Comportamento

Museu Histórico Nacional recebe exposição “Para além da escravidão”

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O Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, abre a partir desta quinta-feira (13) uma exposição inédita no país sobre a história da escravidão e seus ecos na atualidade como o racismo e a violência contra as pessoas negras.

A mostra “Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo” reúne museus de seis países e marca também a reabertura parcial da instituição, que estava fechada para obras.

A exposição estreou em dezembro do ano passado, no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, nos Estados Unidos.

O público poderá ver cerca de 100 objetos, 250 imagens e 10 filmes. Entre eles, uma balança que pode ter sido usada para pesar e precificar escravos, instrumentos musicais e fotos de manifestações de grupos sociais que lutam contra as consequências da escravidão.

Do Rio de Janeiro, o acervo segue para a África do Sul, Senegal e Inglaterra.

Keila Grinberg, coordenadora da atividade no Rio, resume a mostra.

“Uma exposição sobre escravidão global, que mostra justamente como a escravidão e o colonialismo conectam as histórias dos países da Europa, da África e das Américas, principalmente, que a gente hoje ainda vive as consequências da escravidão. Então, a exposição mostra isso e chama também as pessoas, conclama as pessoas, a pensar em que a gente pode fazer a respeito”.

 

Impacto na atualidade

A mostra foi um sucesso de público nos Estados Unidos, e a expectativa para o Brasil não é diferente, segundo Keila Grinberg.

“Essa exposição já veio de Washington com público recorde para exposições itinerantes. Então a gente espera que aqui a gente também tenha um grande público. O museu está preparado para receber estudantes. As visitas guiadas já podem ser marcadas”.

Cláudio Honorato, coordenador do Instituto Pretos Novos, ressalta a importância da mostra ao abordar também os impactos da escravidão nos dias atuais.

“Se hoje a gente fala de um de um racismo moderno, contemporâneo, suas questões correlatas, a gente sabe muito bem que a base, o alicerce disso. A gente está falando de uma outra escravidão. Por isso a exposição é Para Além da Escravidão, ou seja, são os desdobramentos que isso ocorre na sociedade de hoje. Ou seja, uma sociedade que ainda tem muita desigualdade. E aí ainda a gente, é duro saber, é triste o que aconteceu há uma semana e meia atrás ali no Alemão e na Penha”  

 

Museu e sociedade 

Já Fernanda Castro, presidenta do Instituto Brasileiro de Museus, reforça o compromisso dos museus com a perspectiva social.

“É importante para que as pessoas tenham acesso à discussão da construção da nossa história numa perspectiva nacional e internacional. E os museus são um espaço de construção de democracia, do combate ao racismo, de conscientização da sociedade”.

Cícero de Almeida, diretor do Museu Histórico Nacional, comenta a continuidade das obras do Museu Histórico Nacional e a previsão de reabertura total.

“Já há a procura de outros museus fora do Brasil para fazer exposições no ano que vem. Possivelmente, até o final do ano que vem, a gente encerra as obras do circuito de longa duração, aqui, biblioteca, para poder a gente devolver o museu integralmente. A ideia foi furar essa inatividade geral que uma obra provoca. Ela provoca o esquecimento do público, ela diminui a atratividade do museu”.

A exposição conta ainda com atividades paralelas, entre elas um seminário internacional que vai ser realizado no Arquivo Nacional.

A mostra tem entrada gratuita e fica em cartaz até 1º de março do ano que vem. Outras informações estão no site: mhn.museus.gov.br.


Carolina Pessoa – repórter da Rádio Nacional , .

Fonte: Agencia brasil EBC..

Thu, 13 Nov 2025 07:35:00 -0300