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Câncer no pulmão: órgão é retirado para cirurgia e depois recolocado




Câncer no pulmão: órgão é retirado para cirurgia e depois recolocado - 1

Para aumentar a probabilidade de remissão do câncer de pulmão, médicos brasileiros começam a usar uma nova técnica durante as operações feitas para a remoção de tumores. Conhecido como autotransplante, o procedimento consiste em tirar o órgão afetado, operá-lo fora do corpo e devolvê-lo “limpo” ao paciente.

Até o momento, três pacientes já passaram pela nova estratégia de tratamento para o câncer de pulmão e estão em estágio de remissão — a primeira operação foi feita em setembro de 2020, em um paciente com mais de 65 anos. A maioria das operações ocorreram dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Vale lembrar que, segundo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão está entre os cinco tipos de cânceres mais comuns entre os brasileiros. Por ano, são diagnosticados mais de 32,5 mil casos, sendo que 18 mil são em homens e os outros 14,5 são em mulheres. Neste cenário, novas intervenções são mais do que necessárias.


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Como é a operação externa do pulmão com câncer?

Para entender como funciona o procedimento inovador, basta pensar em um paciente com câncer exclusivamente no pulmão direito. Após a anestesia, a equipe médica faz uma incisão na lateral do corpo, entre as costelas e a axila, de onde o órgão “doente” será removido.

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Novo procedimento para o tratamento do câncer do pulmão envolve a retirada temporária do órgão (Imagem: Olga Guryanova/Unsplash)

Em seguida, o pulmão é colocado em uma mesa cirúrgica. Dessa forma, “é possível trabalhar muito melhor e ‘esculpir’ delicadamente as regiões comprometidas pelo tumor”, explica Marcos Samano, médico da Rede D’Or São Luiz, em São Paulo, e cirurgião responsável pelos primeiros três autotransplantes nacionais, para a BBC.

Por fim, o órgão é reimplantado no corpo do paciente, após o processo de “limpeza” das células cancerígenas. A vantagem é que, como o pulmão é do próprio indivíduo, não há nenhum risco de rejeição, como é esperado em cirurgias em que, de fato, ocorrem transplante de órgãos.

Quando é possível fazer o autotransplante contra o câncer?

Apesar dos benefícios da nova técnica, incluindo a maior capacidade em remover o tumor, não são todos os pacientes oncológicos que podem passar pela intervenção. Por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente, já que outras terapias, como radioterapia e quimioterapia, podem ser mais eficazes.

Quando possível, a técnica parece ser bastante promissora. Os resultados dos três primeiros casos de autotransplantes no Brasil são positivos, com todos os pacientes em remissão do câncer. Se a melhora se manter ao longo dos próximos anos, será possível afirmar que o tratamento permitiu a própria cura da doença.

Em outras frentes de pesquisa e de testes, cientistas da AstraZeneca avaliam o uso de um novo medicamento que reduz em 51% o risco de morte após a cirurgia de remoção de um tumor no pulmão. Antes de chegar ao mercado, mais estudos são necessários.

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Fonte: Canaltech

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