Campeonato Brasileiro

A melhor arbitragem do Brasil tem assinatura de mulheres




Edina Alves é, atualmente, a melhor árbitra do Brasil. Não só a mais competente entre as mulheres, mas de todo o quadro de arbitragem da CBF. Além da própria capacidade, ela ainda conta com o momento instável de árbitros consagrados, como Anderson Daronco, Rafael Traci e Raphael Claus, que colecionam erros recentes em jogos de peso, para sobrar no futebol brasileiro.

Não bastasse a ótima fase no apito, Edina se dá ao luxo de ter o auxílio da bandeirinha Neuza Back, eleita uma das melhores assistentes da última temporada. Em campo, elas formam uma dupla afinada, que já trabalhou na última Copa do Mundo feminina, em 2019, e no Mundial de Clubes, em fevereiro, ocasião em que Edina se tornou a primeira mulher a apitar um jogo masculino da Fifa.

Elas são amigas de longa data. Dividem apartamento e compartilham diariamente os desafios da profissão. Foi Neuza quem sugeriu, em uma reunião com o ex-chefe de arbitragem da CBF, Sérgio Correa, em 2014, uma oportunidade para Edina, que até então atuava somente como bandeirinha. “Vocês já viram essa mulher apitar?”, provocou a amiga. Correa deu aval à ideia, e, assim, Edina virou árbitra.

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Edina aplica cartão durante o Mundial feminino. | Soccrates Images/Getty Images

A afinidade fora do gramado contribui para o entrosamento nas partidas. Na semana passada, Edina fez história novamente como a primeira mulher a arbitrar o clássico entre Corinthians e Palmeiras. Atuação impecável de todo o trio de arbitragem, incluindo Neuza, que acertou a marcação de três impedimentos.

Edina e Neuza só têm ganhado as páginas dos jornais pelo ineditismo de seus feitos. Ambas adotam perfil discreto. Se impõem pela firmeza e correção das decisões que tomam no campo de jogo, não por arroubos autoritários ou chiliques comuns a muitos colegas de profissão.

Não quero ser tratada como ‘a árbitra mulher’, apenas como árbitra.Edina Alves

Para evitar questionamentos por ser mulher, Edina sempre se submete à mesma exigência de seus pares, sobretudo nos testes físicos. “Em avaliações de desempenho, eu cravo o tempo masculino. Não quero ser tratada como ‘a árbitra mulher’, apenas como árbitra”, explica.

Conquistando o respeito de técnicos e jogadores, a dupla reforça o papel de protagonismo da mulher no futebol. Da mesma forma que outros profissionais do apito, não estão imunes a equívocos e falhas. Mas, pelo espaço desbravado até aqui, Edina e Neuza representam muito mais que um triunfo pessoal ao colocar assinaturas femininas na melhor arbitragem do país.

Fonte: 90min

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