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Quem morre por covid-19 no Brasil hoje em dia?




Quem morre por covid-19 no Brasil hoje em dia? - 1

Os primeiros casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 foram confirmados no final de 2019 e, desde então, a doença provocou e provoca uma onda de mortes em todo o mundo, derrubando até a média da expectativa humana global. São mais de 6,6 milhões. Apesar dos avanços e das vacinas, mesmo em menor escala, a covid-19 ainda é responsável por mortes hoje em dia.

No Brasil, a média móvel diária de mortes pela covid-19 é estimada em 31, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O parâmetro é muito mais baixo que os momentos de pico da pandemia da covid-19, onde mais de 2 mil mortes diárias foram registradas. Hoje, a realidade é outra, mas alguns grupos específicos ainda têm risco aumentado para a doença.

Quem morre pela covid-19 hoje?

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Mortes pela covid-19 no Brasil são mais comuns em idosos, mas pode afetar todas as faixas etárias (Imagem: Wavebreakmedia/Envato)

Infelizmente, o grupo que mais morre pela covid-19 é o composto por pessoas com mais de 65 anos, ou seja, os idosos. No início da pandemia, estes indivíduos eram os mais vulneráveis e, hoje, ainda continuam a ser. A questão é que, com vacinas e a imunidade natural, óbitos em outras faixas etárias despencaram, fazendo com que as mortes entre os mais velhos sejam ainda mais evidentes, quando comparadas com a do resto da população.


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Observando os dados da saúde pública dos Estados Unidos, é possível observar que as mortes por covid-19, entre pessoas com 65 anos ou mais, cresceram de forma significativa entre os meses de abril e julho deste ano. Para ser preciso, o aumento foi de 125%, segundo a Kaiser Family Foundation. Este grupo continua a ser predominante entre os mortos da covid-19.

Idosos são os que mais morrem pela covid-19 no Brasil

No Brasil, entender quem ainda morre pela covid-19 é somente possível através dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), divulgados pelo Ministério da Saúde. Esta é uma das complicações causadas pelos vírus respiratórios e tende a levar os pacientes aos hospitais, onde são normalmente testados. Por isso, é um bom indicador da evolução da doença na população brasileira.

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Casos de SRAG indicam mortalidade da covid-19 no Brasil entre idosos (Imagem: Ministério da Saúde)

Do começo do ano até os primeiros dias de novembro, foram identificados 464 mil casos de SRAG, sendo que 198 mil foram provocadas pela covid-19. Outros 227 mil casos não tiveram a causa identificada ou estão em investigação, o que indica possível subnotificação dos casos da covid. Agora, olhando para as mortes do coronavírus em 2022, 55 mil foram oficialmente provocadas pelo vírus da covid-19. Outras 21 mil ainda não têm origem definida.

Do total, 45,7 mil óbitos por SRAG da covid-19 foram confirmados entre aqueles que têm mais de 60 anos ou mais. A faixa etária mais acometida foi a de 80 a 89 anos, com mais de 15 de mil mortes.

Crianças também são vítimas fatais da infecção

Embora os números não sejam tão expressivos, a doença ainda mata em todas as faixas etárias e mais que os outros vírus respiratórios no Brasil. Por exemplo, em bebês e crianças de até 5 anos, são contabilizadas 477 mortes oficiais pela SRAG associado com a covid-19. Neste mesmo período, a influenza (gripe) provocou apenas 32 óbitos.

Comorbidades mais associadas com mortes pela covid-19

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Problema no coração é a comorbidade mais associada com a morte por covid-19 hoje no Brasil (Imagem: Twenty20photos/Envato)

Através da análise dos casos de SRAG, não é possível estimar quantas pessoas com comorbidades morreram em decorrência da covid-19 este ano no Brasil. No entanto, médicos e especialistas alertam que este continua a ser um fator de risco para a doença, somando-se a questão da idade.

Os dados da prefeitura de São Paulo apontam que estas são as comorbidades mais associadas com óbitos relacionados à covid-19, em ordem decrescente:

  1. Problema do coração (cardiopatia);
  2. Diabetes;
  3. Obesidade;
  4. Doença neurológica;
  5. Doença renal;
  6. Pneumopatia;
  7. Imunodepressão;
  8. Asma;
  9. Doença hepática;
  10. Doença hematológica.

Vacina da covid-19 impacta no risco de morte

Entre os óbitos da covid-19, a vacinação é tão importante que a questão da idade e das comorbidades. Isso significa que a pessoa deve contar com o esquema primário (duas doses) e mais as doses de reforço disponíveis, orientadas pelas autoridades de saúde.

No Brasil, os dados divulgados abertamente sobre o perfil dos pacientes que morreram em decorrência da covid-19 não são tão abrangentes e nem tão detalhadas quanto os dos EUA. Por isso, seguiremos com a análise sobre quem morre hoje por covid com as informações levantadas pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

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Vacina reduz risco de morte pela covid-19, especialmente entre aqueles com mais de 50 anos (Imagem: Twenty20photos/Envato Elements)

Em agosto deste ano, pessoas que optaram por não receber nenhuma vacina da covid-19 e tinham 50 anos ou mais apresentam um risco de morte por covid-19 12 vezes maior do aqueles que estavam em dia com as doses de reforço nos EUA.

Além disso, entre os vacinados (esquema primário e uma dose de reforço) com 50 anos, o risco de morte era 3 vezes maior do aqueles que tinham duas doses de reforço.

Pensando na população norte-americana geral, o risco de morte pela covid-19 era 6 vezes maior entre os não vacinados com mais de 6 meses do que no resto das pessoas. A análise não detalha se o indivíduo tem (ou não) imunidade prévia, adquirida através de um caso anterior da infecção.

Quinta dose da vacina contra covid

Hoje, a quinta dose da vacina da covid-19 — ou a terceira dose do reforço — já está disponível em algumas cidades brasileiras, mas a aplicação ainda é bastante restrita. Aqui, é importante checar como está a questão na sua região.

Por exemplo, na cidade de São Paulo, o imunizante da covid-19 pode ser aplicado em todos os imunossuprimidos com mais de 18 anos. Em outros locais, está somente liberada para os indivíduos com imunossupressão e 40 anos ou mais.

Diferente dos EUA, o Brasil ainda não aplica as doses da vacina atualizadas contra a variante Ômicron do coronavírus. Ainda não há previsão para quando a nova versão chegue ao Brasil. A expectativa é que a nova formulação turbine as proteções.

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Fonte: Canaltech

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