No início desta semana, cientistas anunciaram a descoberta de fosfina nas nuvens de Vênus. Não se sabe ainda como essa substância se formou por lá, mas pode ser que tenha sido criada por algum tipo de vida venusiana. Felizmente, não teremos que esperar muito para que uma nave possa coletar mais dados do planeta na tentativa de bater o martelo nessa quartão, já que a BepoColombo está se aproximando de lá agora mesmo.
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A BepiColombo é uma nave programada para estudar o planeta Mercúrio, mas, para chegar até lá, precisará fazer dois sobrevoos por Vênus; primeiro para diminuir a velocidade, e depois para pegar um impulso gravitacional. É que, dessa forma, a nave usa a força da gravidade de Vênus para economizar combustível enquanto segue sua trajetória.
Embora a observação de Vênus já estivesse planejada pela equipe da BepiColombo desde o ano passado, não havia na época nenhuma pista real para buscar formas de vida em tal planeta. Mas, claro, os pesquisadores não devem perder essa nova oportunidade. Afinal, se houver alguma chance de olhar mais de perto para a fosfina venusiana e tentar confirmar se há ou não chances de encontrar formas de vida na atmosfera do planeta, por que não aproveitá-la?
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Pois bem, é isso o que eles farão — mesmo que os instrumentos da nave tenham sido planejados para estudar especificamente a atmosfera de Mercúrio. De acordo com Jorn Helbert, membro da equipe que ajuda a gerenciar os instrumentos do orbitador, o dispositivo Mercury Radiometer and Thermal Imaging Spectrometer (MERTIS) pode ser capaz de estudar a atmosfera de Vênus. “É um momento perfeito”, disse ele. “Agora estamos vendo se nossa sensibilidade é boa o suficiente para fazer observações”.
Desde já, no entanto, é preciso conter as expectativas, já que há chances de não conseguirmos resultados dessa vez. É que o dispositivo a bordo da BepiColombo não foi feito para analisar a atmosfera venusiana, e a nave estará a uma distância de mais de 9.978 km de Vênus. Ainda assim, vale a pena tentar, principalmente durante o segundo sobrevoo, que acontecerá a uma distância de apenas 547 km do planeta.
Enquanto o primeiro voo será já em outubro desde ano, o segundo deve acontecer em agosto de 2021. Seja como for, serão duas grandes oportunidades de olhar Vênus de perto, já que está é a primeira vez em que esse tipo de observação acontece desde a missão soviética Venera 15, em 1983.
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Fonte: Canaltech