Saúde & Bem-estar

Dia Mundial da Aids | Como saber se tenho HIV?




Dia Mundial da Aids | Como saber se tenho HIV? - 1

Esta quinta-feira (1) é conhecida por ser o Dia Mundial da Aids, data voltada para o combate da doença que há mais de 40 anos provoca perdas à humanidade. É verdade que, nos últimos anos, inúmeras descobertas científicas melhoraram — e muito — a vida de quem convive com o vírus do HIV, mas o ponto fundamental é o diagnóstico. Hoje, muitas pessoas estão contaminadas, mas desconhecem este fato. Por isso, é preciso se perguntar: como testar para saber a resposta?

Para dimensionar o problema do HIV, a Unaids — programa das Nações Unidas, voltado para o combate da doença — estima que 38,4 milhões convivam com o vírus em todo o mundo. No entanto, 5,9 milhões desconhecem o fato de estarem contaminadas. E, apenas em 2021, 1,5 milhão foram infectadas.

Como saber se tenho HIV?

Para uma pessoa saber se uma pessoa tem HIV, são considerados três principais tipos de exames:


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1. Testes Rápidos (TR)

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Teste rápido para o HIV é a forma mais simples de detectar a presença do vírus da Aids no organismo (Imagem: Twenty20photos/Envato Elements)

Com certeza, os testes rápidos (TR) são o tipo de exame mais comum para saber se um indivíduo está com o HIV ou não, e ficam prontos em cerca de 30 minutos. O foco é identificar anticorpos. Para fazer a testagem, é necessária a coleta de uma gota de sangue (através de um “furinho” no dedo) ou da saliva.

2. Sorologia para HIV

Outra opção de testagem do HIV é ensaio imunoenzimático sanduíche ou imunométrico de quarta geração do tipo Elisa (Enzyme Linked Immunosorbent Assay, em inglês). Novamente, a lógica do exame é identificar anticorpos no sangue do paciente, mas é somente realizado em laboratórios. Popularmente, a estratégia é conhecida como sorologia para o HIV.

3. Testes complementares

Quando um teste para o HIV dá positivo, como o Elisa, é costume que um exame complementar seja feito para confirmar o diagnóstico. Nestas circunstâncias, o mais comum é o Western blot (WB).

No entanto, outros exames podem ser solicitados pelo infectologista, como o Imunoblot (IB) ou os imunoensaios em linha (LIA, do inglês Line Immuno Assay) — incluindo o Imunoblot Rápido (IBR) e imunofluorescência indireta (IFI).

Quando fazer o exame do vírus da Aids?

De forma geral, “o exame para o HIV deve ser feito anualmente ou após uma exposição de risco”, orienta Ingrid Cotta, médica infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, para o Canaltech. Em alguns casos, a testagem pode ser semestral.

É importante destacar que “a infecção pelo HIV pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da exposição de risco. Isso porque o exame (laboratorial ou teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no sangue”, esclarece a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, em artigo.

Quando a testagem é feita em intervalos de tempo menores, o corpo pode não ter iniciado a produção de anticorpos contra o vírus e, com isso, o teste poderá dar negativo, mesmo que o correto seja o positivo. É sempre necessário considerar o tempo da janela imunológica, que pode ser um pouco maior ou menor, dependendo do indivíduo.

Medo na hora de fazer o teste do HIV?

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Testes para o HIV são fundamentais para dar qualidade de vida aos pacientes e garantir o início precoce do tratamento (Imagem: AtlasComposer/Envato Elements)

Embora seja compreensível ter medo ou receio em fazer um teste para o HIV, é preciso lembrar que a melhor forma de garantir qualidade de vida, quando se convive com o vírus, é o diagnóstico precoce. Inclusive, realizar o tratamento adequado aumenta a expectativa de vida, evita o desenvolvimento da Aids e impede que a pessoa transmitia o agente infeccioso para outras pessoas (intransmissível).

Teste do HIV deve ser um direito de todos

“O HIV não afeta a todos da mesma forma. Existem pessoas com maior risco de se infectarem, que continuam enfrentando o estigma e a discriminação, e que não têm acesso aos métodos de prevenção ou cuidados de que precisam. Isso é inaceitável”, afirma a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Carissa F. Etienne, em comunicado.

Para Etienne, é fundamental que novos métodos de prevenção e de diagnóstico sejam desenvolvidos e estejam disponíveis para todos, especialmente para aqueles indivíduos mais vulneráveis. Além disso, é preciso garantir “acesso precoce ao tratamento mais eficaz”, completa.

Estatísticas sobre o risco do HIV

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Métodos de prevenção e testes para o HIV devem estar disponíveis para todos (Imagem: Vladdeep/Envato Elements)

Sobre as estatísticas do HIV, de forma global, “homens gays e outros homens que fazem sexo com homens [HSH] têm 28 vezes mais chances de serem infectados pelo HIV. Pessoas que injetam drogas têm 35 vezes mais risco, profissionais do sexo 30 vezes mais risco e mulheres transexuais 14 vezes mais risco”, afirma Winnie Byanyima, diretora-executiva do Unaids, em nota.

No entanto, diferentes realidades podem se sobrepor a estas estatísticas, dependendo do local em que as pessoas estão. Por exemplo, na África Subsaariana, meninas adolescentes e mulheres jovens têm três vezes mais chances de serem infectadas pelo HIV do que meninos e homens da mesma idade.

“Permitir que as meninas permaneçam na escola até concluírem o ensino médio reduz sua vulnerabilidade à infecção pelo HIV em até 50%”, afirma Byanyima. Em 2021, as mulheres representam 49% de todas as pessoas recém-infectadas pelo vírus.

Aids não tem cara!

Apesar dos maiores níveis de incidência em alguns grupos, é preciso pontuar que o HIV não tem uma cara e o vírus pode infectar qualquer pessoa, independente de sexo, raça ou classe social. Neste ponto, medidas de prevenção, como o uso de preservativos e da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), são muito importantes.

Em acaso de incidentes na horas do sexo ou de violência sexual, é possível recorrer à Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Aqui, vale lembrar que camisinhas, lubrificantes, PrEP e PEP estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), e são de acesso gratuito.

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Fonte: Canaltech

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