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Carrapato usa eletricidade estática para agarrar hospedeiros




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Segundo um artigo publicado na revista científica Current Biology, o segredo por trás da habilidade do carrapato de encontrar hospedeiros ​​pode estar na eletricidade estática. Basicamente, os aracnídeos tiram proveito dos campos elétricos gerados durante a interação entre o hospedeiro e o ambiente.

Na prática, os carrapatos podem sentir e responder a esses fios elétricos invisíveis, e com isso são fisgados e enrolados em seus hospedeiros. “Nós nos perguntamos se as cargas estáticas que mamíferos, pássaros e répteis acumulam naturalmente poderiam ser altas o suficiente para que carrapatos pudessem ser levantados pelo ar por atração eletrostática, melhorando assim sua eficiência em encontrar hospedeiros para se alimentar”, contaram os pesquisadores.

No experimento, a equipe esfregou pele de coelho em superfícies acrílicas, gerando eletricidade estática. Os aracnídeos próximos foram atraídos pelo ar por vários centímetros, até essas superfícies estaticamente carregadas. Os cientistas fazem uma comparação: para os humanos, seria como pular vários lances de escada.

Os cientistas também colocaram 20 carrapatos em uma placa de alumínio próxima a um pequeno eletrodo redondo de metal. Quando o eletrodo tinha uma voltagem semelhante à encontrada em vertebrados, três em cada quatro carrapatos conseguiram pular. O curioso é que mesmo carrapatos mortos podem ser levantados por um campo elétrico semelhante ao emitido pela pele humana a uma distância de cerca de 10 centímetros.


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Em suma, os pesquisadores acreditam que as descobertas podem ajudar a descobrir maneiras de lidar com o carrapato, como a invenção de revestimentos antiestáticos em gado, animais de estimação ou roupas humanas, por exemplo.

Curiosidades científicas sobre o carrapato

O carrapato é verdadeiramente intrigante para a comunidade científica. Cientistas do Brasil chegaram a identificar uma molécula na saliva dos carrapatos com propriedades anticoagulantes, para se ter uma noção. No futuro, a descoberta pode ser usada em novos remédios para quem tem distúrbios da coagulação sanguínea, como pessoas com problemas cardíacos.

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O carrapato intriga a comunidade científica com curiosidades excêntricas (Imagem: Marino Linic/Unsplash)

Uma curiosidade é que a picada de carrapato pode te deixar alérgico a carne. Após a exposição à saliva do aracnídeo, o indivíduo desenvolve intolerância a certos tipos de carne, que passam a causar uma reação. Os sintomas surgem cerca de duas horas depois do consumo, e consistem em tosse, náusea, vômitos, urticária, inchaço, dificuldade para respirar e queda na pressão sanguínea.

Surtos de febre maculosa

Nos últimos meses, algumas regiões do país — como o interior de São Paulo — têm se deparado com surtos de febre maculosa, conhecida popularmente como doença do carrapato-estrela. Trata-se de uma infecção bacteriana responsável por sintomas como febre, dores e manchas avermelhadas pelo corpo. A grande preocupação é que, caso não haja o tratamento adequado, essa condição pode levar à morte.

Em junho, Campinas já acumulava cinco possíveis mortes por febre maculosa. Frente à situação, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) anunciou algumas medidas preventivas, como manter os terrenos e gramados capinados rente ao solo, facilitando a penetração dos raios solares e aplique carrapaticidas em cães e cavalos. Vale lembrar da existência do repelente para carrapato, que pode ser usado na própria pele ou na roupa.

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Fonte: Canaltech

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