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VINHETA CRIANÇAS SABIDAS🎶
SUBVINHETA: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
SOBE SOM🎶
SUBSUBVINHETA: Episódio 2 – Fome e pobreza
SOBE SOM🎶
AKEMI: Olá!! Voltamos com o segundo episódio da nossa série sobre as metas globais para termos um futuro melhor e mais igualitário no mundo. Eu sou Akemi Nitahara, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação.
MADU: No primeiro episódio, explicamos o que foram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os ODM, lançados pela ONU no ano 2000. E os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, que vieram em 2015. Se não ouviu ainda, volta lá que vai ficar mais fácil de entender este aqui. Ah, eu sou a Maria Eduarda Arcoverde, a perguntadeira oficial do Crianças Sabidas.
AKEMI: Muito bem Madu. Neste e nos próximos cinco episódios, nós vamos explicar como o Brasil está avançando nas áreas escolhidas pela ONU como prioridades para melhorar a vida das pessoas. E do planeta. Mas como são 17 objetivos globais, além do ODS 18 que o Brasil anunciou por conta própria, a gente vai juntar alguns temas pra dar conta de falar de todos sem ficar uma série muito gigante.
SOBE SOM🎶
MADU: E só faltam cinco anos pra chegar no prazo pra cumprir esses Objetivos! Hoje, vamos tratar do ODS 1:
HELENA: Erradicação da pobreza.
MADU: do ODS 2:
NALU: Fome zero.
MADU: E do ODS 10:
NALU: Redução das desigualdades.
AKEMI: Como você acha que vai estar o problema da fome e da desigualdade no Brasil e no mundo em 2030?
EFEITO SONORO🎶
IVAN: Oi, meu nome é Ivan, daqui a cinco anos eu vou ter 16 anos. Eu também acho que não vai ter mais a desigualdade social.
MADU: O Ivan está otimista! Agora vamos ver como o Brasil está se preparando pra isso?
ENID: O Brasil foi o primeiro país a fazer o processo de adequação das metas globais para a realidade nacional. A gente chama até de tropicalização das metas, né. Então, quando a gente traz para o Brasil, a gente faz uma grande discussão, né, para ler cada uma das metas para saber se elas estão adequadas aos problemas nacionais, né? Se elas estão dimensionadas, né, de acordo com nossos planos, planejamentos e com a ambição que nós queremos dar aos ODS.
AKEMI: Lembram da Enid Rocha, né? Ela trabalha no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e ajudou a fazer o Relatório Nacional Voluntário, que apresenta o andamento do país no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O último foi lançado em 2024, e antes desse tinha sido em 2017.
MADU: Como funciona essa “tropicalização” das metas? Que palavra difícil, cadê nosso explicador?
AKEMI: Ih, vai ter que ser eu mesma. O Caetano Farias ganhou uma irmãzinha, a Penélope, e não pôde participar com a gente dessa vez. Harramm, vamos lá… Tropicalização significa adaptar aos trópicos. Nesse caso, é ver como os ODS funcionariam da melhor forma possível no Brasil, que é um país tropical.
ENID: Cada país tem seus problemas e quando a gente faz esse exercício, nós trazemos mais pertencimento dos ODS para a pauta nacional. Então, por exemplo, né? É uma metodologia muito participativa, né? Participam representantes de todos os órgãos e ministérios. Depois vai para consulta pública da população e que que a gente faz? A gente examina cada uma das metas globais e faz essas seguintes perguntas, né? É uma meta que é importante para o Brasil, né? Se sim, ela tá de fato retratando os nossos problemas, as nossas metas?
MADU: Com certeza acabar com a pobreza, a fome e a desigualdade são importantes para o Brasil!
AKEMI: Isso mesmo Madu! Lembrando que, para cada Objetivo, existem várias metas a serem cumpridas. Então são 17 ODS, com um total de 169 metas.
ENID: Na área do ODS 1 da pobreza monetária, não da pobreza dimensional, que envolve várias áreas, né? É um cálculo diferente, mas na pobreza monetária, quando a gente tá falando da renda, o Brasil alcançaria essa meta. Então, em algumas áreas onde nós temos programas estruturados, como nessa área da pobreza.
SOBE SOM🎶
MADU: Mas erradicar não significa acabar completamente? Tenho certeza que isso ainda não aconteceu no Brasil, a gente vê muita gente que não tem casa pra morar e nem consegue comer todo dia…
AKEMI: Você tem razão Madu. Esse ODS 1, da Erradicação da Pobreza, mostra também o tamanho da desigualdade que nós temos no país. De acordo com o RNV, que é o Relatório Nacional Voluntário dos ODS, as taxas mais altas de pobreza estão nas regiões Norte e Nordeste, além de áreas rurais e entre as pessoas negras.
MADU: Como define se uma pessoa é pobre ou não?
AKEMI: Ótima pergunta! A pobreza é definida como a pessoa viver com menos de U$ 6,85 por dia. O que dá uns R$ 37 por dia. E está na pobreza extrema quem vive com menos de U$ 1,25 por dia. O que dá menos de R$ 7.
MADU: Nossa… não dá nem pra pegar um ônibus pra ir e voltar do trabalho… Ou comprar uma marmita de comida. Mal dá pra comprar um quilo de feijão.
AKEMI: Pois é… mas o Brasil tem melhorado esse indicador.
THIAGO: De maneira geral, a gente conseguiu ter bastante avanço, principalmente em medidas institucionais, em todos os ODS. E alguns impactos muito positivos, e aí claramente, né? O ODS 1, 2, que é erradicação da pobreza e combate à fome, né? Muitos avanços. É, principalmente essas políticas voltadas para a dimensão mais social tiveram bastante impacto, né?
MADU: Esse é o Thiago Ghere Galvão, ele é o coordenador executivo da Comissão Nacional para os ODS. O que o Brasil está fazendo para diminuir a fome e a pobreza?
AKEMI: Tem várias coisas. Mas a principal delas é o Bolsa Família. O programa de transferência de renda paga pelo menos R$ 600 por família beneficiada. Atualmente são mais de 18 milhões e meio de famílias que recebem. E como as crianças precisam estar matriculadas e frequentando a escola, além de fazer acompanhamento nutricional e manter a caderneta de vacinação em dia, o programa também ajuda nas metas de educação e saúde, né?
MADU: Bacana! Mas daí as famílias ficam recebendo essa ajuda pra sempre?
AKEMI: Não ficam, essa é a melhor parte! Teve um estudo que foi publicado agora, dezembro de 2025, feito pela FGV, a Fundação Getulio Vargas, que mostrou o sucesso do Bolsa Família. Eles viram que, desde 2014, mais de 60% das pessoas que recebiam o benefício saíram do programa porque conseguiram ter uma renda que não é mais considerada pobreza. Então, seis em cada dez pessoas melhoraram de vida nos últimos dez anos.
MADU: Isso é muito bom mesmo! Aos poucos, vamos caminhando. Mas vai dar tempo de erradicar a pobreza até 2030?
AKEMI: Olha Madu, o relatório das ODS mostra que pra acabar com a pobreza extrema, a gente precisa melhorar menos de meio por cento por ano até lá. De acordo com o IBGE, já estamos há três anos seguidos diminuindo os indicadores. Só em 2024, foram mais de 8,5 milhões de pessoas que deixaram a linha da pobreza. Isso significa que a proporção de pessoas na pobreza caiu de 27,3% em 2023 para 23,1%. É o menor nível já registrado desde 2012, quando o IBGE começou a fazer essa pesquisa.
MADU: Diminuiu, mas ainda é muita gente, né?
AKEMI: Com certeza. São quase 49 milhões de brasileiros e brasileiras nessa situação. Mas em 2021, durante a pandemia de covid-19, chegamos a 77 milhões de pessoas, com 36,8% da população abaixo da linha da pobreza.
MADU: E como ficamos nós, crianças, nessa situação?
AKEMI: Temos mais um convidado pra falar sobre isso.
VICTOR: Meu nome é Victor Graça. Eu sou superintendente da Fundação Abrinq. A Fundação Abrinq é uma organização que tá há 35 anos trabalhando em favor das crianças e eu tô aqui a 27.
AKEMI: A fundação começou em 1990, com os empresários do setor de brinquedos. Eles resolveram se juntar para oferecer oportunidades para as crianças que não têm, já que a Constituição Federal de 1988 fala que as crianças têm que ser prioridade e ter os direitos respeitados na nossa sociedade.
MADU: Eles apoiam projetos na área de educação, saúde e proteção.
AKEMI: Ah, o Victor também faz parte da Comissão Nacional dos ODS.
MADU: Tá, agora que ele já se apresentou, vamos conseguir acabar com a pobreza das crianças daqui a cinco anos?
VICTOR: Por exemplo, pobreza, tem uma questão seríssima, né? Tem crianças, 8 milhões de crianças, se eu não me engano, vivendo com R$ 10 por dia. Né? Então, é uma loucura. Ah, mas se a economia crescer, se tiver acesso, a gente tem programas, né, de Bolsa Família, CadÚnico, dá para reduzir bastante, mas acabar não vai acabar, né?
MADU: Pôxa vida… o Victor não está tão otimista como o Ivan, o nosso amiguinho que apareceu lá no começo desse episódio…
AKEMI: Pois é, Madu, tem essa questão da economia que é bem complicada e afeta todo mundo. O relatório das ODS fala que a renda dos 40% dos brasileiros e brasileiras mais pobres deveria subir mais do que a das parcelas mais ricas. Mas entre 2016 e 2022 aconteceu o contrário. A renda dessas pessoas diminuiu 33%, principalmente por causa das medidas chamadas de “austeridade fiscal”.
MADU: Ihhh, já sabe que precisa explicar o que é isso aí, né? Parece um palavrão…
AKEMI: E é mesmo…
EFEITO SONORO🎶
AKEMI: Austeridade fiscal é quando o governo corta gastos e investimentos públicos para equilibrar as contas. Mas normalmente esses cortes acontecem justamente onde beneficia as pessoas mais pobres, ou seja, nos programas sociais. Mas também teve congelamento do dinheiro para a educação, para a saúde…
MADU: Mas os ricos continuaram ficando mais ricos, aposto.
AKEMI: Exatamente! O relatório dos ODS mostra que os esforços para diminuir a desigualdade social não estão sendo o suficiente. Um estudo feito pelo grupo FiscalData mostrou que os 0,1% mais ricos do país tiveram um crescimento da renda cinco vezes maior que o conjunto dos brasileiros. Ou seja, são 160 mil pessoas que eram donas de 9,% da renda do Brasil em 2017, e passaram a concentrar 12,5% em 2023.
MADU: Nossa, fiquei até tonta com tanto número. É muito pouca gente com muito dinheiro! E muita gente com muito pouco dinheiro.
AKEMI: É mesmo… mas deixa eu falar só mais um dado pra gente terminar por hoje.
MADU: Só se for notícia boa!
AKEMI: É boa sim! Um estudo do Ipea mostrou que em 2024 o Brasil registrou os melhores resultados de renda, desigualdade e pobreza de toda a série histórica da pesquisa, que começou em 1995. Nesses 30 anos, o tanto que cada pessoa recebe em uma casa cresceu cerca de 70%. E a taxa de extrema pobreza diminuiu de 25% para menos de 5%.
MADU: Ufa!!! Então vamos ficando por aqui.
SOBE SOM🎶
CRÉDITOS
MADU: Você acompanhou o segundo episódio do Crianças Sabidas sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O podcast é uma produção original da Radioagência Nacional, um serviço público de mídia da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação. Eu sou a Maria Eduarda Arcoverde, a perguntadeira e tenho 10 anos.
AKEMI: A reportagem, entrevistas, roteiro, apresentação e montagem foram minhas, Akemi Nitahara.
Edição e coordenação de processos de Beatriz Arcoverde, que também fez a implementação web junto com Lincoln Araújo.
Caio Freire Cardoso Oliveira, de 11 anos, grava o título dos nossos episódios.
Helena Dor e Nalu Sol, as duas de sete anos, gravaram os ODS.
Trabalhos técnicos de Jaime Batista e Tony Godoy.
Interpretação em Libras da equipe de tradução da EBC.
A música tema original do Crianças Sabidas é de Ricardo Vilas. Também usamos composições de Newton Cardoso para o banco de trilhas de EBC.
MADU: O tema do próximo episódio é saúde. Tchauzinho!!
Akemi Nitahara – Radioagência Nacional , .
Fonte: Agencia brasil EBC..
Tue, 23 Dec 2025 07:30:00 -0300

