Comportamento

Crianças Sabidas aborda saúde, vacinação e os desafios da desigualdade

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VINHETA CRIANÇAS SABIDAS🎶  

SUBVINHETA: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

SOBE SOM🎶  

SUBSUBVINHETA: Episódio 3 – Saúde 

SOBE SOM🎶  

MADU: Oi pessoal! Continuamos com a nossa série sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Eu sou a Maria Eduarda Arcoverde, mas pode me chamar de Madu. Eu sou a perguntadeira oficial do podcast. 

AKEMI: E eu sou Akemi Nitahara, a jornalista aqui do Crianças Sabidas. A gente já ouviu nesta série como começou essa história de objetivos de desenvolvimento, que a ONU lançou láááá no ano 2000, com metas para os países alcançarem até 2015. Eram os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, os chamados ODM. 

MADU: Daí, como nem tudo foi cumprido, em 2015 foram feitos novos Objetivos, os ODS, dessa vez para serem alcançados até 2030. 

AKEMI: E foram muito mais detalhados também. Eram oito ODM e passaram para 17 ODS. Mas o Brasil lançou mais um por conta própria, pra tratar da igualdade étnico-racial. Então temos 18 ODS. 

MADU: No segundo episódio, falamos do combate à fome, à pobreza e à desigualdade social. Hoje, nosso assunto é o ODS 3: 

HELENA: Boa saúde e bem-estar. 

AKEMI: Essa é uma questão que envolve muitas coisas, né? O que o mundo precisa pra melhorar a saúde da população em cinco anos? 

DUDU: Oi, meu nome é Eduardo, eu tenho 7 anos e eu acho que a gente precisa de uma máquina que cure a gente, porque um monte de pessoas morre muito fácil, então a gente precisa fazer algo que cure as pessoas. 

MADU: É, Dudu, uma máquina dessas seria muito maravilhoso!! Que nem naquele filme Elysium! 

AKEMI: O problema é que no filme a máquina que cura todas as doenças era pra pouquíssimas pessoas, né? 

MADU: Como sempre… pouca gente com tudo do melhor e muita gente sem o básico, como a gente explicou no último episódio. Mas estamos indo bem nas metas de saúde no Brasil? 

ENID: Na área da saúde, né, da mortalidade materna, mortalidade infantil também o Brasil, ele se colocou metas mais avançadas do que a própria meta global, porque a meta global da ONU, o Brasil já tinha alcançado. Porém, quando a gente olha por dentro da meta, então quando a gente fala mortalidade infantil, se a gente olhar dentro das regiões, se a gente olhar a infância indígena, se a gente olhar raça, então a gente tem muita desigualdade, né? Então o Brasil teria que trabalhar mais nessas desigualdades para que a gente possa dizer que a gente alcança essa meta, mas incluindo, sem deixar ninguém para trás, né? Que é um dos princípios dos ODS. 

MADU: Olha a desigualdade aí de novo… 

AKEMI: É Madu, sempre ela… Ah, essa que falou é a Enid Rocha, que trabalha no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e ajudou a fazer o Relatório Nacional Voluntário, que explicou como está o andamento do Brasil no cumprimento dos ODS. 

MADU: Como ficaram essas metas que o Brasil já tinha alcançado? 

AKEMI: Vamos precisar de uma voz mais forte pra isso. Rafael, pode ler pra gente, por favor? 

RAFAEL: Claro! Vamos lá. Meta 3.1 – Reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 43 por cem mil nascidos vivos. Meta 3.2 – Enfrentar as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, objetivando reduzir a mortalidade neonatal para, no máximo, 7 por mil nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para no máximo 11,5 por mil nascidos vivos. 

AKEMI: Obrigada, Rafa! Nesses casos, a meta global para a mortalidade materna era de 70 por cem mil e de mortalidade infantil de 12 por mil para recém-nascidos e de 25 por mil até os 5 anos.  

MADU: E como o Brasil está agora? 

AKEMI: De acordo com o relatório das ODS, que considera dados de 2022, estamos com uma tendência de queda na mortalidade materna, com 57,7 mortes por 100 mil nascidos vivos. Mas o relatório aponta que os indicadores precisam melhorar entre as mulheres pretas e indígenas, bem como nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 

MADU: Desigualdade de novo… 

AKEMI: Pois é, Madu. Na mortalidade infantil, entre os bebês recém-nascidos, o número chegou a 8,7 mortes por mil nascidos vivos e 15,5 entre as crianças menores de 5 anos. 

MADU: Ainda precisa melhorar!! 

AKEMI: Tem bastante gente trabalhando nisso, como a Fundação Abrinq. O Victor França, que participa da Comissão Nacional dos ODS, explicou que eles fazem vários projetos para proteger a infância. 

VICTOR: Muito importante a mortalidade infantil, que a gente também trabalha com o projeto de 1.000 dias, né? Então, desde a gestante até o segundo ano da criança. Então, a gente tá falando de ampliar o número de consultas do pré-natal, qualificar esse atendimento, descentralizar o atendimento. A gente tem também a parte de saúde bucal, que também tão lá na nos ODS, né, que é muito importante. Então, mortalidade, inclusive, acho que a gente pode chamar a atenção, porque foi melhorando e agora tá patinando um pouquinho para melhorar, né?   

MADU: Quais são as outras metas de saúde e bem-estar? 

AKEMI: Continua pra gente, Rafael? 

RAFAEL: Meta 3.3 – Acabar, como problema de saúde pública, com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater hepatites virais, doenças transmitidas pela água, arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti e outras doenças transmissíveis. 

AKEMI: Aqui não teve muita melhora, inclusive aumentaram os casos de tuberculose nos dois últimos anos analisados. Além do mais, a pandemia de covid-19, que foi de 2020 a 2023, causou muitos impactos na saúde, né? A pandemia prejudicou o avanço de 37 das 169 metas.  O que mais, Rafael? 

RAFAEL: Vem cá, são nove metas pra melhorar os indicadores e mais quatro pra implementar as ações. Vai dar pra falar de todas? 

MADU: É muita coisa, né? Vamos pular pras mais importantes então. 

RAFAEL: Ok. Meta 3.6 – Reduzir a taxa de mortalidade no trânsito para 9,5 óbitos por 100 mil habitantes. 

AKEMI: O Brasil melhorou nisso, mas não o suficiente para alcancar da meta global, que era diminuir pela metade o número de mortos em acidentes de trânsito, em relação a 2015. De acordo com os dados da Polícia Rodoviária Federal, em 2015, 6.867 pessoas morreram em acidades de trânsito no Brasil. Em 2024 foram 6.160. Mas tinha caído para 5.292 em 2020. Só que foi o ano que começou a pandemia, né? Então a gente lembra que tiveram as medidas de distanciamento social e tinha menos pessoas circulando pelas cidades e pelas estradas. 

RAFAEL: Meta 3.7 – Assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais. 

AKEMI: Um dado importante aqui é o número de adolescentes que viram mãe. Em 2016, para cada mil bebês que nasciam, 31,2 eram de mães entre 10 e 19 anos. Em 2022, o número caiu para 21,6. 

MADU: Crianças e adolescentes não deveriam ser mãe, né? Essa idade é pra brincar e estudar! 

AKEMI: Exatamente! E pra evitar isso, precisa que essas coisas sejam ensinadas na escola. 

RAFAEL: Meta 3.8 – Assegurar, por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS, a cobertura universal de saúde, o acesso a serviços essenciais de saúde de qualidade em todos os níveis de atenção e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes e de qualidade que estejam incorporados ao rol de produtos oferecidos pelo SUS. 

AKEMI: A Enid vai explicar esse pra gente. 

ENID: Por exemplo, do ponto de vista social e das políticas públicas. A gente tem avanços, né, no caso do SUS, o Sistema Único de Saúde, o Brasil ampliou sua capacidade de atendimento especializado, né, criando aquelas novas especialidades do SUS. E isso é um enorme avanço e um passo concreto do ODS 3, que tem uma meta específica para isso. 

AKEMI: A Enid fala do Programa Agora Tem Especialistas. Segundo o Ministério da Saúde, a meta era conseguir 500 médicos em 2025 pra reforçar o atendimento especializado no SUS, tipo cirurgiões e anestesistas, pra diminuir o tempo de espera pra exames e cirurgias. E conseguiram 577! 

MADU: 577 médicos pro Brasil todo? Parece bem pouco pra mim… 

AKEMI: É Madu, não é muito mesmo, considerando que o Brasil tem mais de 5 mil cidades… Mas eles vão trabalhar em 187 municípios, principalmente no interior do país. A região nordeste vai receber a maioria deles. 

RAFAEL: Meta 3.b – Essa é muito grande, vou resumir, ok? Apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças transmissíveis e não transmissíveis, e garantir que os países em desenvolvimento tenham acesso a eles. 

AKEMI: O Brasil já superou a meta global de incorporação de medicamentos e vacinas básicas ao SUS. A gente tem mais vacinas do que o mínimo recomendado. 

MADU: Ah, de vacina eu entendo! O Brasil tem o PNI, que é o Programa Nacional de Imunizações. Quando a gente nasce já ganha a carteira de vacinação pra anotar quando precisa tomar a próxima dose. 

AKEMI: Isso mesmo Madu, nosso país é referência mundial em vacinação, com atendimento em todo o território e até programas pra ir atrás de quem deixou de vacinar as crianças por algum motivo. São 30 vacinas oferecidas de graça pra todo mundo que precisar. 

MADU: Mas se é de graça e salva vidas, por que ainda tem gente que não se vacina? 

AKEMI: Esse é o problema… teve a pandemia que atrapalhou um pouco as coisas né? Já recuperou, mas mesmo assim, a cobertura vacinal está abaixo do que deveria. A Pneumocócica, por exemplo, que toma com 2 e com 4 meses de idade, caiu de 95% de cobertura em 2016 para 81,5% em 2022. Agora melhorou e chegou a 89,79% em 2024. 

MADU: E o sarampo? O Brasil voltou a ter casos recentemente, não foi? 

AKEMI: Sim, infelizmente… entre 2018 e 2022 a vacinação diminuiu e os casos voltaram com força. Chegou a morrer um bebê aqui no Rio de Janeiro, em 2020. Até agora, em julho de 2025, teve um surto no Tocantins. Mas essa cobertura melhorou! A vacina contra o sarampo é a Tríplice Viral, que protege também de caxumba e rubéola, a primeira dose toma com um ano de idade. Em 2023 a cobertura foi de 88,84% e em 2024 subiu pra 96,34%. 

MADU: Ufa, já tô com a cabeça cheia de números de novo… 

AKEMI: Cada vez mais sabida! Mas vamos ficando por aqui, já está bom de falar sobre o ODS da saúde. 

SOBE SOM🎶  

CRÉDITOS   

 MADU: O Crianças Sabidas é uma produção original da Radioagência Nacional, um serviço público de mídia da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação. Este foi o terceiro episódio sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Eu sou a Maria Eduarda Arcoverde, a perguntadeira.  

  AKEMI: A reportagem, entrevistas, roteiro, apresentação e montagem foram minhas, Akemi Nitahara.  

Edição e coordenação de processos de Beatriz Arcoverde, que também fez a implementação web junto com Lincoln Araújo.   

Caio Freire Cardoso Oliveira, de 11 anos, grava o título dos nossos episódios.  

Helena Dor e Nalu Sol, as duas de sete anos, gravaram os ODS. 

Quem gravou as metas do Brasil foi o Rafael Cardoso. 

Trabalhos técnicos de Jaime Batista e Tony Godoy.   

Interpretação em Libras da equipe de tradução da EBC.   

A música tema original do Crianças Sabidas é de Ricardo Vilas. 

Também usamos composições de Newton Cardoso para o banco de trilhas de EBC.   

  MADU: No próximo episódio vamos falar de educação, igualdade e gênero e igualdade étnico-racial. Até lá! 

Akemi Nitahara – Radioagência Nacional , .

Fonte: Agencia brasil EBC..

Wed, 24 Dec 2025 07:30:00 -0300