O Facebook desmantelou uma rede de pelo menos 900 perfis ligados à manipulação política em favor da reeleição do presidente norte-americano Donald Trump. As contas estavam disponíveis também no Instagram e administravam páginas e grupos voltados à disseminação de ideias de extrema-direita, com fotos geradas por softwares de inteligência artificial e usadas para dar aparência de legitimidade ao esquema.
De acordo com as informações do Facebook, 610 contas no Facebook, 72 perfis no Instagram, 156 grupos e 89 páginas eram usadas por pessoas nos Estados Unidos e Vietnã. Elas utilizavam publicações impulsionadas, fake news e clickbaits para gerar interesse em notícias a favor de ideias ventiladas por Trump, como forma de não apenas angariar apoio para o atual presidente dos EUA, que tenta a reeleição no ano que vem, como também para atrair tráfego a páginas que fazem parte de uma empresa de mídia chamada The BL.
Segundo publicação da Wired, o grupo estaria ligado a um outro noticiário, o The Epoch Times, com ligações ao grupo chinês Falun Gong, uma associação religiosa que é vista pelo governo do país asiático como uma “ameaça à estabilidade social”. No Facebook, os perfis utilizados pelo esquema inflavam áreas de comentários e grupos de discussão política, além de gerenciarem páginas de apoio a Trump, com compartilhamento constante de notícias dos sites envolvidos.
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Mais de US$ 9,5 milhões teriam sido gastos em anúncios no Facebook e Instagram, como forma de levar as publicações ainda mais adiante e atingir, também, audiências falantes do espanhol, o que demonstra um foco na população imigrante. As propagandas ainda ativas que faziam parte do esquema foram retiradas do ar junto com as contas responsáveis por elas.
Em seu relatório sobre o assunto, a rede social chamou o sistema de uma “fábrica de amplificação artificial em grande escala”, que tentava ampliar o alcance dos sites do grupo The BL. Entre as páginas tiradas do ar como parte da operação estão espaços que reuniam cerca de 55 milhões de usuários, entre legítimos e fakes, que faziam clara campanha à reeleição do presidente americano e de seu vice, Mike Pence.
O que mais chamou a atenção do Facebook e dos grupos associados à investigação, o DFRLab e o Graphika, foi o uso considerável de imagens criadas por inteligências artificiais. As fotos, que não correspondem a pessoas reais, foram geradas a partir de algoritmos que tentam simular características individuais do rosto humano, bem como fundos e texturas que fazem parecer que aquela é uma foto real.
Tais sistemas, entretanto, ainda são falhos, principalmente na hora de trabalhar com características envolvendo simetria, como a posição do que está atrás da pessoa fotografada ou acessórios como óculos e brincos. A partir de análises baseadas nisso, os responsáveis pelo relatório foram capazes de encontrar pelo menos 18 rostos gerados por computador, mas o número pode ser muito maior. Este total, segundo a Graphila, corresponde apenas aqueles que foram identificados como tal com, pelo menos, 99,9% de certeza.
As investigações também levaram ao desmantelamento de um esquema semelhante de manipulação política, mas operado da Geórgia e voltado para influenciar a opinião dos cidadãos daquele país. Neste caso, foram 39 contas banidas do Facebook e 22 do Instagram, 344 páginas e 13 grupos tirados do ar.
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Fonte: Canaltech