O último trailer de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania revelou muito mais do que o vilão Kang, o Conquistador (Jonathan Majors). Como muitos olhos atentos bem perceberam, outro personagem bastante marcante dos quadrinhos da Marvel fará sua estreia nos cinemas: MODOK, a gigantesca cabeça voadora e uma das figuras mais bizarras das HQs.
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Se você nunca ouviu falar desse ser tão peculiar, não fique mal. Trata-se de um vilão não tão conhecido assim e que é muito mais lembrado por sua aparência medonha do que realmente ser uma ameaça real aos heróis. E, mesmo assim, ele vai ser introduzido no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês), provando que não há mesmo limites para essas adaptações.
E mesmo com a gente já sabendo que as origens de MODOK no cinema vão ser um tanto quanto diferente do que os quadrinhos já mostraram, é inegável que o fato de termos uma cabeça voadora por aí desperta curiosidade. Afinal, o que diabos é esse personagem e o que sua participação em Quantumania tem a dizer?
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O maior crânio da Marvel
Antes de qualquer coisa, vale pontuar que MODOK sempre foi essa coisa medonha. Ele foi criado em 1967 nas páginas de Tales of Suspense # 94 e já surge como essa cabeçona voadora, fruto desse imaginário do monstro científico que marcava as publicações dessa época. Ele representava essa busca incessante por conhecimento e poder pela ciência, mesmo que isso representasse perder sua própria humanidade.
Pois é assim que ele aparece em seu primeiro confronto contra o Capitão América. Na história, o herói segue em uma missão para resgatar Sharon Carter das mãos da Ideias Mecânicas Avançadas (IMA), uma das várias organizações criminosas da Marvel, e descobre que todos os agentes estão sendo escravizados por uma ameaça ainda maior: MODOK, a cabeçona flutuante capaz de disparar rajadas mentais que paralisam e controlam seu alvo e que possui uma infinidade de armas em seu assento voador.
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Esse confronto inicial é resolvido já na mesma história e representa muito bem o que viriam a ser as demais participações futuras do vilão nas histórias não só do Capitão, mas em todos os confrontos com os demais heróis: uma figura bizarra que comanda uma organização criminosa, mas que acaba sendo muito mais uma piada sobre essa caricatura da ciência do que uma ameaça de verdade.
Curiosamente, apesar do seu visual ridículo, MODOK quase nunca é usado como alívio cômico nos quadrinhos. Na verdade, ele se apresenta como um perigo de verdade e não são poucas as vezes em que se autodenomina o Cientista Supremo da Terra. E, com o tamanho desse cérebro, não há como refutar tal afirmação.
Ainda assim, ele costuma ser derrotado com certa facilidade quando aparece. Tanto que não há grandes fases em que ele desempenha um papel de maior relevância, com exceção da era pós-Planeta Hulk — como falamos a seguir.
Como MODOK surgiu
Como você bem pode imaginar, o nome MODOK é uma sigla e significa, no original, Mental Organism Designed Only for Killing. No Brasil, a tradução oficial dos quadrinhos Marvel adaptou para Mecanorganismo Operacional Destinado à Ocisão e Carnificina, que é basicamente a mesma coisa.
E embora ele pareça ser uma criatura um tanto quanto alienígena, ela é um humano e fruto dos horrores que só a ciência (e o medo dela) são capazes de criar. Na verdade, ele se chama George Taleton e teve sua origem contada de diferentes formas.
Em algumas histórias, ele era um zelador que serviu de cobaia para a IMA e, outras, era um cientista sem escrúpulos que aceitou passar por experimentos para ter sua inteligência aumentada. O importante é que, independente da versão, George passa por uma transformação que faz com que seu cérebro cresça sem controle a ponto de atingir níveis quase transcendentais.
Assim, ele passa a ser um grande gênio capaz de construir qualquer coisa, conquista uma memória de nível computacional e ainda desenvolve poderes psiônicos, como as rajadas que dispara contra o Capitão América em sua história de estreia. Só que essas habilidades vêm com o efeito colateral de deformá-lo por completo, fazendo com que ele seja literalmente apenas uma cabeça com braços e pernas.
Com o corpo já não mais suportava o tamanho dessa caixa d’água, ele desenvolveu uma espécie de exoesqueleto que lhe dava mobilidade e novas armas. E é assim que MODOK passou a ser também uma ameaça física aos heróis, embora não muito eficiente nessa tarefa.
MODOK e a Inteligência
Como dito, o personagem nunca foi muito relevante nos quadrinhos e até mesmo a IMA tem dificuldades de deixar o segundo escalão das grandes organizações criminosas da Marvel, ficando para trás de nomes como Hydra, Tentáculo e até a Sociedade da Serpente. É por essa razão que as chances de você conhecer MODOK tendem a ser bem baixas.
Mas isso não quer dizer que essa ridícula cabeça voadora não tenha tido seus momentos nesses mais de 50 anos de história. O mais emblemático deles foi no início dos anos 2000, logo após a saga Planeta Hulk.
Foi o vilão cabeçudo um dos responsáveis pela transformação do general Thunderbolt Ross no Hulk Vermelho. Na época, MODOK já demonstrava interesse em controlar os poderes provenientes dos raios gama e arranjaram um jeito de extrair parte da força de Bruce Banner e transferi-la para o militar.
Esse conceito foi ampliado pouco tempo depois durante a saga A Queda dos Hulks, em que uma história retcon mostrou que MODOK agiu ao lado de outros vilões intelectuais da Marvel. Ao lado de bandidos como Líder, Mago, Cabeça de Ovo, Pensador Vermelho, Doutor Destino e Camaleão, ele criou o Inteligência, uma organização que queria usar o gênio de seus membros para conquistar mais poderes e riqueza.
E um dos meios para isso era justamente controlando os poderes gama. Assim, ficou estabelecido que o Hulk Vermelho foi apenas um experimento e que outras iniciativas parecidas foram feitas com Betty Ross e Rick Jones, que viraram a Mulher-Hulk Vermelha e o Bomba-A.
MODOK no MCU
E o que isso tudo tem a dizer sobre a estreia de MODOK no MCU? Provavelmente, muito pouco. Como você deve ter percebido, o vilão tem pouquíssima — para não dizer nenhuma — relação com o Multiverso e muito menos com Kang, o que faz com que sua aparição em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania seja um tanto quanto surpreendente.
Embora pouco tenha sido dito pela Marvel sobre o papel da cabeça voadora, é bem pouco provável que vejamos sua relação com IMA — que existe no universo do cinema, sendo citada em Homem de Ferro 3 — e com esse viés da ciência bizarra. Na verdade, ao que tudo indica, a origem do personagem vai ser bem diferente e vai resgatar até alguns pontos já introduzidos em filmes anteriores do Homem-Formiga.
Um rumor que circulava já há alguns meses é que o MODOK do MCU não seria o desconhecido George Taleton, mas Darren Cross. Caso você não se lembre de quem estamos falando (totalmente compreensível), trata-se do vilão Jaqueta Amarela, vivido pelo ator Corey Stoll e que termina o primeiro longa sendo sugado para o Reino Quântico após perder o controle das Partículas Pym.
Segundo esse boato sobre Quantumania, veremos que Cross acaba indo parar nos domínios de Kang e, de alguma forma, passou pela transformação a ponto de virar uma cabeça gigante. A posta mais provável é que trata-se de uma deformidade causada pelo poder de escolher e expandir, mas nada confirmado até agora.
O ponto é que, pelo que o trailer apresentou, o MODOK do MCU está mesmo muito fiel aos quadrinhos e mantém o visual ridículo do personagem e sem abrir mão dessa pretensa ameaça que ele quer representar. Tanto que até já foi mostrado uma cena de ação com ele mostrando algumas das armas equipadas em sua cadeira voadora.
Além disso, vale lembrar que Quantumania não é a primeira aparição do vilão em uma produção do Marvel Studios. O personagem ganhou uma série animada que chegou ao Brasil pelo Star+ e que traz histórias voltadas para o público adulto fazendo piada com o universo de super-heróis e com ridículo no qual MODOK está inserido.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania estreia no Brasil no dia 16 de fevereiro.
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Fonte: Canaltech
