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Como a dengue pode provocar queda de cabelo




Como a dengue pode provocar queda de cabelo - 1

A queda de cabelo não é um sintoma comum da dengue. No entanto, alguns pacientes podem sofrer com a perda de fios após o período de recuperação da doença — quando a fase aguda já acabou. Nestes casos, o problema é o eflúvio telógeno agudo, uma condição passageira e reversível.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é normal que uma pessoa perca de 100 a 120 fios de cabelos por dia. Quando o paciente está com o eflúvio telógeno, a queda diária salta para 200 a 300 fios, o que pode ser percebido pelo “bolo” que cai no chuveiro ou pelo pente.

Para a maioria dos pacientes que tiveram queda de cabelo após a dengue, tudo voltará ao normal, como era antes. Em média, o processo de recuperação natural dos fios leva de 2 a 6 meses, mas pode ser intensificado por algumas intervenções.


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É normal cair cabelo após a Dengue

O eflúvio telógeno é uma forma de perda temporária de cabelo, como define Isabela Etto Cabello, médica dermatologista. Isso ocorre por causa de uma dessincronização no ciclo capilar.

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Dengue pode atrapalhar o ciclo capilar e provocar a queda de cabelo (Imagem: James Gathany/CDC)

Para entender, os fios de cabelo têm uma espécie de ciclo de vida, marcado por duas grandes fases:

  • Anágena: crescimento dos fios;
  • Telógena: momento de repouso, onde a queda dos fios se torna mais suscetível.

Após alguns problemas de saúde ou uma situação de estresse, uma parcela significativa dos fios pode migrar para a fase telógena. Por isso, há queda de cabelo após um período. Isso tende a ocorrer de 2 a 3 meses após a infecção pelo vírus da dengue, por exemplo. Zika, chikungunya e covid-19 podem provocar o mesmo problema.

Naturalmente, o ciclo capilar será realinhado, o que pode levar de 2 a 6 meses. Apesar do tempo, o eflúvio telógeno é uma condição passageira.

O que provoca a queda de cabelo?

Até o momento, a ciência não sabe exatamente como a dengue desencadeia o eflúvio telógeno, mas existem algumas hipóteses envolvidas. É provável que a condição seja causada pela resposta inflamatória desencadeada pelo vírus, assim como o estresse físico e emocional associado à infecção.

“Durante a dengue, o corpo passa por uma resposta inflamatória, liberando citocinas e outras substâncias inflamatórias. Essas substâncias podem afetar o ciclo de crescimento do cabelo, levando ao desequilíbrio e ao eflúvio telógeno”, afirma a médica.

“Além disso, o estresse físico causado pela febre alta, dores musculares e fadiga também pode contribuir para o desencadeamento da queda de cabelo”, acrescenta a especialista.

Tratamento para queda de cabelo

“Com a devida atenção e cuidado, é possível superar a queda de cabelo pós-dengue e restaurar a saúde capilar”, lembra a médica. Para isso, a recomendação é buscar a orientação de um profissional que irá avaliar as necessidades específicas de cada paciente.

Entre as orientações possíveis para restaurar a saúde dos fios, o profissional de saúde pode indicar:

  • Dieta equilibrada e rica em nutrientes essenciais, como vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina E, zinco, ferro e proteínas;
  • Suplementos alimentares;
  • Tratamentos tópicos, como o uso do minoxidil, composto que estimula o crescimento capilar;
  • Terapia com laser de baixa intensidade, o que melhora a circulação sanguínea no couro cabeludo e estimula o crescimento.

Nesta fase de recuperação do eflúvio telógeno associado à dengue, a médica orienta que tratamentos capilares agressivos, como o uso excessivo de calor e produtos químicos, devem ser evitados.

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Fonte: Canaltech

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