Diferentemente de atividades turísticas mais tradicionais, esse nicho não tem as mesmas sazonalidades dos períodos de férias escolares e pode trazer turistas que gastam mais do que a média
Praias paradisíacas, montanhas contendo cachoeiras, dunas, falésias e ilhas — embora essa possa ser a primeira ideia que vem à cabeça quando se pensa em turismo, são inúmeras as razões que motivam o deslocamento de pessoas em diferentes territórios.
Além de buscar paisagens desconhecidas e que permitem um profundo contato com a natureza, o turismo pode ser motivado por encontros de negócios, feitos, muitas vezes, para ampliar o contato com fornecedores e, assim, possivelmente aumentar as receitas da empresa/organização. Esses viajantes costumam gerar renda e empregos, reduzindo a sazonalidade do setor turístico.
Por isso, antes de comprar a sua passagem de ônibus para Curitiba e outras cidades, confira mais sobre o turismo de negócios e quais são as cidades brasileiras que fomentam esse tipo de turismo, além de São Paulo e Rio de Janeiro. No primeiro trimestre de 2019, o nicho cresceu 14,7% em comparação ao mesmo período de 2018, passando de R$4,85 para R$5,57 bilhões reais de faturamento anual.
Segundo dados da Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas (Abracorp), em 2019, foram arrecadados mais de R$11,3 bilhões com a venda de serviços e produtos aos turistas corporativos, ante os R$ 10,4 bilhões registrados no ano anterior.
Curitiba
De acordo com dados do Ministério do Turismo, em 2018, o turismo de negócio foi o segundo principal motivo da vinda de estrangeiros para o Brasil, trazendo 13,5% dos que visitaram o país. O gasto médio per capita por dia desses viajantes foi de, em média, US$ 84. Curitiba foi a cidade mais procurada por esses turistas (4,5%), depois de São Paulo (48,7%) e Rio de Janeiro (19,7%).
Segundo dados do Instituto Municipal de Turismo, o turismo de negócios cresceu 25% nos últimos seis anos e atraiu 2,3 milhões de turistas. Entre algumas razões levantadas por especialistas está a boa infraestrutura da cidade e a redução da alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2% em algumas atividades como congressos, reuniões e realização de eventos.
Diferentemente de outras cidades, o turismo de negócios é a primeira razão que motiva a ida de turistas à Curitiba (36%), enquanto o turismo de lazer corresponde a 21% das visitas ao município.
Recife
Conhecida como o Vale do Silício nacional, em referência à baía de São Francisco, na Califórnia, que abriga inúmeras startups e empresas globais de tecnologia, a capital pernambucana desenvolve crescente potencial para receber profissionais da área no Nordeste.
Além do clima agradável, a multiculturalidade, a proximidade em relação a outras cidades, a estrutura diversificada de hotéis e centros de convenção explicam por que Recife está entre as capitais brasileiras que mais movimentam o turismo de negócios. Só na área da saúde, abriga o maior complexo hospitalar das regiões Norte e Nordeste.
Belém
Para quem tem compromissos de negócios na região Norte do país, a capital do Pará é uma boa referência. Além de uma desenvolvida rede de hotéis, incluindo estabelecimentos especializados para o turismo corporativo, e da estrutura para receber eventos de grande porte, a fauna exuberante da floresta Amazônica, a gastronomia riquíssima e os monumentos históricos destacam a cidade para esse segmento.
A capital paraense é muito procurada por pesquisadores e organizações que atuam em diferentes áreas do conhecimento, como educação ambiental, biologia, meio ambiente e antropologia, sediando convenções e eventos.
Por ser uma cidade antiga, Belém apresenta fortes tradições portuárias, tendo os portos mais próximos da Europa e dos Estados Unidos, o que contribui para ampliar a importação e a exportação de produtos e atividades na indústria naval, alimentícia, pesqueira metalúrgica e química.
