
O encontro anual da International Board, órgão que determina as regras do futebol, realizado em Belfast, na Irlanda do Norte, trouxe uma notícia que pode alterar significativamente o andamento de uma partida de futebol. Foi aprovado que a Fifa avance em estudos e testes para a realização de substituições temporárias em uma partida em casos de concussão.

A concussão se caracteriza pela perda de consciência em um intervalo curto de tempo logo após um traumatismo craniano. No entanto, por ser de difícil diagnóstico, muitos atletas acabam voltando ao campo, o que pode trazer graves consequências. Como destaca o blog Lei em Campo, o futebol está muito atrás de outras modalidade na prevenção do problema, e o protocolo para a verificação de choques de cabeça ainda é bastante ineficiente. As Olimpíadas de Tóquio devem abraçar os primeiros testes, tanto na categoria de futebol masculina quanto feminina.

A NHL (hóquei sobre o gelo) e a NFL (futebol americano) já adotaram novas regras que permitam o diagnóstico do problema. A primeira, por exemplo, exige que um um atleta, após receber um golpe na cabeça, deixe o banco e vá até uma sala silenciosa para uma análise mais criteriosa por parte de especialistas. Na segunda, é preciso a autorização do médico da equipe e de um neurologista independente para que o profissional volte a atuar.
No futebol, existe apenas uma diretriz por parte da entidade que comanda o esporte. Após três minutos de atendimento dentro de campo, o lesionado é levado para o lado de fora, com o médico determinando sua continuidade ou não na partida. Neste intervalo de tempo, o time fica com um jogador a menos, o que pode causar prejuízo técnico. E isso, muitas vezes, acelera o retorno de quem sofreu eventual concussão, já que, se algo anormal for constatado, um novo exame, no vestiário, leva cerca de dez minutos. Ou seja, a conclusão é de que os jogadores ainda ficam sob risco excessivo. E isso precisa mudar.
Fonte: 90min
