Há um ano, 175 países se comprometeram, em conferência da ONU, a formular um tratado para acabar com a poluição plástica no mundo. Hoje, em meio a negociações, especialistas alertam que este acordo deve possuir metas corajosas e ambiciosas para ser efetivo.
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De acordo com um relatório publicado pelo Economist Impact em conjunto com a The Nippon Foundation, a tendência para o uso de plásticos até 2050 pelos países do G20 é duplicar. Isso se traduz em 451 milhões de toneladas produzidas por ano, enquanto, na década de 1950, a produção era de 2 milhões de toneladas.

O estudo indica que, mesmo com a implantação de medidas que, teoricamente, possam inibir o consumo destas substâncias, as ações não seriam suficientes para alcançar a redução desejada. Entre as estratégias discutidas atualmente estão a proibição de plásticos de uso único, taxas na produção de novos plásticos e o princípio do poluidor-pagador.
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De acordo com os autores, estas medidas deixam uma séria possibilidade de que o acordo seja “muito fraco para puxar a curva de consumo para baixo,” declaram em comunicado. Gillian Parker, co-autora do estudo, disse, em entrevista à AFP, que “as descobertas evidenciam o nível de ambição e o senso de urgência necessários na mesa de negociação.”
A estimativa do grupo é que, implementadas as três medidas, o consumo de plástico não só não cairia, mas ainda seria capaz de crescer 25%. Além disso, é muito provável que a indústria e certos públicos se oponham a algumas ou a todas as decisões, diminuindo sua efetividade.

Enquanto isso, no final da cadeia produtiva do plástico, a reciclagem tem deixado a desejar nos números: muitos países não possuem infraestrutura para o processo e acaba sendo mais vantajoso produzir plástico novo a recicá-lo.
Mesmo com as dificuldades, Parker e sua equipe ainda se dizem otimistas. “Esse problema não é impossível,” afirma. Com metas e ações adequadas, a poluição plástica é solucionável, conclui a especialista.
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Fonte: Canaltech