Sustentabilidade & Meio Ambiente

Europa perde até 10% do gelo nas montanhas dos Alpes em 2023, revela relatório da Organização Meteorológica Mundial




Imagem de Leonhard Niederwimmer por Pixabay

O derretimento das geleiras nos Alpes europeus atingiu níveis alarmantes em 2023, conforme revelado por um novo relatório climático divulgado pelo observatório europeu Copernicus em parceria com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Entre 2022 e 2023, estima-se que cerca de 10% do volume de gelo tenha sido perdido nessa importante cadeia montanhosa.

As altas temperaturas registradas durante o verão europeu desempenharam um papel crucial nesse processo de derretimento, exacerbado por ondas de calor recorrentes. Além disso, a redução na quantidade de dias com neve contribuiu para o menor acúmulo de gelo, especialmente na Europa central e nos Alpes.

Segundo Francesca Guglielmo, cientista sênior do Copernicus, esse derretimento tem consequências diretas tanto hidrológicas quanto físicas. O menor armazenamento de água no solo resulta em recursos hídricos reduzidos durante o período de degelo, afetando a disponibilidade de água na primavera. Além disso, a diminuição da cobertura de neve expõe uma superfície mais escura à luz solar, aumentando a absorção de calor e elevando as temperaturas nessas regiões.

O relatório também destaca o impacto das mudanças climáticas no clima europeu e na saúde da população. O ano de 2023 foi marcado por temperaturas recordes em toda a Europa, com termômetros registrando marcas acima da média durante 11 meses do ano. O número de dias com “estresse térmico extremo” também aumentou significativamente, com graves consequências para a saúde humana.

Além disso, as mudanças climáticas têm afetado os oceanos que banham o continente europeu, com um aumento na temperatura média das águas. Isso tem causado alterações no regime de chuvas e níveis dos rios, impactando ecossistemas aquáticos e comunidades que dependem desses recursos.

O relatório ressalta ainda as mudanças no clima do Ártico, com o aumento das temperaturas e a redução da extensão do gelo marinho. Esses eventos extremos devem se tornar mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas, alertando para a urgência de ações mitigadoras e de adaptação para enfrentar os desafios futuros.

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