Saúde & Bem-estar

Pesquisadores Investigam Planta Brasileira em busca de Tratamento para Alzheimer e Outras Doenças Degenerativas

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Imagem de Adriano Gadini por Pixabay

Um projeto de pesquisa internacional está sendo realizado com o objetivo de desenvolver produtos medicinais utilizando o Guanandi (Calophyllum brasiliense), uma árvore brasileira conhecida por sua utilização na construção civil, marcenaria e carpintaria. A planta também é popularmente utilizada no tratamento de dores, inflamações e outras patologias.

O projeto, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é uma cooperação entre a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, e a pesquisadora So-Young Park, da Dankook University, da Coreia do Sul. Conta também com o apoio da ACAFE (Associação Catarinense das Fundações Educacionais), que tem como missão promover o ensino, a ciência, a tecnologia e a inovação em Santa Catarina.

A equipe de pesquisa será composta por nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Univali. Eles trabalharão no desenvolvimento dos métodos de extração, técnicas de concentração, padronização de materiais e aquisição de dados de segurança. Já a equipe da Coreia do Sul investigará se a planta tem efeitos sobre outras doenças causadas por inflamação, como as Inflamatórias Intestinais e a Pulmonar Obstrutiva Crônica.

O projeto será realizado por meio de experimentos in vitro e terá sua funcionalidade validada por experimentos in vivo com animais. Resultados anteriores já demonstraram que o extrato das folhas de Guanandi possui efeitos anti-inflamatórios. No entanto, são necessários mais estudos para comprovar as aplicações da planta e estabelecer bases para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos ou suplementos.

O projeto receberá um investimento de cerca de R$350 mil para os estudos, experimentos e bolsas de pesquisa. Os estudos serão realizados tanto na Univali, onde será feita a preparação do material, quanto na universidade da Coreia do Sul, onde serão realizados os testes farmacológicos. Haverá também a mobilidade de pesquisadores entre os dois países para o desenvolvimento conjunto dos estudos.

Os flavonoides presentes no Guanandi são compostos vegetais que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Estudos epidemiológicos mostram que uma dieta rica em flavonoides pode ter potencial preventivo a longo prazo para alterações cognitivas, incluindo o declínio cognitivo relacionado ao Mal de Alzheimer.

O reitor da Univali, professor Valdir Cechinel Filho, coordenador do projeto, está confiante nos resultados. Ele afirma que os estudos ainda são preliminares, mas já indicam um possível potencial terapêutico contra processos inflamatórios e dolorosos relacionados à presença de flavonoides, xantonas e cumarinas.

A parceria entre Brasil e Coreia do Sul promete trazer avanços significativos no campo da pesquisa e do desenvolvimento de novos produtos medicinais. A investigação científica busca validar o uso popular e a potencialidade da planta no tratamento de diversas doenças, e a aprovação deste projeto pelo CNPq é um marco importante nesse sentido. A expectativa é de que os primeiros resultados da pesquisa já estejam disponíveis em alguns meses, trazendo novas esperanças para o tratamento de doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer.

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