Comportamento

Viva Maria celebra a realização da Marcha das Mulheres Negras 2025

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Neste 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, o Viva Maria saúda as mulheres de norte a sul que estão unidas contra o racismo e a violência na Marcha das Mulheres Negras, em Brasília. Nesta edição especial, o programa  conversa com a Dra. Jurema Werneck, ativista pelos direitos humanos, médica e uma das fundadoras da ONG Crioula. Atualmente ela é a diretora da Anistia Internacional do Brasil. 

Jurema ressalta a contribuição das mulheres negras, que estão há séculos lutando e trazendo realizações nas mais diversas áreas da sociedade, da cultura à saúde. 

“Nossa tradição de produção de cultura, de alegria e de saúde, já vem de muito tempo. As mulheres negras estiveram presente nas arenas de luta nos últimos séculos da história da humanidade. Então, nossos passos vêm de longe, na forte tradição de luta e resistência, de protagonismo. E nossos passos sempre nos vão nos levar mais adiante.”

A entrevistada aproveita para destacar grandes protagonistas negras da história brasileira. 

“Importante lembrarmos daquelas que nos antecederam, a começar por Dandara. Mas temos aí a nossa Lélia Gonzalez, que ao lado de outras tantas acadêmicas, fez com que o Brasil acordasse para o feminismo negro. Temos o movimento de jovens negras, temos as mulheres negras de fazendas, de periferias, temos as mulheres quilombolas, temos as cientistas, temos as mulheres organizadas em diferentes seguimentos da sociedade, com diferentes propostas de caminho para a transformação social.”

A Dra. Jurema Werneck também aborda o que mudou desde a realização da primeira Marcha das Mulheres Negras, em 2015. 

“Aquela marcha de dez anos atrás fez uma virada na forma como a sociedade enxergava as mulheres negras. Foi assim que os partidos assumiram um pouco mais a presença das mulheres negras. Daí que veio Marielle Franco, e veio tantas outras que ocupam nesse momento posições de destaque. Foi daí que a expectativa do enfrentamento à violência racista ganhou outra dimensão, pressionando cada vez mais a gestão pública. E dez anos depois, o que a gente quer? A gente quer recolocar essa questão. Porque nós tivemos alguns avanços nesses dez anos, mas estamos vivendo um momento de grave retrocesso, seja nas cidades, seja nos estados, seja no Brasil, seja no mundo. Essa é hora da gente se reagrupar de novo. Mulheres negras de diferentes partes do país e do mundo. Reagruparmos e representarmos a nossa plataforma contra o racismo, contra a violência,  pelo bem-viver e por reparações.”
 


Mara Régia – apresentadora do Viva Maria , .

Fonte: Agencia brasil EBC..

Tue, 25 Nov 2025 08:38:00 -0300