais que compõem essa bateria inclui metais pesados como níquel e o já citado cobalto, apresentando grandes riscos ambientais e humanitários.
O cobalto, por exemplo, é encontrado em maior quantidade na África Central, mas lá é alvo de críticas por suas práticas de extração. Entre as denúncias da sua produção, inclui o fato do minério ser extraído por menores de idade, em péssimas condições de trabalho. Nessa situação, a Apple, o Google, a Dell, a Microsoft e a Tesla são réus em uma ação judicial, movida pela International Rights Advocates, por suposto trabalho infantil na República Democrática do Congo.
Entra também uma nova questão: a popularização de veículos elétricos, que deve elevar o consumo do cobalto a níveis não pensados anteriormente. Nesse ponto, as empresas de tecnologia já devem procurar um substituo para evitar a escassez do produto base de suas baterias.
Possibilidades da nova bateria
Segundo os pesquisadores da IBM, a criação traz inúmeras vantagens no seu potencial de desempenho. Por exemplo, nos testes iniciais, provou que pode superar a capacidade das baterias de íon de lítio em algumas categorias individualmente, como em custos menores, tempo de carregamento mais rápido e maior densidade de potência e energia.
Os experimentos também revelam alta eficiência energética e baixa inflamabilidade. Além disso, os experimentos já mostram que são necessários menos de cinco minutos para que a bateria — quando configurada para alta potência — atinja uma carga de 80%.
Isso faz do experimento especialmente importante quando se pensa em veículos elétricos, onde preocupações com materiais inflamáveis, custos e tempo de carregamento são essenciais para os consumidores.
Caso a IBM obtenha bons resultados, veículos elétricos de carregamento rápido e baixo custo podem se tornar uma nova realidade, junto de suas baterias menos tóxicas.
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Fonte: Canaltech