Saúde & Bem-estar

Entenda o que é Ceratocone e quais são os fatores de risco




O ceratocone é uma doença ocular que deve ser investigada quando há histórico familiar além de piora da visão, principalmente associada ao desenvolvimento de miopia e astigmatismo.

“O ceratocone é um problema ocular caracterizado pelo afinamento progressivo e aumento da curvatura da córnea tornando-a irregular. Suas causas não são totalmente compreendidas, mas os fatores de risco incluem coceira ocular, alergias e hereditariedade. Pacientes com Síndrome de Down são, também, mais susceptíveis a terem essa doença”, explica o médico e professor de Oftalmologia Cláudio Trindade.

Geralmente, os sintomas aparecem durante o final da infância ou puberdade e incluem visão embaçada e sensibilidade à luz e claridade. A doença, de modo geral, afeta ambos os olhos, mas, normalmente de forma desigual e pode levar a uma visão diferente entre eles. “No estágio inicial, os sintomas do ceratocone podem incluir: um aumento rápido da miopia e do astigmatismo; perda da nitidez da visão e imagem fantasma, sobretudo em ambientes com luz artificial ou durante a noite”, alerta. Ele ressalta que é importante que o oftalmologista examine a córnea e meça sua curvatura. “Isso ajuda a mostrar se há uma mudança em sua forma. Quando não tratada, a doença tende a progredir até por volta dos 35-40 anos, quando, em geral, se estabiliza naturalmente”, conta.

Nos estágios mais avançados, os sintomas podem se agravar. “A progressão do ceratocone é lenta, mas, para algumas pessoas, o problema pode piorar rapidamente. Por isso, é fundamental que os pacientes sejam instruídos a não coçarem os olhos”, explica Cláudio.

Quando confirmado o diagnóstico, o tratamento do ceratocone depende do seu estágio. “Quando a irregularidade for leve, a visão pode ser corrigida com óculos. Em graus mais avançados, podem ser necessárias lentes de contato especiais para ajudar a melhorar a visão. Entretanto, deve-se sempre monitorar a progressão da doença e, nos casos que há uma evolução do quadro, é importante recorrer a um tratamento chamado crosslinking. Nele, irradiamos a córnea com luz ultravioleta associada a um colírio de vitamina B2. Assim, a tornamos mais rígida e impedimos a progressão do ceratocone”, esclarece o médico.

Por fim, Cláudio Trindade lembra que há outros tipos de tratamento como o implante de anel intra-estromal e, mais recentemente, do filtro estenopeico, dispositivo colocado cirurgicamente dentro do olho, que é capaz de melhorar a visão em pacientes que não se adaptam a lentes de contato. E, em último caso, o transplante de córnea, que substitui toda ou parte da córnea doente por um tecido doado saudável.

Continua após a publicidade..