Defesas de 4 acusados do Núcleo 4 da trama golpista alegam inocência

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal encerrou, nesta terça-feira, o primeiro dia do julgamento dos réus do Núcleo 4 da trama golpista, responsável por ações da chamada ‘Abin Paralela’ e pela disseminação de notícias falsas contra o processo eleitoral.

Após a apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República e da defesa dos três primeiros réus, foi o momento das alegações dos outros quatro acusados.

A advogada Juliana Malafaia defendeu a inocência do réu Giancarlo Gomes Rodrigues, alegando que o subtenente do Exército, que estava cedido à Abin, não tinha relações com os líderes da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e que a denúncia não deixou clara a participação do acusado dentro da suposta organização.

O advogado Leonardo Coelho Avelar apresentou as alegações de defesa do réu Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército, e também rebateu a denúncia da PGR. A defesa afirmou que Almeida não difundiu notícias falsas, só repassou links de notícias de acesso público em lista de transmissão formada por colegas militares.

Já o advogado Hassan Souki, que defendeu o policial federal Marcelo Bormevet, sustentou que seu cliente deve ser absolvido pela atipicidade das condutas atribuídas a ele e ausência de dolo.

Por fim, foi a vez do advogado Diego Ricardo Marques, que representa Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército, que foi chefe de gabinete de Mário Fernandes, então Secretário-Geral da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro. A defesa de Abreu afirmou que o réu não tinha conhecimento do teor do plano Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato de autoridades, impresso no Palácio do Planalto.

O julgamento do Núcleo 4 foi suspenso e será retomado na próxima terça-feira, dia 21, quando são esperados os votos dos ministros da Primeira Turma e a definição das penas.