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Açúcar pode afetar a formação de novos neurônios no cérebro




Açúcar pode afetar a formação de novos neurônios no cérebro - 1

Nesta quinta-feira (17), a American Chemical Society (ACS) encerrou o congresso ACS Fall 2023, responsável por trazer à tona diversas descobertas científicas. Uma delas, ainda não publicada em revista, concentrou as atenções em como as moléculas de açúcar podem agir no cérebro, impactando o aprendizado e a memória.

Os cientistas relatam que grupos de moléculas complexas de açúcar, chamadas glicosaminoglicanos (GAGs), afetam a plasticidade no cérebro de camundongos, ou seja: a capacidade de promover a formação de novos neurônios.

Em comunicado, os pesquisadores envolvidos declaram que estudar a química desses açúcares no cérebro pode ajudar a entender como restaurar ou aprimorar as conexões neurais envolvidas na memória.


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Os cientistas ressaltam que, no cérebro, a forma mais comum de GAG ​​é o sulfato de condroitina, encontrado em toda a matriz extracelular que envolve as muitas células do cérebro. O sulfato de condroitina também pode formar estruturas que envolvem neurônios individuais e estabilizam as conexões sinápticas entre eles.

Açúcar afeta neuroplasticidade

O estudo revelou que padrões de sulfatação (um tipo de modificação química) podem alterar a função dos GAGs. Os pesquisadores então tentaram ver como a mudança desse padrão poderia afetar a neuroplasticidade nos roedores.

Para fazer isso, eles deletaram um gene específico. A desativação desse gene mudou os tipos de conexões sinápticas entre os neurônios.

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Moléculas de açúcar afetam neuroplasticidade (Imagem: iLexx/envato)

Depois que esse gene foi deletado, os roedores não conseguiam reconhecer uns aos outros, mesmo tendo se conhecido anteriormente, o que sugere que essas estruturas afetam a memória social.

Frutose no cérebro pode ter relação com Alzheimer

Anteriormente, um estudo afirmou que o Alzheimer tem relação com o excesso de frutose no cérebro. Trata-se de um tipo de açúcar que pode ser um dos responsáveis pelos acúmulos anormais de proteínas no cérebro que corroem lentamente a memória e a cognição, enquanto “matam” os neurônios.

O experimento mostrou que o excesso de frutose por tempo suficiente faz com que roedores desenvolvam proteínas tau e beta-amiloide no cérebro, as mesmas observadas na doença de Alzheimer. Em paralelo, o grupo encontrou altos níveis de frutose no cérebro de pessoas com o distúrbio.

Na ocasião, os pesquisadores declararam que o metabolismo da frutose resulta em uma resposta orquestrada para estimular a ingestão de alimentos e água, reduzir o metabolismo de repouso, estimular o acúmulo de gordura e glicogênio e induzir resistência à insulina como meio de reduzir o metabolismo e preservar o suprimento de glicose para o cérebro.

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Fonte: Canaltech

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