Saúde & Bem-estar

Crianças e óculos, uma combinação possível




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Os pais geralmente sentem um baque quando percebem que seus filhos apresentam problemas de visão – o que geralmente é precedido por queixas ou ainda problemas escolares. Mas não apenas porque muitos consideram os olhos um dos principais órgãos dos sentidos, e sim porque sentem que vão ter de percorrer um longo caminho até a criança aceitar usar óculos regularmente.  De fato, pode haver muita resistência – ainda mais quando a criança é bem pequena.

Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, não é tão difícil convencer uma criança pequena a usar óculos. “Os pais, às vezes, é que precisam se policiar para não demonstrar à criança que lamentam pelo fato. Isso é mais comum quando um dos dois usa óculos e se sente culpado pelo fator hereditário. Mas está comprovado que 15% das crianças e quase todos os adultos depois dos 40 anos precisam usar óculos. Portanto, a primeira atitude é encarar o fato com naturalidade e transmitir isso à criança.”

Neves diz que mais preocupante é negligenciar determinadas manifestações, como a criança que pisca os olhos com uma frequência maior que o normal, reclama de dor de cabeça com alguma regularidade, franze a testa e aperta os olhos para interagir com um brinquedo, ler um livro ou mexer no celular. O correto é buscar soluções para facilitar o cotidiano dos pequenos. “Costumo dizer aos pais dos meus pacientes mirins que façam da escolha dos óculos um evento divertido, de muita cumplicidade com seus filhos. Eles podem passear juntos em busca de uma armação que combine com o rostinho ou com o temperamento da criança. Desde aqueles óculos iguaizinhos aos do papai, até os ultramodernos, em tons vibrantes. Nessa hora, é importante respeitar a individualidade de cada criança e deixar que ela escolha a armação que mais lhe agrada dentro do orçamento possível”.

O médico revela CINCO dicas para facilitar o processo:

  1. Depois de levar a criança a um bom oftalmologista, preste atenção na espessura das lentes indicadas. “Se a prescrição médica indicar lentes grossas, evite armações grandes para não aumentar o peso dos óculos desnecessariamente. Além disso, lentes menores apresentam menos riscos de distorções”.
  2. O material da armação deve ser levado em conta. “Há óculos de metal, silicone, resina, fibra de carbono…  Dependendo da idade da criança, ela vai preferir uma armação que a deixe parecer mais velha. Mas para os pequenos as armações de resina ou ainda de silicone são mais indicadas por serem mais resistentes e duráveis”.
  3. Armações para crianças pequenas devem ser ajustadas atrás da orelha. “Como o nariz de uma criança ainda é pequeno de irá crescer aos poucos, o ajuste dos óculos se torna às vezes mais difícil. Sendo assim, para garantir mais estabilidade, o ideal é que as hastes sejam ajustáveis atrás das orelhas. Isso permitirá que a criança possa correr, praticar esportes e brincar sem deixar os óculos caírem”.
  4. As lentes devem ser resistentes. “As lentes ‘trivex’ e de policarbonato são consideradas bastante resistentes para as demandas infantis. Além disso, elas podem receber tratamento antirreflexo, contra riscos, filtrar raios UVA e UVB, e até mesmo um tratamento que filtra a luz azul dos aparelhos celulares e demais equipamentos eletrônicos”.
  5. Sempre que possível, vale a pena comprar um par de reserva. “Por mais que os óculos estejam bem ajustados ao rosto da criança e as lentes sejam resistentes, não é raro enfrentar situações em que a criança se esquece dos óculos em casa, na escola ou em qualquer outra atividade. Dependendo do grau e da orientação médica, o ideal é ter sempre um par reserva, um `backup’ para socorrer a criança nesses momentos”.

Por fim, Renato Neves recomenda que os óculos sejam sempre lavados em água corrente fria, com sabão líquido neutro ou ainda xampu para crianças, e secados com lenço de papel seco e macio.

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