Saúde & Bem-estar

Como controlar o uso do celular durante o dia a dia e por que não devemos utilizá-lo antes de dormir




Hoje em dia é praticamente impensável viver sem o celular. Um dos maiores progressos humanos no âmbito da comunicação, a presença dos aparelhos modificou — e ainda altera — nossas relações interpessoais e concepções de mundo.

Sempre presente na listagem de produtos mais vendidos mundo afora, os smartphones — sobretudo os de “última geração” — são itens de consumo desejados pela grande maioria. Alguns são destacados como artigos ostensivos e de luxo, e qualquer desconto ou promoção já é digno de gigantes filas.

A vontade de aproveitar a Black Friday, por exemplo, muitas vezes é fomentada pelo desejo de um novo telefone móvel. Juntamente da internet, os celulares apresentaram horizontes inéditos, transformando nossas rotinas e hábitos.

Não demorou muito, porém, para esse fenômeno técnico-científico apresentar um lado perverso, instigado pelo próprio homem: o vício. Seja no trabalho, na faculdade, durante um encontro romântico ou com amigos, estamos a todo momento — salvo desesperadores minutos em que a bateria acaba — conectados aos nossos dispositivos.

Mario Louzã, médico psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), explica: “O princípio de qualquer dependência é muito parecido, seja químico ou comportamental. Você tem desejo intenso de buscar aquilo. O segundo aspecto é a síndrome de abstinência. Quando fica sem usar você tem reações de ansiedade, irritabilidade. E o terceiro ponto é a tolerância. O uso contínuo faz a pessoa querer aumentar a dose para ter o mesmo efeito”.

Controlando o uso diário

Apesar da presença constante em praticamente todas as nossas atividades diárias, é possível controlar a utilização contínua com força de vontade e algumas dicas simples.

Frequência

O primeiro passo é monitorar a constância de uso. Tendo uma noção mais precisa sobre quantas horas passamos utilizando as aplicações, é possível planejar melhor a disposição de tempo útil gasto no celular.

É possível fazer esse monitoramento manual ou digitalmente. Um bloco de notas ou algum aplicativo especializado em medir dados de utilização conseguem cumprir essa função.

Após descobrir a frequência, defina uma meta diária — calculando e distribuindo a aplicação do tempo para cada finalidade (15 minutos para jogos, 30 para redes sociais, etc.).

Alguns aplicativos, como Facebook e Instagram, já contam com um medidor embutido em suas configurações.

Foco no objetivo

Alguns truques são fundamentais para auxiliar no desapego tecnológico. Confira:

Desative as notificações

Muitas vezes, uma simples mensagem já é o suficiente para transformar aquela espiada no grupo de mensagens em um tour por todas as redes sociais e muitos outros aplicativos.

Por isso, desativar as notificações das aplicações mais interativas é uma saída para esquecer o celular por algum tempo. Só de o celular não ficar “chamando”, você também deixará de visitá-lo.

Defina horários

Escolha um momento do dia para responder mensagens e outras interações. Procure selecionar dois ou três instantes livres em sua rotina para se dedicar a responder e-mails, ligações, comentários e SMS.

Desligue o aparelho

Essa medida deve ser tomada para evitar aquelas olhadinhas que nos tiram do foco. Durante aulas, trabalho ou momentos de lazer — ao ler um livro ou assistir um filme —, deixe o celular desligado para se conectar, de fato, com a atividade praticada.

Busque outros meios

Sem perceber, substituímos diversos canais de informação e comunicação pelos smartphones. Assim, é necessário voltarmos a explorar outros meios funcionais: ler jornais e livros físicos, sair para fazer compras, marcar encontros com amigos e familiares…

Melhorando a qualidade de vida

É de conhecimento geral que o sono é um dos pilares para a boa qualidade de vida. O uso intenso dos aparelhos celulares, sobretudo momentos antes de dormir, prejudica no desempenho funcional do descanso necessário.

Em primeiro lugar, a utilização de eletrônicos atrapalha o sono pelo simples fato de atrasar a hora de dormir. Uma hora deitado, rolando a tela sobre tweets infinitos significa uma hora a menos de descanso físico e mental.

O conteúdo exibido na tela serve como estimulante cerebral, dificultando atingir o relaxamento necessário para ter uma boa noite. A luz emitida também tem influência, pois gera um impacto direto no corpo, afetando o relógio biológico e a percepção do cérebro do que é dia ou noite.

A luz, sobretudo a azul — modo noturno—, ainda inibe a secreção de melatonina, hormônio responsável por avisar o organismo de que está na hora de dormir. O corpo não ativa também seu mecanismo natural que reduz a temperatura — que cai durante a madrugada e volta a subir momentos antes de despertarmos —, uma vez que o cérebro não entra em estado de descanso.

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